Até que ponto o amor pode fazer frente às intermitências de uma maldição? É explorando essa ideia que o estúdio J.C. Staff – Shokugeki no Souma, Golden Time – adapta a sensível e melancólica obra da artista Inoue: The Duke of Death and His Maid (Shinigami Bocchan to Kuro Maid).
Fadado a conviver com a maldição que tira a vida de tudo aquilo que ele toca, Inoue nos apresenta o seu personagem Duque, ou Bocchan – como segue a pronuncia.
Melancólico, e talvez um pouco descrente das possibilidades do cessar dessa maldição que lhe foi imposta por uma bruxa, aqui Duque assume a função de narrador autodiegético – conta a própria história, possibilitando assim os vários monólogos internos presentes na obra.
Alice, seu amor e empregada que é sempre alertada por Duque sobre não tocá-lo, é a outra ponta que sustenta a história, e embora em alguns momentos Inoue aposte nos atos sensuais provocativos da personagem para balançar o coração do Duque, não chega a ser considerado um alarmante fanservice.
Outros personagens coadjuvantes aparecem para criar pequenos conflitos: o amigo de infância que vê em Duque uma aberração e a mãe que apesar de demonstrar certa tirania, mantêm esperanças de que o filho rompera com a maldição e retornara para ela.
A mansão para qual foi enviado por ordens da mãe, em certos momentos apresenta um clima hora melancólico, hora vivido e tudo contrastando com a sutil trilha sonora e o humor de Duque e Alice.
Inoue se valida do tema (amor x maldição) apresentando o assunto do dia-a-dia do pequeno e melancólico Duque e sua empregada Alice e seus atos sensuais para só então trazer a mensagem de que: o amor mesmo que sem um toque pode fazer frente a uma maldição.