Uma das grandes atrações do Anime Friends foi a presença de Mika Kobayashi, intérprete de canções de animes como Blue Exorcist, Kill La Kill, Shingeki no Kyojin, Seraph of the End, Nanatsu no Taizai, entre tantos outros.
É com muito prazer que apresentamos para vocês mais uma entrevista exclusiva com a cantora que recentemente lançou seu trabalho “Mika Typo Ro“, perguntando sobre sua experiência no Brasil e de trabalhar com compositores como Hiroyuki Sawano. Vamos lá!
Qual foi o detalhe que mais te chamou a atenção durante sua visita ao Brasil?
O que mais me impressionou foi uma pessoa fazendo malabarismo no meio da estrada. Mas, o que mais me surpreendeu foi que eu vi o moço indo até um carro e pedindo dinheiro após a sua apresentação. Isso não é algo que se vê comumente por aqui no Japão. Fiquei realmente surpresa.
Você já conhecia algum músico brasileiro ou alguma canção brasileira em especial?
Se você tiver algum músico no qual recomenda, deixe me saber! Meus futuros objetivos é poder colaborar com artistas dos países no qual visitei. E sabendo que tenho isto em mente, pretendo voltar mais vezes para o Brasil. Ano que vem e até no ano que vem do que vem (nos próximos 2 anos).
E quanto a nossa culinária? O que você conseguiu experimentar e o que você ainda gostaria de provar?
Eu acabei ficando em um hotel para japoneses e não pude desfrutar da culinária brasileira.
Gosto de comer, então da próxima vez quero comer muita comida brasileira.
Foi uma quebra de expectativa pegar um inverno desses no país famoso por seu clima tropical?
Fiquei surpresa com a noite fria, já o almoço foi tão quente quanto o verão do Japão. Ter vivenciado a quebra de temperatura em um único dia foi uma sensação estranha.
Você cantou “Crescent”, que apareceu em Sengoku Basara: Ongaku Emaki. Qual é a sensação, como japonesa, ao ver personagens da história de seu país protagonizando histórias épicas para além dos livros de história?”
Fico realmente feliz de que a história do meu país possa ser representada através de uma animação. Gostaria muito que os estrangeiros se interessassem e procurassem entender toda a história do Japão. Neste sentido, achei que o anime “Sengoku Basara” é algo muito valioso para a introdução da nossa cultura.
Em 2016, você mencionou as diferenças entre cantar anisongs e suas próprias composições, ao ponto de afirmar que elas eram mutuamente excludentes. O que mais você deseja expressar com sua própria música, além de mostrar “como é ser uma mulher japonesa”?
Acredito que o que move a música é a emoção, que passa a ser uma força motriz para as composições. Tristeza, raiva, frustração e, no meu caso, as emoções negativas são o que me dão força para compor. Não é algo que consigo transmitir facilmente, mas eu sempre busco tentar expressar na música, os sentimentos que todos têm em seus corações.
Como funciona o processo de seleção para trabalhar com o compositor Hiroyuki Sawano e como é trabalhar com ele, visto que ele é um dos compositores mais conhecidos no Brasil em relação ao mundo otaku.
As partes da música de Sawano já chegam praticamente completas, mas mesmo assim é muito divertido de trabalhar com ele. Quanto a seleção dos cantores, antes ele buscava escolher os artistas nas quais tinha mais apego e afinidade. Porém, desde que entrou para a DefSTAR Records (subsidiária da Sony Music Entertainment Japan) passou a selecionar e colaborar com os artistas da mesma gravadora.
Qual é a sensação de ter a sua voz em animes como Kill La Kill, Attack on Titan e Nanatsu no Taizai?
Cada música representa uma luta diferente para nós mesmo. É algo que se sente. Tendo isso em mente, sinto que devo dar o máximo de mim na música, para poder transmitir bem esse sentimento de força. A respeito destas músicas em si, sinto que fiquei mais forte ao cantá-las.
Você aprendeu outras línguas além da sua materna? Porque em Bauklotze você canta em alemão, houve um preparo para interpretar a canção?
Eu realmente gosto da língua japonesa e não tento aprender outras línguas estrangeiras. Na hora de cantar as músicas de idiomas que não entendo, apenas escuto a pronúncia e tento reproduzi-las. O significado da música é tudo traduzido para o japonês, e assim eu tento trazer mais vida, relacionando com o contexto.
Que mensagem você deixaria para a pessoa que deseja seguir carreira na Indústria Musical?
Para alguns artistas, a música pode ser apenas um meio para “negócios” (do verbo negociar), mas acima de tudo isso, é para se salvar e criar um refúgio. Não importa qual seja a situação, continuaremos a fazer e reproduzir as músicas que o nosso público tanto amam!
Agradecimentos: fica aqui nossa gratidão para que esta entrevista fosse possível, junto a Assessoria de Imprensa do Anime Friends, a Nana do JaME Brasil, a Mirta Arizola da JaME World, e a tradução/localização do Henry do Animystic. Claro, toda a simpatia e recepção da Mika Kobayashi também!
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