Depois de Gnomeu e Julieta cativar e divertir a todos em 2011, a Paramount Animation junto com a Rocket Pictures produz uma sequência que envolve uma grande referência da literatura que ainda atrai e ao mesmo tempo cansa de todos apelarem para esse personagem.
Sherlock Holmes, ou no caso Sherlock Gnomes, precisa desvendar o mistério do sumiço de anões de jardim nos bairros ingleses. Um filme divertido que funciona em alguns pontos e desagrada em outros, praticamente a mesma coisa vista no primeiro filme, só que piorada.
Objetivo é Divertir?
Para uma animação, espera-se uma trama um tanto simples, onde ela não há grande desenvolvimento, pois o objetivo é divertir o público, porém existe um elemento de um detetive famoso nela, então é necessário ter um pouco de profundidade para ter aquele plot padrão de filmes de suspense investigativo, nesse caso ela é bem fraca mas conclui a meta de diversão.
Como já foi apresentado Gnomeu, Julieta e todos os outros personagens no primeiro filme, não precisam ser desenvolvidos aqui e a construção de novos personagens focam em Sherlock, Watson e o vilão Moriarty, nomes já conhecidos nas antigas histórias do detetive, que aliás para os leitores dos livros, existem referências bem nítidas em tudo que é conhecido da franquia do detetive.
Facilmente reparado, Sherlock têm que ser aquele personagem inteligente, arrogante e racional, o que foi exatamente isso que foi mostrado em tela, logicamente que pareceu um tanto bobo por se tratar de uma animação, e Johnny Depp convenceu bastante em sua atuação de voz, porém o personagem que roubou a cena é o mais bobo e pastelão da história, Moriarty que se mostra um boneco odiador de gnomos!
Chega a ser um vilão óbvio e muitas vezes chato, porém a interpretação de Jamie Demetriou foi espetacular, risadas insanas, discursos fofos, e frases com uma tonalidade tensa e pesada transformou o boneco Moriarty no melhor personagem da trama, e deu vontade de ver mais dele, um melhor desenvolvimento de um dos vilões mais inteligentes e incríveis da literatura e personagem mais impactante e chamativo do filme – mas isso é uma animação blockbuster, o vilão foi mostrado, pouco desenvolvido e se deu mal no final, o clichê do gênero animação infantil.
Ótima Atuação de Voz!
Falando em vozes, com certeza esse é o maior marco do filme, James McAvoy e Emily Blunt foram incríveis mais uma vez, grandes nomes como Maggie Smith e Michael Caine ainda provam o peso de seus nomes em um elenco, Chiwetel Eijofor como Watson foi incrível a ponto de lembrar antigos “Watsons” já apresentados em velhos filmes e até uma pequena apresentação da maravilhosa Mary J. Blige, como sempre espetacular, além de uma grande participação de Ozzy Osbourne, mesmo que o personagem dele não tenha grande desenvolvimento, não deixou a desejar.
Agora trazer o mesmo humor que se baseia na mesma ação e romance dos protagonistas é tão repetitivo que chega a ser um erro, é possível rir de várias cenas, mas não instiga a vontade de assistir ou levar família e amigos, com certeza muitos ainda vão gostar, mas não se compara ao primeiro filme, que não é genial mas foi um sucesso.
Dessa vez quiseram misturar um tema complexo de suspense investigativo com tensões de relacionamento conturbado, tentando transformar em um filme blockbuster divertido para toda a família, claro que existem histórias que funcionaram isso, mas em Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim, ficou uma mistura bagunçada em tela e roteiro que não precisava ser feito, pois tudo está tão escancarado na sua frente que na hora do plot, a surpresa é zero e mesmo quando acontece uma reviravolta a mais, também não funciona porque em filmes tão simplistas assim, é difícil ser profundo e perder o gênero “da massa” que já foi feito no primeiro filme.
São detalhes tão importantes que deve fazer o filme ser gostoso de assistir quando estiver na televisão, o primeiro Gnomeu pareceu ser o suficiente e já satisfazer com uma animação divertida.
Uma boa sequência…
Dito posto, essa sequência foi legal, dá para dar umas risadas, mas desnecessária, poderia ter sido melhor trabalhada, a divisão de complexidade de suspense e simplismo de humor familiar se debateram e atrapalharam a experiência de Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim.
Mas deve-se defender a atuação de voz norte-americana desse filme – que deve inlfuenciar positivamente na dublagem brasileira também!