Hoje, o Suco Apresenta traz a vocês, fiéis leitores, um dos maiores nomes da cena Gothic Lolita do Japão e também, um dos principais nomes do movimento Visual-kei, Mana-sama. Ele, que além de músico/compositor é produtor musical, estilista e modelo!

Mana-sama

Sendo assim, Mana, chamado carinhosamente por seus fãs de Mana-sama, transita facilmente por diversas vertentes do universo artístico. Uma vez que ele é capaz de produzir e gerenciar projetos musicais desde o conceito até o trabalho final, além de também ter sua própria grife de moda gótica.

O músico é conhecido por “viver sua arte”, isso porque Mana vive literalmente com a mesma aparência que aparece no palco. Outro detalhe importante, é que, Mana não fala. Não, ele não é mudo, mas sua timidez não o permite falar, então, sempre que precisa se comunicar sussurra no ouvido dos membros de seus projetos.

Mana-sama, Moi dix Mois
Mana-sama, Moi dix Mois

Então, sua entrada no mundo da arte se deu por seus próprios pais que eram professores de música. Por isso, sua casa vivia cheia de instrumentos musicais e discos de música clássica! Na adolescência, Mana se afeiçoou pelo gênero punk-rock ao conhecer a banda de metal Mötley Crüe, ele até aprendeu a tocar bateria influenciado por Tommy Lee, baterista da banda.

Embora popularizado com uma estética andrógina, quando jovem, o punk-rock causou forte influencia em sua personalidade. Ele costumava dizer que tinha aversão a todas as coisas “femininas” e se descrevia como um “macho destrutivo”. Isso durou até a saída de Mana do colegial em Tóquio, quando ele se mudou para Osaka e começou a estudar música mudou de visual. Ele passou a gostar de roupas femininas e maquiagem.

Ele gostava de roupas femininas porque seus desenhos eram mais divertidos e variados do que o masculino, e então passou a usá-las tanto no palco como fora dele.

RECONHECIMENTO: Malize Mizer & Moi-même-Moitié

Enfim, mesmo com toda sua vocação, Mana abandonou a escola de música! Até hoje, ele acredita fortemente que não existe uma formula de ensino para tal. E mais, para ele, a música deve refletir a sua personalidade e isso é algo que a escola não pode ensinar, mesmo em teorias.

Com uma base musical de berço e, já tendo passado por algumas bandas durante seu período escolar, em agosto de 1992, Mana se juntou ao guitarrista Kozi e ambos iniciaram o que seria a popular banda de visual-kei Malice Mizer. Com a Malize Mizer, Mana ganhou notoriedade na cena musical japonesa. Alguns de seus lançamentos alcançaram o top 3 do Oricon Charts e lhe renderam apresentações no disputado Nippon Budokan.

Malice Mizer, perfil
Malice Mizer, perfil

Por fim, entre diversas mudanças de membros no decorrer do período em atividade, a Malice Mizer entrou em hiato em dezembro de 2001. Depois disso, Mana ainda chegou a se apresentar com alguns dos membros do Malice Mizer nos projeto individuais de cada um.

Então, fissurado na moda Lolita, em 1999, Mana criou a grife ‘Moi-même-Moitié’. O conceito da marca é “Elegant Gothic Lolita Aristocrat Vampire Romance”. Na criação, Mana criou dois novos estilos para a estética gótica: Elegant Gothic Lolita e Elegant Gothic Aristocrat.

Em 2016, a escritora britânica Natasha Scharf citou a ‘Moi-même-Moité’ em seu livro de moda e cultura gótica “The Art of Ghotic”. Além disso, a contribuição de Mana para a moda é reconhecida internacionalmente. Ele é citado em diversos livros de moda lançados na Europa, como “Tokyo Look Book” e “Style Deficit Syndrome”.

Mana Moi-même-Moitié, divulgação
Mana Moi-même-Moitié, divulgação

Lolita x Gótico: Moi dix Mois

Finalmente, dia 19 de março de 2002, no dia do seu aniversário, Mana anunciou seu novo projeto solo, a “banda” Moi dix Mois. Inicialmente, o projeto foi idealizado pela vontade de Mana de não apenas compor, mas também produzir, mixar e entender o processo técnico da música. Mais uma vez, Mana desistiu da ideia, ele realmente não conseguia aceitar as teorias e métodos.

Se existisse uma fórmula física (palpável) de estilos no mundo da arte, eu a destruiria. Certamente, arte é algo que só “eu” posso criar, e eu sempre pensei que eu discordaria se alguém dissesse que a música tem que ser desta ou daquela maneira

Em todo caso, a Moi dix Mois se estabeleceu bem na indústria, afinal, Mana já havia conquistado seu próprio público. Diferente de sua imagem Lolita retratada na Malice Mizer, ele agora abordou um conceito gótico, embora ainda utilizando trajes de Lolita, seu visual é “dark”, quase que sempre utilizando trajes nas cores azul e preto, além de uma face pálida e cores escuras em sua boca.

Moi dix Mois, divulgação
Moi dix Mois, divulgação

Uma curiosidade é que Mana é o único membro fixo do Moi dix Mois, uma vez que, ele além de guitarrista, é compositor e produtor do projeto. Certa vez, em uma entrevista para o CD Japan, ele afirmou: “Moi dix Mois é meu projeto solo, então continuarei a mudar os membros sempre que necessário, dependendo do estilo de música que quero expressar a cada momento”.

Todos os sete álbuns lançados pela Moi dix Mois apareceram no ranking do Oricon charts. A banda também se apresentou em grandes festivais fora do Japão, como por exemplo o Kubana Festival 2014, onde já se apresentaram os artistas Slipknot e The GazettE. Até então, o projeto continua ativo, mesmo que de forma mais morna.

Outras produções & Legado

Entre 2002 e 2004, Mana produziu a banda Scwarz Stein, composta pelos membros Kaya (vocal) e Hora (teclado). A banda se separou em 2004 e ambos os membros seguiram carreira solo. Kaya, por sinal, se tornou muito popular e possui uma carreira consolidada mesmo fora do Japão. Kaya e Mana continuam amigos.

Outro grande mérito de Mana-sama é ser responsável pela produção de estréia da cantora e violoncelista Kanon Wakeshima (2004) da Sony Music Japan. Para Wakeshima, Mana foi responsável por toda a produção, da música até os minimos arranjos e estética visual, o que ele considerou um “ótimo aprendizado”.

Por fim, Mana é quase que um dos percussores na cena visual-kei e ícone da moda gótica japonesa. O site de música japonesa Barks afirma que após Mana aparecer no Malice Mizer, o número de bandas visual kei com membros ‘onnagata’ (Homens que desempenham papéis femininos) aumentou excessivamente. Recentemente, Mana-sama lançou uma coleção de cartas de tarô no qual todas as cartas eram estampadas por um artista da cena visual-kei.

O futuro de Mana-sama e seus projetos pode ser lido da mesma maneira que vemos o artista. Misterioso! Temos de ficar de olho e acompanhar seus próximos passos.

Não da pra esperar ele falar né? (risos)

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