Jacques Cousteau decide pegar suas coisas e viajar o mundo para explorar a imensidão azul, porém toda essa cobiça pelo universo desconhecido dos oceanos acaba afastando o capitão de sua própria família – mesmo ela estando presente em suas viagens.

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A ideia de um documentário com uma pitada de drama cativa nos problemas familiares, destruição ao meio ambiente e ganância, onde tudo isso é superado após um grande acontecimento que choca a maioria dos personagens, um clichê que funcionou perfeitamente.

Audrey Tautou e Lambert Wilson em A Odisseia
Audrey Tautou e Lambert Wilson em A Odisseia (Imagem Divulgação)

A Crise Em Alto Mar

O filme se baseia na história de Jacques Yves Cousteau, antigo marinheiro que ficou famoso por viajar com sua família a bordo do Calypso, um navio usado para pesquisas submarinas, e com essa exploração do fundo do mar, lucrou com filmes que falam sobre a vida marinha.

Mesmo parecendo um documentário, a trama passa bem longe disso, colocando em destaque o extremo egocêntrico que o capitão virou após a fama e da busca insaciada por dinheiro que fez ele se afastar da família, colocando seus filhos em um internato e traindo a própria esposa.

Mesmo que ele tenha grandes feitos em sua carreira que revolucionaram o mundo do cinema e da biologia, o cativante do filme são as crises familiares em alto mar e o modo como ele ignora como se fosse nada. Se isso foi realmente inspirado no já falecido Jacques, o “capitão planeta” não foi uma pessoa tão boa assim.

Lambert Wilson em A Odisseia
Lambert Wilson em A Odisseia (Imagem Divulgação)

Roteiro Bem Construído

Toda a linha de roteiro bem amarrada flui sem problemas se bem dirigida junto a grande atuações, A Odisséia não foi diferente. O filme francês têm sua ideia bem simplificada, sem se apegar a qualquer personagem, junto com aqueles movimentos de câmera onde a tela fica tudo tremida, mas que trouxe um ar meio saudosista.

Visto ao início do cinema francês, mesmo em tempos modernos, eles ainda utilizam essa prática, passa um ar de filme cult ou algo assim, mesmo que seja apenas por causa de um investimento menor, essa prática é bem charmosa.

O maior destaque do filme, felizmente é um marco na vida real. O capitão começou um movimento em defesa ao meio ambiente, a qual lutam até hoje, e que em cena ficou realmente a melhor parte do filme pela questão filosófica, o modo como é colocado, faz aquele que assistir, parar e refletir depois do filme referente à caças de baleias, petrolíferas e lixo jogado no mar.

Pierre NImey em A Odisseia
Pierre NImey em A Odisseia (Imagem Divulgação)

Simplicidade de Conflitos

Tramas francesas estão em um mundo à parte do cinema; dificilmente você vê um grande investimento nos seus filmes, mantendo os antigos padrões que ainda cativam o público, mas que é bem provável que possa se tornar um fracasso de bilheteria, o que é de certa forma injusto.

A Odisséia não é o filme que muitos irão assistir, mas os poucos irão amar o que verão em tela, a velha simplicidade dos conflitos de um ser humano, diante a descobertas e riquezas, com aquela mensagem de alerta para o público sobre o meio ambiente.

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A Odisseia
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
a-odisseia-reviewO aventureiro oceânico e cineasta francês Jacques-Yves Cousteau (Lambert Wilson) embarca em uma grande viagem com sua família na embarcação Calypso. Com o passar dos anos, no entanto, seu amor pelo mundo submerso - e suas possibilidades de negócios - relega a segundo plano a mulher (Audrey Tautou) e os filhos. Quando cresce, Phillippe (Pierre Niney) volta a bordo apesar da péssima relação com o pai e os dois precisam superar todas as diferenças e mágoas para sobreviver em alto-mar.