Na falta de criatividade de Hollywood onde reboots e remake são a moda do cinema, o ceticismo quanto a um bom filme reina no emocional de todos. Por isso, para resgatar a carga emocional do que já foi assistido anos atrás, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio não só traz a carga emocional, como engrandece e respeita o que essa franquia já trouxe para as telonas, imortalizando Terminator como um dos melhores personagens da sétima arte!
Saindo faísca da tela dos cinemas!
A história é conhecida, praticamente a mesma já contada no primeiro e segundo filme, isso quanto ao desenvolvimento, mas com pontos diferentes que te prendem do início ao fim, um ritmo balanceado para rechear a história com cada detalhe que constrói o velho ciclo Terminator.
Ação a mil por hora que não te deixa respirar, porradaria de sair faísca, uma destruição quase que gratuita que te dá vontade de gritar de tão lindo e maravilhoso – para quem nunca viu, lembre do game Just Cause, é literalmente aquele nível de explosão absurda e destruição extrapolada – o nível brucutu de um filme de ação a qual os amantes do gênero vão se sentir respeitados, toda a violência por parte de todos os personagens chega a ser vibrante e marcante para mais uma geração.
Ação e Humanidade de Terminator
As barrigas do roteiro pode incomodar quem espera unicamente ação, mas se mostra importante para te dar um chão a pisar, algo que te mostra o que está acontecendo e porque toda essa destruição, enquanto as outras são conflitos de um passado sombrio, mais precisamente o que sequencia O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final, ou seja, toda barriga do roteiro trazem a reflexão do dito posto destino sombrio, toda a guerra entre humanos e máquinas e como pode ser evitado, a construção da trama se prende aos diálogos e plots que movimentam o roteiro para frente e gera a cena de ação. No conjunto da obra, o filme se mostra algo fantástico e maravilhoso, facilmente o melhor filme de ação do ano até agora.
Existe uma entrevista de James Cameron dizendo que apenas o primeiro e o segundo Exterminador do Futuro importam, fazendo desse o terceiro filme da franquia. Todos os outros foram ignorados por completo, tanto que gera um debate sobre toda a filosofia Ghost in the Shell que rodeia o Terminator (Arnold Schwarzenegger). Esse é o maior ponto do filme, todos estão familiarizados com o Terminator sendo aquela máquina assassina, programada para matar e cumprir sua missão, aqui se vê um Terminator aposentado, quase que pacífico e entendendo o que é empatia, humanidade e valor familiar, e por ser uma máquina, entender tudo isso é diferente de sentir. Isso traz uma reflexão importante que engrandece o Terminator além de sua violência e isso acontece graças a melhor personagem desse filme.
As Mulheres Detonam!
Por mais que no fim de Exterminador do Futuro: Destino Sombrio ela some na trama, não apaga o que a magnífica Sarah Connor (Linda Hamilton) apresentou em toda obra, a amargura de um mulherão sem limites, sádica, armada até os dentes e superando a si mesma, de uma simples atendente de lanchonete magrinha no primeiro filme, para uma prisioneira sarada e movimentada pela força do ódio no segundo.
Aqui se vê uma Sarah destruída, amarga e rude, trazendo aquela idolatria por personagens tristes e quebrados que normalmente as pessoas têm, ao contrário da Grace (Mackenzie Davis), que é quase uma mãe de tão protetora e sedenta por seu objetivo que se torna quase que o personagem mais insuportável da trama, até acontecer o plot. Isso a engrandece ainda mais e justifica todas as suas ações, mexendo com o emocional de cada um que está assistindo.
Já Dani (Natalia Reyes) ficou “meio jogada” na trama, mas é o personagem que representa a nós mesmos, do nada acontece o conflito e ela está perdida, aos poucos ela entende o que está acontecendo ao decorrer da história, não pelos diálogos e sim pelos acontecimentos. Eis que no fim, tudo faz sentido e algo precisa ser feito, e é a partir dela que é decidido o que fazer, se mostrando uma líder.
Mesmo sendo a mais fraca do grupo visualmente, mas não moralmente, esse trio de mulheres e sua relação é a amarra que te prende na trama, seja ela uma ação sem limites ou diálogos trabalhados, a única coisa que é desenvolvido é empatia e respeito, não existe amor, contudo existe ternura, uma certa profundeza que pode ser absorvida ao assistir essa história extraordinária.
O Novo Exterminador
O novo Terminator vilão, interpretado por Gabriel Luna, se mostra um ser completamente sereno até sair matando geral sem dó. Eis que aquela cara de simpático não passa de uma máscara e se mostra uma grande ameaça, tão forte e indestrutível que te joga de volta a aquele momento onde você vibra e sente toda a aflição.
Tudo de forma bem equilibrada e perfeitamente trabalhada para uma das melhores franquias da sétima arte e facilmente o melhor filme de ação no ano de 2019, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio se junta a Mad Max: Estrada da Fúria e Creed como os melhores remakes/retomadas de franquia da história do cinema. Não só respeita o fã antigo, como conquistará novos fãs.