No mundo cinéfilo, é normal um filme ter sua popularidade apenas por causa de um nome forte no elenco ou direção.
Mas quando o longa é dirigido pelo Ruy Guerra e têm como protagonista Tony Ramos, os olhos de todos viram em direção à essa trama.
Quase Memória não só mostra a presença de um nome forte no mundo dos artistas, como mais uma vez deixa claro o poder de direção de Guerra, um filme quase impecável com tudo perfeito nos mínimos detalhes.
O Jornalista Carlos
O filme mostra a história do jornalista Carlos, relembrando as histórias divertidas de seu pai Ernesto, uma trama bem questionável, pois fazer um roteiro baseado apenas em lembranças de um personagem pode parecer interessante… mas não funciona assim.
Se não fosse o diretor e o elenco em geral, o filme seria um desastre, e pela sinopse, o filme aparenta ser monótono, em alguns momentos a trama fica avulsa e quem estiver assistindo se perde junto, mesmo ela estando bem amarrada e facilmente explicada, ainda sim o desinteresse poderia bater, mas nem só de trama amarrada se faz um filme.
Fotografia e efeitos belíssimos
A fotografia do filme é linda, poderia ser considerado o marco mais forte se não fosse a produção em geral, uma mistura de filmagem de cinema com luzes e atuações bem teatrais – te deixa em dúvida se o que está assistindo é um filme em tela ou uma peça de teatro, isso foi sensacional – mesmo sendo bem diferentes, ainda sim há muita semelhança nas duas áreas, e uni-las em tela foi um impacto positivo.
Mesmo sabendo do talento de Tony Ramos, rasgar elogios para ele seria um pleonasmo, mais uma vez brilhante, porém deve-se destacar os outros nomes como João Miguel, Charles Fricks, Antonio Pedro, Mariana Ximenes, e entre outros, o elenco não teve Um se destacando, mas sim Todos eles dividindo o mesmo holofote, o que tornou a grande surpresa do filme.
Absorção e Recepção
Não é possível dizer que o filme seja fraco apenas pela trama, pois o conjunto de direção, atuação e fotografia e edição foram o que fez essa história ser bem contada, absorvida e muito bem recebida
Um roteiro mais profundo e denso que o esperado com a junção de cinema e teatro produzido em tela, somado a um elenco acima de nota dez, faz com que Quase Memória seja um filme incrível, reflexivo e tocante em alguns pontos.
Estão de parabéns toda a produção e envolvidos que arriscaram uma ideia tão pouco atrativa mas que funciona perfeitamente.
ÁLBUM COLETIVA
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