Neste artigo, pretendo exemplificar de forma linear e histórica minha relação com cada uma que passaram em minha vida gamer. Sem me ater tanto em dados técnicos, focarei no apelo mais “emocional” e nostálgico da experiência.
Responsável por gerar e enviar imagens, a Placa de Vídeo é hoje um dos itens mais importantes para quem busca uma máquina de alto desempenho e rodar jogos de última geração.
Seja com adaptadores de vídeo integrados ou placas dedicadas, a aceleração gráfica nos jogos surgiu como uma alternativa aos consoles em meados da década de 90 (com a S3 e ATI. por exemplo), onde propiciava gráficos 2D tão bem modelados quanto de um hardware da Nintendo ou SEGA, por exemplo.
RIVA 128
Minha história com os games no PC se inicia no finalzinho de 1999, com um Intel Celeron 366 MHz, um modelo de entrada na época, mas que conduzia muito bem nas tarefas diárias da escola e em rodar os jogos da época.
Rivalizando com alguns modelos onboard da Intel, minha primeira aceleradora gráfica foi da NVIDIA, uma RIVA 128 ZX soldada na placa mãe da PC-CHIPS, com 8 MB de memória para vídeo, seja gráficos 2D ou 3D.
Apesar de parecer pouco os 8 MB se comparados aos modelos de 6 GB ou 12 GB – ou mais – de hoje em dia, era possível ter uma performance extremamente satisfatória com os jogos mais pesados na época, como Heroes of Might and Magic III, Diablo 2, Counter-Strike, e depois com Warcraft 3, este último, uma revolução gráfica para a Indústria e colírio aos meus olhos.
FX 5200
Alguns anos se passaram e com o advento de placas dedicadas AGP e fora do padrão onboard, novas tecnologias também atualizavam como o Direct 3D e DirectX, até chegar a GeForce 5 Series, na qual escolhi o modelo FX 5200, a placa mais vendida na época e muito popular nos PC de entrada.
De 2004 até 2008, abandonei o universo dos consoles e me dediquei exclusivamente aos PCs, onde joguei clássicos como Grand Theft Auto: Vice City (e depois San Andreas), World of Warcraft, Need For Speed Underground, e tantos outros.
Um fato marcante nesta época é popularização do SLI, criada pela 3Dfx (e adquirida pela NVIDIA Em 2004), que consistia em ligar duas placas de vídeo ao mesmo tempo. A “queridinha” da vez era a 6600GT, combinando tecnologias e resfriamentos invejados na época – principalmente pela concorrência.
Ostracismo e o retorno pro Onboard
É fato que muitos de nós acabam em uma época de estudos ou desistências de hobbies. Seja com um instrumento ou idioma, há momentos que passamos a nos dedicar a poucas coisas e foi o que aconteceu comigo entre 2008 e 2012.
Com a Faculdade e estágio/trabalho tomando meu tempo pelo dia, os games foram deixados um pouco de lado e apenas jogava na casa dos amigos, lan-houses (nas poucas que restavam) e emuladores. Cheguei até ter um console portátil Nintendo na época, mais para cobrir alguns buracos tediosos do expediente diário, mas nada que me fizesse ter AQUELA vontade de ser “gamer” novamente.
É nesse período que acabo utilizando apenas o gráfico onboard de Processadores, que basicamente servia apenas para “dar vídeo”, emular jogos antigos e… só. Em minha memória, o cenário trazia a ATI a frente da NVIDIA com preços mais competitivos, até o “lado verde da força” ganhar espaço pós série 400 e 500, em meados de 2010.
GTX 650
O que me fez voltar ao mundo PC Gamer? Diablo 3! Para quem me conhece, sabe que a franquia Diablo é uma das minhas preferidas e com o lançamento do terceiro capítulo em 2012, não demorou muito para que juntasse um dinheiro para adquirir novamente uma Placa de Vídeo dedicada.
A NVIDIA GTX 650 foi a primeira placa PCI Express que tive, além de que foi no momento de transição do monitor tubo para o LED – por sinal, que utilizo até os dias de hoje. Jogos como Tomb Raider (2013), Grand Theft Auto V, Middle-Earth: Shadow of Mordor e Assassin’s Creed IV: Black Flag, são os que trazem uma linda memória, fora o salto gráfico de quase cinco anos que me marcaram.
Vale lembrar que o PlayStation 4 e Xbox One saíram nesta janela, o que me trazia a sensação de estar acompanhando de perto a Indústria de Games novamente.
GTX 960
Chegou o momento em que eu quis dar uma passo maior e ficar a frente dos consoles da época. Foi em 2016 que resolvi sair do modelo de entrada x50 para um intermediário x60 da NVIDIA, passando a ter uma experiência superior aos jogos dos consoles na época, com qualidade Alta (ou máxima) e 60 quadros por segundo.
Em paralelo com o ápice dos gráficos em 1080p, muitas melhorias de hardware foram aplicadas, não só para dar um melhor vislumbre ao jogador ao aumentar drasticamente os clocks de operação e diminuição de transistores, como também investiram na melhor usabilidade e experiência do usuário.
Com isso, as streamings começaram a se popularizar junto ao mercado de eSports, e o boom das criptomoedas também influenciou na mineração, tornando o ano de 2017 difícil para o consumidor comum, já que as placas de vídeo se tornaram escassas ou muito caras.
E assim, chega em mais um momento de transição…
RTX 2060
Até o ano de 2020, tudo caminhava de forma comum e corrente. A minha NVIDIA GTX 960 suportava os jogos recentes na qualidade Média ou Alta, sem nenhum problema. Com a aproximação da nova geração de consoles, o PlayStation 5 e Xbox Series X|S elevaram o patamar drasticamente de um dia para o outro.
Watch Dogs Legion. Assassin’s Creed Valhalla. Cyberpunk 2077. Estes foram os três jogos que me fizeram passar para a NVIDIA RTX 2060 na Black Friday daquele ano, triplicando a performance em taxa de quadros, memória de vídeo e processamento gráfico.
E o tal do Ray Tracing? Com as placas Turing, da família RTX 20, traz o suporte ao DXR (DirectX Raytracing), uma extensão do DX12 dedicada para inteligência artificial – que utiliza os núcleos Tensor. A primeira vista, não me chamou em nada minha atenção nos jogos, já que o trabalho visto em Watch Dogs Legion, por exemplo, já é muito bacana com as sombras e luzes fixas.
Com mais de três meses de jogatinas, e mais jogos testados, vide Control e The Medium, a experiência se torna estranha quando ao passar num vidro não ter um reflexo de Ray Tracing. Não parece real.
É bem provável que a Indústria vá inserir a tecnologia da NVIDIA ou AMD em grande parte dos jogos, que ao meu ver é um caminho sem volta, como um filtro que você ativa nas configurações ou um V-Sync da vida.
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