Uns quase cinco anos desde sua magnífica estreia em 2017, The Ancient Magus Bride foi uma das melhores histórias daquele ano. Mas passado tanto tempo e com mudança de estúdio, faz sentido esboçar o Primeiro Gole de sua segunda temporada quando nunca sequer falamos do anime aqui antes? (Vejam bem, do anime. Do mangá já falamos aqui sim).
Não se acanhem. Dar dá, e aqui vão uns porquês neste Primeiro Gole!
Na Academia de Magia
A segunda temporada de Mahoyome (fiquemos com esse nome para resumir Mahoutsukai no Yome, por favor) inicia um capítulo completamente novo e diferente. Ou seja, sem dependências cruciais de alguma informação da primeira temporada para entender o que está acontecendo. E para os exaltados, um pouco de calma.
É claro que saber de antemão quem é Chise e Elias e acompanhar todo o processo de amadurecimento e autoaceitação da Chise e seu entrosamento com o mago Elias é um diferencial, lógico. Porém, tudo isso é apresentado e concluído na primeira temporada, de modo que a Chise que nos é apresentada nesta nova temporada é uma pessoa completamente diferente da garota frágil que estreou em anime em 2017.
O que acontece aqui e que é um diferencial para um nicho bastante devoto às histórias de magia, é que a segunda temporada de Mahoyome se apresenta como um discípulo fiel de Harry Potter. Se a referência desagrada, seja por qual razão for, quanto a isto nada posso fazer. Mas a coisa chega ao ponto de termos três gatas que fazem o papel do chapéu que decide a qual casa de magia você irá pertencer. Além disso, Mahoyome tem sua própria Sonserina e Grifinória. E aulas de magia que quase terminam em desastres, graças ao mau temperamento de um tipo Malfoy da vida que se acha demais. E o Elias nessa aula acaba sendo o Snape da vez.
O Estudo da Magia
E a apresentação da magia como um estudo, cultivado ao longo de gerações e gerações de diferentes linhagens de magos e feiticeiros aproxima bastante Mahoyome de um anime do naipe de Lord El-Melloi II’s Case Files, a versão em anime mais dedicada ao mundo da Torre do Relógio, núcleo do Nasuverse.
Esse mesmo Nasurverse é o responsável pela franquia Fate, mas que também conta com séries como Kara no Kyoukai, Tsukihime e Mahoutsukai no Yoru. E todas essas séries tem em comum a menção, direta ou indireta, à Torre do Relógio e sua associações de magos, ávidos em se aprofundar nos mistérios da magia.
Tanto esse universo quanto Mahoyome fazem uma distinção interessante entre diferentes tipos de “magia”. Há a diferença de “mahou” e “majutsu”. Mahou é magia, tanto quanto Mahou Shoujo são garotas mágicas. Mas majutsu pega um pouco no nosso pé. Ela é traduzida como “magecraft”, que poderia ser entendida como feitiçaria. Mas feitiçaria já tem palavra própria, “sorcery”. Então majutsu significaria algo literalmente como “artes mágicas”. Um derivado de elementos mágicos dominado e modificado por mãos humanas, mas que não é magia em si, algo do domínio das fadas, das criaturas sobrenaturais e daqueles se lançaram para além do mundo natural.
Cara Nova, Cara Fiél
Quando o cartaz da nova temporada foi anunciado, alguns temeram pela troca de estúdio. O Wit Studio, bem conceituado, fez um excelente trabalho em 2017, e como bem diz o ditado, não se mexe em time que está ganhando. Mas pelo o que pudemos ver até aqui, o trabalho do novo Studio Kafka merece um voto de confiança. Visualmente, a segunda temporada de Mahoyome continua um esplendor; e a decisão de aproximar a arte do anime com o traço original do mangá deu mais certo do que o esperado!
Para todo amante, curioso e praticante (?) de magia, este anime merece e muito sua atenção! Aqueles que sofrem de severa amnésia, como eu, podem se sentir em paz por não lembrarem de um detalhe ou três, ou de um nome ou dez. E quem tomar a decisão de assistir tudo desde o começo, queira apertar seus cintos, pois The Ancient Magus Bride é uma montanha russa de emoções!