Um psicopata correndo atrás de adolescentes de férias ou pré formatura deve ser a cartilha mais velha de todas para um filme de terror e só serve de gatilho para começar a trama. Porém, no decorrer da maioria dos filmes do gênero sempre acaba sendo desastroso, com exceção de Freaky: No Corpo de um Assassino, dentro da categoria “terrir”, o novo filme da Universal consegue te vender o terror clichê, brinca com todos os efeitos macabros e flerta com o gore, porém te conquista no humor ao estilo sessão da tarde e extrapola a nível Vince Vaughn de comédia.

O diretor Christopher Landon possui um grande portfólio de filmes de terror, dos mais famosos vem a franquia Atividade Paranormal, em seguida vêm A Morte te dá Parabéns, Viral e outros filmes dessa linha. Infelizmente contém muitos filmes medianos para ruins, o que faz a fama do diretor um pouco negativa e admito que ao ler o nome dele no pôster do filme fez a expectativa cair bastante. Contudo sempre trabalhando ao lado da BH Productions, faz dessa parceria o ponto positivo dos filmes de Christopher, mas agora temos o que pode se chamar de uma redenção do diretor, onde finalmente ele conseguiu trazer um belo equilíbrio entre o terror e a comédia. Qual o segredo? Não ter equilíbrio.

Cenas tensas de perseguição, mortes a nível gore com os objetos menos esperados possível, escrachando a um nível bem trash de morte, porém sem parecer tosco, a construção da cena em paralelo ao visual te joga totalmente em um ambiente de terror assustador com os elementos de trilha pesada, escuridão, sangue e adolescentes gritando, clichê porém funcional, após todo esse prólogo, o filme vira a mesa, 99% do filme vira comédia, orquestrado pelo grande Vince Vaughn, de antagonista a protagonista, sem sobrepor os outros personagens, transformou o filme em um magnífico blockbuster, mantendo aquele 1% de terror, esse o qual se resumiu nas cenas mais gore e sofridas de formas até que imaginadas, mas ainda muito sentidas, Christopher Landon acertou em cheio em Freaky.

Algo que fica para questionamento é o modo como filmes de terror terminam, Freaky foi mais uma vítima disso, deu a entender que aquele ciclo havia se fechado, o que não significa nada em filmes de terror, para espremer até a  última gota de ideias, basta misturar espiritismo, ciência e suspensão de descrença para voltar qualquer slasher de filme de terror, ou simplesmente passar o manto, acredito em um grande sucesso esse filme, mais que A Morte te dá Parabéns e outros dirigidos por Christopher Landon, mesmo com um fim questionável, não fere o roteiro e nem diminui a obra.

Gênero “Terrir” a nível sessão da tarde, mas pelas mortes gore, não se pode dizer que é para todos os públicos, ainda sim Freaky: No Corpo de um Assassino é o filme de “terrir” que faltava para sua lista de filmes e para o portfólio de Christopher Landon. Com certeza todos serão pegos de surpresa, esperando sustos e pulando da cadeira, entretanto terá risos e sorrisos, uma quebra de expectativa que caiu para o lado positivo, salvando o que poderia ser mais um filme repetido de terror, do que poderia ser uma mancha, se tornou um feixe de luz de esperança para bons filmes do diretor.

REVIEW
Freaky: No Corpo de Um Assassino
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
freaky-no-corpo-de-um-assassino-reviewO filme mescla terror com tom de comédia e acompanha 24 horas da vida da adolescente Millie (Kathryn Newton) – que além de tentar sobreviver ao último ano de colégio, agora se tornará alvo de um carniceiro (Vince Vaughn). Após um ataque, Millie descobre que ela e o maníaco trocaram de corpos e ela tem apenas um dia para recuperá-lo. O único problema é que agora ela parece fisicamente com o assassino que é alvo de uma caçada em toda a cidade enquanto ele se parece com uma adolescente de 17 anos, prestes a ir à um baile de formatura. Longa estreia em 10 de dezembro nos cinemas.