Fim da temporada das premiações, agora começa aqueles filmes que poderiam aparecer nas lista para o próximo ano, sempre a mesma história, dessa vez a produção está na Netflix, Monstro, traz o drama de um garoto acusado por um crime que não cometeu, diante ao racismo explícito pela desconfiança de um negro ser acusado de homicídio, o filme traz uma lição de moral importantíssima que consegue sobrepor a linguagem arrastada de filme de tribunal, mesmo dando umas tropeçadas no meio do caminho, temos aqui um belíssimo filme.

Filme de tribunal tende a ser um dos subgêneros mais chatos de assistir, se não tiver uma direção firme e um bom roteiro, pode jogar tudo fora. Mas quando tudo é bem trabalhado, tende a ser um dos melhores subgêneros do cinema, em Monstro todo arco roda no protagonista Steve (Kelvin Harisson), um estudante apaixonado por cinema que esteve no lugar errado e na hora errada, por mais apagado que apareça no início, aos poucos engrandece com os acontecimentos até o crime ocorrido e interagindo com pessoas de seu círculo. Todo jogo de diálogos com a advogada, a família e até o presidiário se torna um grande amadurecimento pessoal transmitido como uma grande lição de moral para o público, contudo esse desenvolvimento têm um problemas quase que graves.

Certos momentos em que a narração entra pareceu mais uma explicação da cena do que algo mais útil, em paralelo a narração desaparece e deixa de existir até o final do filme, na qual a ela joga a reflexão e faz desse filme, se tornando algo maior, muito mais atrativo e importante, mas ficou um tanto bagunçado, porque a ausência e a finalização dela foi algo sensacional, mas explicar a cena é nos chamar de burros, visualmente é possível entende-las, principalmente quando seu “amigo” King (ASAP Rocky) aparece em tela sendo cheio de si e se engrandecendo acima dos outros.

Era possível enxergar o quanto ele era uma pessoa errada, não precisava ser narrado, e isso se mostrou destacável porque do meio para o fim o filme soube trabalhar isso, deixou rolar a trama, e teve coisa mostrada que não foi necessário narrar, nitidamente se entende ao assistir a cena, faltou organização na direção, mas pela bela trama apresentada, conseguiu entregar um belo filme.

O roteiro se equilibra entre ser um filme totalmente cult e um simples filme de tribunal, esse equilíbrio pode incomodar os mais cult e também os haters. Muitos vão achar que o filme não se decide, mas na minha opinião ele não precisa se decidir, ele é meio a meio, se vê o que é o racismo quando um jovem negro é acusado por um crime que ele nem sequer fez, mas é acusado só por olharem na cara dele, em paralelo a narrativa de tribunal onde se joga com diálogos para trabalhar o drama do filme e toda a situação de acusação do garoto, bem amarrado para nos manter preso no filme. Por mais maçante que o subgênero já se mostra normalmente, aqui a linguagem foi bem trabalhada, o desenvolvimento fluiu dentro daquele ritmo arrastado e soube mexer com nosso emocional e nos conquistar com essa bela obra.

Defeitos podem ser notados, mas não condenam o conjunto, Monstro têm seus tropeços, mas entrega um grandiosa obra não só gostosa de assistir, como agoniante e dramática em história, nos trazendo uma forte mensagem de uma situação constrangedora por estar no lugar errado, mas ser julgado de qualquer jeito por causa da cor, não é o filme mais marcante sobre o que é racismo, mas soma às grandes obras sobre o assunto e se coloca importante para ensinar sobre a luta racial.

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REVIEW
Monstro
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
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