Um homem de 45 anos, identificado como Shinji Aoba, confessou nesta terça-feira (5) que foi o autor do incêndio que matou 36 pessoas e feriu outras 32 no estúdio da Kyoto Animation, em Kyoto, no Japão, em 2019.
Aoba, que já era suspeito do crime, foi detido logo após o incêndio e estava em prisão preventiva desde então. Então, seu julgamento começou nesta terça-feira por cinco acusações, incluindo assassinato, tentativa de assassinato, incêndio criminoso, violação de propriedade e violação da lei de controle de armas.
“Está correto, eu fiz (o incêndio)“, declarou Aoba no tribunal de distrito de Kioto, segundo a agência de notícias japonesa Jiji Press. “Não pensei que tantas pessoas morreriam e agora acho que fui longe demais“, ele alegou, comparecendo ao tribunal em uma cadeira de rodas.
Aoba quase morreu em consequência das queimaduras do incêndio e passou várias semanas em coma no hospital. Assim, ele queimou mais de 90% de sua pele e passou por 12 cirurgias de recuperação, segundo o médico responsável pelo atendimento. Também, Aoba precisou de uma intervenção para recuperar a fala.
Em dezembro de 2020, a justiça japonesa indiciou Aoba oficialmente após considerar ele como “mentalmente apto” para o julgamento.
Incêndio na Kyoto Animation
A justiça o acusa de entrar ilegalmente no edifício dos estúdios, espalhar gasolina no térreo e atear fogo, aos gritos de “morram”.
A motivação do crime não é certeza, mas já existe a hipótese de Aoba ter acusado o estúdio de roubar seu trabalho, o que o Kyoto Animation nega.
A Kyoto Animation, mais conhecida como “KyoAni” nasceu em 1981. O tradicional estúdio produz desenhos animados, cria personagens e concebe produtos derivados de suas séries inspiradas de mangás japoneses famosos. Entre suas produções estão “K-ON!“, “A Melancolia de Haruhi Suzumiya” e “Lucky Star”.
Embora a companhia não tenha fama internacional, foi responsável por um trabalho secundário de animação em “Pokémon” e “Winnie the Pooh”.