Chegou o momento! Um dos filmes de super-heróis mais aguardados de todos os tempos chega aos cinemas. Confira agora o que achamos de Liga da Justiça.

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No Brasil, o longa estreou na véspera de feriado, terça, 14 de novembro, angariando grande sucesso de público nesses primeiros dias. Têm força para se manter?

A Novela DC

Depois de frustrantes tentativas da Warner e DC entregarem um produto que agrade todos, já que se trata de um blockbuster AAA, Liga da Justiça entrega aquilo que todos querem ver: um filme simples, dinâmico e todo mastigadinho.

Sem tomar grandes riscos, Zack Snyder – que leva todo o crédito na direção – contou com a ajuda, curiosa por sinal, de Joss Whedon, diretor de Os Vingadores e Vingadores: Era de Ultron, responsável por novas tomadas e algumas refilmagens, estas últimas que contaram com a presença de Henry Cavill de bigode (retirados na pós-produção), já que o ator estava em gravação n’outro filme.

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O elenco principal de Liga da Justiça. Detalhe para Henry Cavill, o Superman, de bigode!

A Origem

Se anteriormente o filme seguiria uma trama direta a partir de Batman vs Superman: A Origem da Justiça, os cinquenta minutos cortados nesta [última] edição do filme deixou claro que a ideia foi seguir o que fora visto em Mulher Maravilha: uma aventura nos moldes da jornada do herói, funcionando [quase] como um filme de origem e mais solto dentro do universo cinematográfico (DCU).

Na trama, temos um primeiro ato para a origem de cada um dos personagens, tudo bem orgânico e até coeso dentro da proposta do filme, algo que não funcionou tão nada bem em Esquadrão Suicida.

Ainda deste quesito de apresentações, a metodologia de utilizar as motivações de cada personagem, ao invés da origem em si de cada um, funcionou de forma muito mais interessante, o que deixou o encontro e a união entre eles muito mais harmônica.

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Flash, Batman e Mulher Maravilha em Liga da Justiça (Imagem Divulgação)

Roteiro das Estepes

Dentro do roteiro, o que acaba funcionando muito bem no primeiro ato, o segundo e terceiro acabam sendo comprometidos por planos fajutos e ações medíocres. Parece que a produção não sabe que estão lidando com personagens de alto QI e poder intelectual. 

Tudo bem em trazer um roteiro simples, funcional e entregar uma primeira camada de entendimento para a massa de expectadores. Entretanto, o que dá aquele gostinho a mais, é ter uma camada de surpresas, reviravoltas, planos inteligentes, tudo o que motiva o telespectador a pensar.

E não, não estamos falando de referências, que por sinal, Liga da Justiça está muito bem servido delas – falaremos mais abaixo. 

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Jason Momoa como Aquaman e Ben Affleck como Bruce Wayne, ou Batman, em Liga da Justiça (Imagem Divulgação)

Fazendo Justiça

Tá certo que muitos que já viram o filme, acharam o Batman, protagonizado por Ben Affleck, muito piadista. Até certo modo, ok, e você terá o morcegão dando um sorrisão colgate de orelha a orelha… estranho, não? Sim, se você comparar com aquele Batman todo amargurado, depressivo de BvS.

Já que o tom do filme segue algo mais leve, temos um Batman do mesmo naipe, e até parece mais rejuvenescido, afastando aquela rabugice de outrora. Mesmo um pouco apagado, é o personagem que dá origem ao time, e merece seu reconhecimento dentro da trama do filme. Vale notar um Affleck menos parrudo ao que vimos em sua estreia como herói de Gotham.

O destaque dentre todos, fica por conta de Gal Gadot. Como costumo brincar nas redes sociais, “a mulher é maravilha, e a Gal é maravilhosa”, já que repete o carisma visto em seu filme solo (e até mesmo em BvS), sendo a personagem mais centrada em suas convicções e motivações.

A surpresa fica com Ciborgue. Diferente dos demais personagens onde temos o desenvolvimento das personas de super-herois em Liga da Justiça, Ray Fisher vive uma dualidade e insegurança como Victor Stone.

Por conter uma espécie de simbiose e afinidade com uma das caixas maternas, ele acredita que pode ser um perigo para a humanidade e não aceita – ainda – suas habilidades extraordinárias. De fato, o lado mais humano do longa.

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Ray Fisher interpreta Victor Stone, o Ciborgue, em Liga da Justiça (Imagem Divulgação)

Fazendo o arroz com feijão

Já que o filme precisa andar rápido, sem a preocupação de desenvolver todos os personagens, é louvável que certos personagens não tenham tanto destaque, o que não exclui a importância dentro da trama.

A começar com Ezra Miller, vivendo o homem vivo mais rápido do mundo, Flash. De forma similar ao que vimos em Homem Aranha: De Volta ao Lar, sua origem fica em segundo plano e temos um personagem de alívio cômico, questionando do que pode ou não fazer dentro de um time.

Pessoalmente, o tom de suas piadas não me desagradou. Ao contrário de suas caras e bocas, fazendo o personagem parecer que está sempre “perdido” e tropeçando – literalmente – em suas ações.

O plot do Aquaman mostrou que tem grande potencial para o seu filme solo. Jason Momoa trouxe um Arthur Curry carrancudo e beberrão, que pode dar um respiro interessante no desenvolvimento futuro de seu personagem, já que dentro do filme, foi o personagem que menos apareceu.

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Jason Momoa como Aquaman em Liga da Justiça (Imagem Divulgação)

Um Filme de Super-Heróis 

Já que temos um filme todo linear, dinâmico e sem muitas tramas secundárias, é evidente que o trabalho com o lado “humano” de cada personagem seja deixado de lado – Ciborgue pode ser uma exceção, como citado mais acima.

Liga da Justiça tem um bom fôlego, prende sua atenção do início ao fim e mostra o que o fã quer ver: seu(s) super-herói(s) preferido(s) em ação. Mesmo com algumas atitudes (e até mesmo atuações) não tão convincentes, o tom leve, épico e natural das cenas deixa o filme entre os melhores da DC; você vai se divertir vendo o filme.

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Ezra Miller e seu tom cômico como Flash em Liga da Justiça (Imagem Divulgação)

Consequências

Qual o peso da morte do Superman na trama? Ao menos para Batman, é muita! Ele acha que o mundo não vive sem o kriptoniano.

Se deixassem este plot para outro filme? Resgatando algo próximo do que vimos nos quadrinhos A Morte do Superman Vol. 1 e Vol. 2, vocês gostariam? 

Particularmente, como visto em BvS, o universo cinematográfico queima diversas fichas/ideias interessantes que vimos nos quadrinhos (várias num mesmo filme), e um pouco disso se vê neste filme. Não alongarei demais, por conta de spoilers. Quando assistirem, vocês entenderão. 

E o Lobo das Estepes, interpretado por Ciarán Hinds, como fica nesse filme? Totalmente esquecível! Na verdade, em nenhum momento o vilão passa com convicção de seu poderio destrutivo, algo que pudemos ver com Zodd, por exemplo, em O Homem de Aço.

Outro fator que deixou a desejar, foi com relação ao CG. Se melhoraram – e bem – com o Ciborgue, o visual do Lobo da Estepes ficou totalmente caricato, um personagem de Power Rangers. Algo mais prático e maquiagem, poderia ter sido mais interessante.

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Gal Gadot, a Mulher Maravilha, em Liga da Justiça (Imagem Divulgação)

Alguém Liga? 

Como um fã aficionado pela franquia O Exterminador do Futuro, não poderia deixar escapar a referência bem bacana no filme. Não é segredo ou spoiler em dizer que Joe Morton está no filme como o pai de Victor Stone, em seu papel como Silas Stone.

Enquanto que no Liga da Justiça ele constrói o corpo do Ciborgue, o ator interpreta Miles Dyson em O Exterminador do Futuro 2, que dá origem ao processador neural que levaria a criação da inteligência artificial, Skynet.

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Joe Morton, como Silas Stone, em Liga da Justiça (Imagem Divulgação)

Ezra Kpopeiro e Otaku

Não é nenhum segredo que Ezra Miller é um fã da cultura pop asiática. Começando pelo filme, quando Batman “invade” o QG do velocista, a trilha sonora do momento é com As If It’s Your Last, das meninas do Blackpink, tocando por alguns bons segundos em segundo plano. *Até fui fora da lei e tirei uma foto do crédito do filme para vocês.

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Blackpink nos créditos da Liga da Justiça (Imagem Divulgação)

Vale lembrar da San Diego Comic Con 2017, em que o ator foi vestido de Ed no painel do filme, de Fullmetal Alchemist (veja AQUI).

Ainda dentro da trilha sonora, não temos aquela inserção de músicas a todo momento, como se via em Esquadrão Suicida, e Danny Elfman faz um bom e tímido (justo) trabalho na seleção como um todo.

Porém, como um bom fã merece service, faltou aquela trilha John Williams do Superman mais na cara e uma cena de ação com Come Together! 

Carta de Esperança

Creio que muito dos problemas do filme seja por conta das edições, refilmagens e burocracias em que passou nestes anos, o que deve ter comprometido – e muito – a sua versão final.

Enquanto que outras produções de Zack Snyder, como BvS, tenha seus problemas particulares, e muito deles atribuídos ao próprio diretor, Liga da Justiça traz um filme mais genérico e temeroso no que se diz respeito ao arriscar.

Sem grandes pretensões, a DC junto da Warner acerta o tom e traz um filme pipoca, mais alinhado com a linguagem cinematográfica, e que mesmo não tendo aquele “peso” de que um Liga da Justiça deve ter, mostra esperança do que pode vir pela frente.

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