Já faz um bom tempo que não realizamos um TOP SUCO. Com o Dia Internacional da Mulher – 8 de março – achamos que seria interessante mais uma matéria dentro deste contexto e trazemos para vocês as Mulheres que Representam nos ANIMES. Lembrando que já realizamos outros tops como Eu Amo Minha Mãe e Garotas Super Poderosas, contendo personagens icônicos deste maravilhoso universo dos animes.
Realizamos uma pesquisa para este TOP SUCO mais que especial. Tudo isso porquê não queríamos apenas uma personagem “forte” ou “poderosa”, mas sim uma personagem com certa representatividade dentro do contexto trabalhado no anime em que se encontra.
Lembrando que já citamos diversas outras personagens em outros tops – principalmente as mais “famosonas” – o que dá um gostinho especial para este Mulheres que Representam nos ANIMES, já que citamos aí diversas personagens pouco conhecidas ou “underrateds”. Sem mais delongas, vamos ao que interessa!
Lady Oscar, da série A Rosa de Versalhes de 1972, merece uma menção honrosa pelas suas características pessoais – tão incríveis que fizeram com que ela se tornasse protagonista de um mangá que a princípio não era para tê-la como tal. Lady Oscar é filha do comandante da Guarda Real, o qual, não conseguindo ter um filho homem para herdar seu cargo, decide criar sua sexta filha como um homem – ensinando-lhe habilidades como combate e luta de espadas. Essa filha é Lady Oscar. Assim, aos 14 anos, ela passa a liderar a guarda de Maria Antoniete. Além de ser excepcional militar, a personagem se destaca pela sua integridade de princípios, mesmo em meio ao universo turbulento da aristocracia francesa, além de ser uma pioneira nas discussões de gênero em mangá shoujo.
Usagi Tsukino, da série Sailor Moon, conhecida e querida de muitos desde a infância no mundo todo, merece uma menção honrosa pelo que representou para jovens mulheres do mundo todo. Quando é incumbida com a missão inesperada de proteger o mundo das forças do mal, Usagi é apenas uma garota chorona, com notas ruins, dificuldade para emagrecer, crushes não-correspondidos e uma série de defeitos, além de fácil de se identificar pelos seus hobbies como ler mangás e jogar videogames. Mas são suas características boas – como suas fortes amizades, sua compaixão e bondade – que a levam a ter sucesso em sua luta e amadurecer, tornando-se uma verdadeira princesa. Assim, Usagi – bem como as demais personagens da série – se destacam pelo desenvolvimento de personagem, e pela sua representatividade para jovens garotas do mundo todo.
O anime Neon Genesis Evangelion sempre foi considerado por si só, uma desconstrução de clichês. Dentro deste contexto, podemos refletir quanto a tópicos como: “fanservice é sempre um ato anti-feminista?” ou mesmo “Seria Evangelion um anime feminista sob a ótica de um homem?”. Para quem não conhece a personagem, ela pilota um mecha gigantesco, luta contra monstros gigantes – denominados angels – e serve como base de pesquisa para sabermos mais sobre a existência da humanidade. Por sinal, ela é MEGA introspectiva e age muito mais com seu lado racional – o que faz muita gente pensar que ela é submissa – e por estar neste limiar de “o que é certo ou não”, ela fica com nossa décima colocação.
9. Youko Nakajima
Construção de personagem. Desenvolvimento de uma mulher e realização de uma vida. Estas são as características básicas de Twelve Kingdoms (Juuni Kokuki), onde temos no início da animação uma frágil personagem domada pela sociedade, habituada ao bullying e que sempre sofreu com suas diferenças, para se tornar a única e memorável Youko. Para quem busca uma história de fantasia protagonizada por uma mulher, está aí nossa recomendação.
8. Sarasa
Apesar do anime (Legend of Basara) cobrir muito pouco dos 107 capítulos do mangá, é gratificante ver uma animação que preza em demonstrar não só o poder feminino, como também a sua atuação de protagonismo, desconstruindo clichês do tipo “a mulher precisa ser salva sempre”, por exemplo. Atualmente é possível comparar Sarasa a uma Furiosa de Mad Max, tudo isso devido a sua capacidade de liderança e de como supera os problemas que encontra, como por exemplo a destruição e perda de seu irmão, culminando na personagem cortar o cabelo e assumir a identidade de seu ente querido, já que ele era considerado a única esperança daquele povo.
7. Sally Yumeno
Poderíamos citar diversas mahou shoujos neste top, mas resolvemos deixar este lugarzinho especial para a querida bruxinha Sally. Um dos primeiros animes a serem produzidos (exibido entre 66 e 68), Sally The Witch mostra a jovem querendo sair do Reino Mágico para viver suas travessuras aqui na Terra. Com toda certeza, um marco para animação japonesa e mundial, junto com sua contemporânea Safiri de A Princesa e o Cavaleiro.
6. Marika Kato
Aqui temos um anime baseado na light novel de Yuichi Sasamoto, denominada Bodacious Space Pirates ou Piratas do Espaço de Mini-Saia. E aqui é que está a pegadinha, pois não deve-se julgar pelo título e vou lhes explicar do porquê. Na história temos Marika, uma estudante que vive em uma distante galáxia e que descobre que seu falecido pai deixou uma grande espaço nave, e quem pode herdar tal transporte é um descendente direto, ou seja, a protagonista aqui. E o que traz de especial? Apesar de ter alguns fanservices e pitadas de sexualização, Bodacious Space Pirates trata sobre o relacionamento entre duas garotas e mais, tudo de forma natural, verdadeira e SEM objetificação. Outro detalhe é que o cast de personagens é feito quase que exclusivamente de mulheres, o que acaba dando referências em como uma comunidade feminina funciona e como uma líder feminina pode surgir diante dos problemas a se resolver numa comitiva estelar.
5. Yukari Hayasaka
Considerada uma heroína, na narrativa josei ‘Paradise Kiss’ de Ai Yazawa – e que se tornou um anime com 12 episódios – temos Yukari, uma garota que acaba vivendo o dia a dia num grupinho de moda da escola Yazawa Gakuen. O que torna interessante a trama é a abordagem dos padrões de estética na sociedade e a identidade de gênero, com a personagem transsexual Isabella. A animação é uma boa para se discutir pontos como “a mulher tomar decisões por causa de um homem, ainda é considerada uma série feminista?” Bom, aí vai nossa dica e qualquer coisa, deixem seus comentários.
4. Nadia la Arwall
Nadia and the Secret of the Blue Water (Fushigi no umi no Nadia) é mais um trampo original da Gainax na lista, agora com uma inspiração em 20 Mil Léguas Submarinas de Júlio Verne, que conta com o character design e diretor de Evangelio, Sadamoto e Hideaki Anno, respectivamente e outro detalhe, tem o argumento do mestre Hayao Miyazaki. O que torna Nadia e seu anime tão especial? Representatividade e protagonismo.
3. Utena
Aqui, o argumento é bem simples: Quando criança, Utena ganhou um anel de um príncipe que lhe salvou e mais, o cara prometeu vir buscá-la para ela viver um conto de fadas. Até aí tudo bem não é? Só que ao invés da garota esperar e se conformar com seu futuro pretendente, ela acaba virando “O Príncipe”, vestindo uniformes masculinos e confrontando todo o tipo de misoginia. Além disso, o anime trata com questões sobre o racismo e identidade de gênero, e o melhor que eu considero a cerejinha do bolo: Desconstrói todo o conceito do “conto de fadas”.
2. Balsa
Apesar de não ser uma série de toda original – baseada no livro de mesmo nome, Seirei no Moribito – temos aqui uma das maiores pérolas da Production I.G. e do diretor Kenji Kamiyama (Jin-Roh, Akira e Blood: The Last Vampire), onde temos a protagonista Balsa em sua jornada de salvar vidas em busca do perdão para seus pecados. Quebrando diversos esteriótipos, temos uma das personagens mais ricas e poderosas – em todos os sentidos – dos animes e quanto a trama, o ponto alto aqui é com relação ao tratamento de diferentes raças e culturas dentro de uma sociedade. *Às vezes tenho a impressão de que Korra é inspirada nesta personagem.
1. Michiko Malandro
E aí, você nunca assistiu Michiko e Hatchin? Não, não é sobre Atchim e Espirro ou algo do tipo, mas sim, um dos animes mais “brazukas” já feitos (até porquê os produtores viajaram até o Rio de Janeiro, Recife e Olinda para terem referências) e conta com uma dupla de protagonistas – daí o nome. Juntas, elas vivem dentro de um contexto que demonstra os abusos da sociedade e seus problemas com o racismo; E aí é que está a magia, em como elas lidam com tais problemas dentro de situações onde a mulher é marginalizada e objetificada por seus trajes.