Nos dias 7, 8 e 9 de julho de 2017 aconteceu o 20º Festival do Japão, no São Paulo Expo, com dezenas de atrações, concurso Miss Nikkey, cosplays, comidas típicas de mais de 40 províncias e associações beneficentes, além dos estandes de empresas ligadas à cultura japonesa.
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Em um evento deste porte, muitos braços são necessários, não é mesmo? Pois fique sabendo o que o maior festival da cultura japonesa fora do Japão é este, sendo organizado e construído basicamente por voluntários. Todo aquele pessoal das barraquinhas de comida, o pessoal de hapi verde, azul, vermelho, branco e os artistas, todos eles, trabalharam não só naqueles dias, mas por meses, preparando cada detalhe apenas para que nós pudéssemos desfrutar um pouco do Japão aqui mesmo no Brasil.
Tudo começou em 1998, na Marquise do Ibirapuera. Com apoio da Prefeitura de São Paulo, o Kenren (Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil) comemorou os 90 anos da imigração japonesa no Brasil, com intuito de divulgar a cultura por aqui.
A partir de então, todos os anos, sem interrupção, as associações se uniram para continuar este trabalho, que foi atraindo cada vez mais público, sendo necessário mudar de local – passou pelo estacionamento da Assembleia Legislativa e desde 2005 no centro de exposições, onde está até hoje.
Por todos estes anos, o festival tem como objetivo a divulgação da cultura e das tradições japonesas e o apoio às entidades assistenciais, como a Kodomo-no-Sono (entidade sem fins lucrativos voltada à assistência e amparo às pessoas com necessidades especiais) e a Kibô-no-iê (instituição sem fins lucrativos com sede em Itaquaquecetuba especializada no trato de pessoas com deficiência intelectual).
Um dos elementos muito fortes na cultura japonesa é justamente este sentimento de comunidade, a consciência de que com um pouco de ajuda de cada um, é possível realizar coisas grandiosas. Ao ver os “vermelhinhos” no metrô Jabaquara, por exemplo, você viu alguém que dedicou pelo menos um tempinho que seja e um tanto de esforço para o evento. Se você comeu um okonomiyaki, você provou da dedicação de pessoas que estão preparando as conservas desde maio (e quem teve a oportunidade de conversar com alguém das barracas, deve ter percebido o orgulho de cada um por fazer parte desta festa).
Viu o estande de quimonos das senhoras da cerimônia do chá? Elas fazem o bazar (com preços ótimos, só para constar) apenas uma vez ao ano, sempre no Festival do Japão – mesmo que isso exija muito esforço. Não é à toa que muitas pessoas aguardam ansiosamente, todos os anos, para vivenciar isso tudo.
E um detalhe muito legal disso tudo é que qualquer pessoa, descendente de japoneses ou não, pode contribuir. Como voluntário do Festival do Japão, além de ficar ainda mais perto da cultura, você tem a oportunidade de praticar a gentileza, a atenção com as crianças, com os portadores de necessidades especiais, com os idosos – sem brincadeira, deve ser uma das maiores concentrações de senhorinhas e senhorzinhos, a maioria com mais disposição que eu e você juntos, mas que ainda assim precisam de cuidados redobrados. O voluntário está lá para ajudar a proporcionar o ambiente mais agradável possível para os visitantes, com respeito e alegria.
O convite ao voluntariado é aberto a todos, sem distinção, desde que tenha muita vontade de trabalhar. Desde o início do ano são abertas as inscrições que, apesar de não “reprovar” ninguém, auxilia a equipe organizadora no controle de quantas pessoas estarão ajudando em cada turno. Não há um trabalho específico, a maioria dos voluntários passa um tempo em cada setor, aumentando a oportunidade de conhecer áreas diferentes, pessoas novas e nunca ficar entediado – afinal, a ideia também é se divertir, mesmo trabalhando!
Perdeu o Festival do Japão deste ano? Pode se programar para 2018, os preparativos já começaram e as comemorações prometem – será o aniversário de 110 ano de imigração japonesa no Brasil. 😉