Megu
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    Uma eterna aprendiz da vida e um poço de curiosidade. Fascinada por seres humanos.

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    Death Note (2017) | Review

    Death Note? Filme do Caderno da Morte? Morrer de rir ou de chorar? Ok, trocadilhos baratos a parte, viemos trazer um review com uma pitada de bom humor à lá Suco.

    Confira também: Death Note: O Filme (2006) | Review

    Antes de mais nada, já deixamos claro que sim, temos plena consciência da enxurrada de críticas em relação ao filme. Eu mesma, particularmente tenho vários “poréns” e ressalvas. Entretanto, vamos fazer diferente. Olhar pelo outro lado da coisa – afinal, há males que vem para o bem, não? Ryuk que o diga :v

    Ryuk em Death Note (Imagem Divulgação)

    [Ps: Aviso de sarcasmo eminente. Por favor, leia com atenção.]

    Primeiro, não consigo não deixar de comentar em como o Ryuk saiu uma mistura de Groot, Freddy Krueger e Cheshire. Sim, um mix bizarro, mas deu para pegar as referências, né? Rs Agora, acredito que ele saiu sim muito tendencioso e um tanto sádico demais para além do que já era. Porém, ainda está dentro do plausível, só americanizado demais haha O espírito trickster dele foi trocado por um meio psicopata, mas vou relevar porque gostei – até que deram um arzinho diferente para ele, mais bicho-papão.

    Só que, vamos lá. É muito simples colocar a culpa no “demônio” da história. Oh, coitado do Light. Foi enganado e corrompido pelo deus do mal. Nananinanão. Essa não vai colar.

    Ok, vamos esclarecer que a maneira que apresentaram a suposta inteligência e esperteza do Light não foi das melhores. Há outros indícios que ele é inteligente sim, mas eles são muito pouco explorados no decorrer do filme – apenas no final, me arrisco dizer. Agora, de fato, filmes hollywoodianos adoram uma vitimização alheia. Um quê de sentimentalismo. O adolescente que perdeu a mãe recentemente, de uma maneira injusta e cruel; o pai ausente e figura de autoridade ironicamente incapacitada de fazer justiça. A escola então, ao invés de lhe dar apoio, somente intensifica o problema e se torna hostil para ele – mais do que já é suposta nessa fase tão conturbada.

    Eis que, milagrosamente, ele recebe um presente. Um poder para fazer justiça, tanto em sua situação desfavorável quanto para seus semelhantes em apuros. Sofredores e vítimas que nem ele. Light, com a melhor das intenções, começa a “corrigir” as injustiças. A começar pelo assassino da mãe. Então, ele sente que finalmente está fazendo o que é correto. É quando, o pobre garoto se depara com sua crush e decide se exibir um pouquinho. A menina, que também se sente perdida e tem suas questões, vê a oportunidade perfeita e se junta a ele – por vezes fazendo a cabeça dele.

    Death Note

    Ok, acho que já deu para pegar um pouco aonde quero chegar.

    Fato é que, assim como o live action de Death Note (2006), o filme da Netflix é uma adaptação. Cabe ao diretor e aos roteiristas decidirem como interpretar e transmitir a mensagem. Enquanto os japoneses geralmente gostam de se manterem fieis as obras com alterações não muito impactantes ou que se distanciem da mesma, Hollywood é conhecida por fazer exatamente ao contrário.

    Para além do quê americano e os padrões que já conhecemos, a proposta do filme era imaginar o que se passaria caso a história de Death Note tivesse ocorrido em solo americano, em outro contexto.

    Pela trilha sonora e aparelhos telefônicos (rs), podemos supor que se passa nos anos 90 que não está tão distante de quando se passa a obra original (mangá: 1993-2010/ anime: 1996-2013). Sou suspeita para falar, mas até que curti as músicas. As letras encaixam e as vezes dão até um ar tragicômico para as cenas.

    Outro personagem-chave muito criticado foi o detetive L. Sou obrigada a admitir que algumas cenas do filme foram desconexas e forçadas, principalmente a sequência referente ao Watari. Porém, acredito que tenha sido uma falha de roteiro e direção, porque no quesito interpretação o ator Lakeith Stanfield está de parabéns. (E olha que sou chata para elogiar alguém.) Sim, L estava vai humanizado, imprudente e alterado. Entretanto, considerando o setting e a proposta, L ganhou um perfil diferenciado e bem colocado. Não foi uma simples cópia da obra original. Sua essência e manias foram preservadas tal como a capacidade de dedução e sagacidade. (Se ainda achar que estou delirando sugiro que assista de novo algumas cenas e dê uma olhada com atenção.

    Lakeith Stanfield como L, Death Note (Imagem Divulgação)

    Qualquer semelhança não é mera coincidência, mas com um toque diferenciado.

    Outro ponto positivo que consegui encontrar foi a atuação e adaptação do pai do Light, James. Quem conseguiu ver um Soichiro Yagami versão ocidental americana levanta a mão? o/ O policial de princípios, que inspirou o filho a ser justo e correto – por mais que esses dois valores tenham sido distorcidos. Bem, me remeteu ao Death Note – The Last Name e acho uma comparação interessante, especialmente a cena final, pai e filho.

    O que comentar de Mia? Que ela ofende o nome de Misa Amane? Maybe. Não sei, mas fiquei bem incomodada em como retrataram ela. Inclusive, acho que o papel dela ficou meio perdido ou ela que era perdida demais? :v

    Mia Sutton em Death Note (Imagem Divulgação)

    Enfim, entre altos e baixos, acho que o filme foi mais do que muitos esperavam e bem menos do que outros queriam. Entretanto, comparando com as demais adaptações que temos de obras japonesas para uma proposta ocidental acho que essa valeu o esforço – ainda que os fãs mais fiéis fiquem um tanto ressentidos. Não teve a batalha de gênios que esperávamos, nem o thriller psicológico intenso. Resta nos conformar com o terror/horror pseudo-gore pseudo-suspense pseudo-romance adolescente.

    Para ser otimistas e esperar por adaptações melhores, bora dar 3 copinhos para eles 😀

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