Carnaval Glare é um mangá one-shot de autoria de Kazuomi Minatogawa que foi publicado no Brasil pela Nova Sampa.
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O mangá segue a história de Hansel Takamine líder de um esquadrão de caça às bruxas, pelas quais ele nutre um ódio extremo, já que elas foram responsáveis pela morte de sua irmã Gretel.
Em Carnaval Glare as bruxas são definidas como desastre, criaturas possuídas pelos seus fetiches causando desastre, normalmente possuem a forma de algo vivo. E aos mais pervertidinhos que leram fetiche, sinto informar que essa obra é livre para todos os públicos (apesar de exibir um rádio (osso) arrancado do antebraço de uma garotinha).
Uma mitologia de Contos de Fada
No final o mangá deixa a entender que a “religião” dos habitantes daquele mundo é baseada nos contos de fada como: João & Maria, Alice no País das Maravilhas, Sapato Vermelho. Sendo possível traçar um paralelo entre os contos de fada e os salmos bíblicos, onde as bruxas seriam a representação do demônio. Mas só fica subentendido.
Os próprios protagonistas tem nomes relacionados a contos de fada, Hansel & Gretel é o nome original de João & Maria; e Alice vem de Alice no País das Maravilhas, inclusive o visual da personagem bate com a descrição do autor da obra Lewis Carroll, loira, olhos azuis, jovem, vestido azul e branco.
Uma execução de roteiro ruim
A história não é bem contada, o leitor não sente empatia pelos personagens. Hansel e Alice são apresentados como protagonistas da história, mas a motivação de ambos é muito forçada, eles não apresentam dramas bem trabalhados. A conceito das bruxas e das armas usadas para combate-las é mal explicado, a história tá nas ultimas páginas, a batalha final já acabou e ainda tem conceito sendo explicado.
O único personagem com um drama melhor trabalhado se chama Alan Smithee; cujo nome faz referência a um pseudônimo oficial usado por cineastas insatisfeitos com seus trabalhos que desejam não relacionar seu nome ao projeto. Mas mesmo assim não é grandes coisas.
Um desenho confuso e pobre
Mas o maior problema do mangá é a falta de cenários, fica muito difícil entender as cenas de luta já que não sabemos o ambiente no qual os personagens se encontram, o que temos são os personagens desenhados e o fundo branco atrás. O designer das páginas também não ajudam nem um pouco.
Uma ideia boa, um universo promissor, roteiro fraco e mal executado, designer de páginas confuso e um trabalho editorial fraco. E com essa receita temos uma história difícil de ler digna de assinatura do Alan Smithee.