Em março deste ano, 2018, a Panini trouxe para os leitores do Brasil, Innocent, de Shinichi Sakamoto, serializado e finalizado entre 2013 e 2015 na Young Jump e que conta com 9 volumes publicados pela editora Shueisha.

Eis que tive acesso aos dois primeiros volumes, e lhes trago nossas primeiras impressões, aquela GOLADA tão tradicional aqui do SUCO – voltada especialmente numa análise do primeiro volume da série. Vamos lá!

Liberdade

A história do mangá se passa no século XVIII, época de Revolução Francesa e com base na história de vida de Charles-Henri Sanson vista no livro de Masakatsu Adachi, de uma família tradicional de carrascos reais de Paris, executando mais de três mil pessoas, incluindo títulos da nobreza como Luís XVI na guilhotina.

Prato cheio para quem busca um mangá histórico, e que mostra um trabalho de pesquisa pomposo, Innocent também traz uma trama em “primeira-pessoa” rebuscada e intensa, com Charles; logo em suas primeiras páginas, seus anseios, medos e angústia por ter de seguir os passos de sua família – algo que não deseja – são exemplificados em uma arte fantástica do autor.

Sabe aquele seu filme de época favorito? Têm muito disso por aqui – e dá até para imaginar uma trilha sonora com o folhear das páginas. Abaixo, algumas imagens do Instagram do autor. 

 

Igualdade

Um ponto interessante e um fato que remontam até os dias de hoje é quanto ao peso do dever com a família. Até quando um adolescente ou jovem-adulto deve sujeitar e privar de seus sonhos, liberdade de escolha para seguir os moldes de vida de seus antepassados?

Como se isso não bastasse – e como o pobre coitado do protagonista não têm muita escolha – o abuso (em todos os sentidos) é iminente e frequente com o pobre rapaz. Para permanecer em uma posição social estável, temida e de certa forma respeitada (dos carrascos), não há espaço para mudanças – e tudo é resolvido sob uma pressão psicológica intensa.

Mais uma vez, você se vê ali no personagem – e sofre com ele. O grau de imersão da obra é um ponto-chave do sucesso que angariou por onde foi publicada.

 

Fraternidade

Falando na linguagem dos mangás/quadrinhos, além da exímia arte, a forma de como o roteiro se desenrola também é para elogios. Com pausas, balões e fontes com tamanhos adequados para o momento e o que considerei o mais belo neste aspecto: os quadros de ambiência, com detalhes – desde flora e fauna, como os vestidos mais complexos da realeza – que te transportam para a Paris de 1700.

O primeiro volume terminar com aquele desejo de querer descobrir o futuro do protagonista; sua inocência quebrou, seu destino fora traçado e seu auto-descobrimento está apenas começando.

Innocent é uma leitura que farei com mais carinho – já está garantida em minha coleção – e assim que completar os 9 tomos tankô, um #REVIEW sai por aqui.

innocent manga panini
Primeiro volume de Innocent, pela Panini (Capa Divulgação)

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