the GALLO (ギャロ lê-se gyaro ou gallinho, para os íntimos) é uma banda japonesa de visual kei, seu estilo se baseia na “sub-vertente” do estilo chamada eroguro que influencia visual, temas, sonoridade, e tudo mais. The GALLO começou gradualmente a partir de 2008. O vocalista JoJo e mais três membros de sua ex-banda, THE SKULL FUCK REVOLVERS, se juntaram e começaram uma banda temporária (ou session band para quem preferir) e se chamaram de JoJo with Tokyo himitsu club (ジョジョwith東京秘密倶楽部). Só se tornaram o the GALLO como nós conhecemos hoje um pouco depois, em 2009.
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Inicialmente a banda contava com JoJo (vocal), Lulu (guitarra), Andy (baixo) e Hikaru (guitarra). Mais tarde, ainda em 2009, o baterista Kaede se juntou a eles. Nos anos de 2012 e 2016 a banda perdeu seus dois guitarristas e desde então a formação da banda é JoJo (vocal), Wajow (guitarra), Nov (guitarra), Andy (baixo) e Kaede (bateria).
O primeiro lançamento oficial da banda como the GALLO foi um CD com três músicas intitulado 無題 (mudai), em maio de 2009. E o primeiro álbum completo foi o “GALLO” com 12 músicas, somente em dezembro de 2013. Até então, o lançamento considerado mais popular da banda é o álbum DIAVOLO, que conta terríveis histórias tanto ero quanto guro contextualizadas no período do Japão Imperial. O CD é de março de 2016, e foi o único deles que entrou para o ranking da Oricon até então (mas apenas em 292ª colocação).
Você já ouviu a palavra do GALLOÍSMO?
No geral, the GALLO ambienta suas músicas na época do Japão Imperial e em ambientes bem marginalizados. A banda fala principalmente a partir da perspectiva dos párias da sociedade, tudo isso usando uma linguagem carregada de elementos eróticos e grotescos. Por exemplo, o álbum DIAVOLO é particularmente ambientado em algum momento entre os anos 30 e o final dos anos 40, quando estavam acontecendo grandes guerras no Japão e no mundo. No álbum inteiro vemos personagens como: prostitutas, demônios, soldados, torturados e torturadores e em lugares como becos, casas de jogos, prostíbulos. É dessa forma que a banda traz suas mensagens para o mundo.
Mas… que mensagens?
Desde o início da banda, há menções a algo que em japonês eles chamam de “kokkeiron” (黒鶏論), cuja tradução literal poderia ser “teoria do galo negro” ou “kokkei shugi” (黒鶏主義), algo como “doutrina do galo negro” e acabou sendo trazido para o ocidente como “galloísmo”.
Galloísmo seria algo como o ideal de mundo da banda, o que eles concordam, discordam, criticam ou enaltecem. Muitas vezes, os membros da banda se colocam como “devoradores de pesadelos”, cuja função seria devorar os pesadelos, pecados e demônios das pessoas e assim absolvê-las (ou condená-las) por seus crimes. Como se fossem mediadores desse galloísmo.
Não só isso, mas como é dito na letra de inma -belphegor- (DIAVOLO, 2016), o galloísmo também “investiga como se organizava o submundo e sua história”, que é basicamente onde eles inserem toda a estética eroguro. O submundo seriam lugares frequentados pelos que estão a margem da sociedade e toda a história é investigada com um viés “erogurizado“, o que é mostrado nas músicas através do contraste, usando DIAVOLO como exemplo mais uma vez, de pessoas ricas que, com todo seu dinheiro, deveriam ser cultas e civilizadas, mas estão nos lugares mais marginalizados da cidade em situações totalmente degradantes humilhando e destratando todos os que estão “abaixo” deles.
Pra deixar um pouco mais leve
Até agora pode ter parecido meio pesado esse negócio de ouvir the GALLO, né?! Mas calma. A cereja do bolo vem agora: os galloboys são meio otaku e isso fica bem claro em seus trabalhos.
Muitas vezes o eroguro vem acompanhado de um toque bem-humorado (muito forte em bandas como cali≠gari). No caso do GALLO, isso acaba vindo de “easter eggs” com elementos de mangá que são colocados principalmente nos clipes.
Um que é certo de você achar em vários dos trabalhos da banda é Jojo’s bizzare adventure. Desde o nome de guerra do vocalista (JoJo = Joshua Joestar), bonecos de ação nos clipes, até visuais visivelmente inspirados.
Em 2020 eles colocaram um vídeo de um cover de Stand Proud, terceira abertura do anime de Jojo’s bizzare adventure.
Regravações
Geralmente nós não gostamos muito quando uma banda regrava uma música, mesmo que nós achemos a primeira versão dela não muito boa, é comum ter um apego pela versão original, é quase como se a banda estivesse cantando a própria música errado. Mas com the GALLO dá para dizer que não funciona bem assim, eles regravaram várias músicas ao longo dos anos e (pode parecer puxa-saquismo mas) geralmente elas ficam muito legais.
Há até músicas com 3 versões, como é o caso de maou -doukoku- (魔王-慟哭-) com versões no álbum LUCIFERO (2016), GALLO (2013) e em seu single homônimo (2011). Em 2019 a banda lançou um best-album chamado kokkeigaku -GALLOXY- (黒鶏学-GALLOXY-) em que quase metade das músicas foram regravadas.
Como se não bastasse, no meio da pandemia a banda lançou a regravação de uma música de quando ainda eram SKULL FUCK REVOLVERS, “kyokutou kaizokudan-shini-” (極東海賊團-神威-), com direito a clipe inédito com participação especial da banda ENSOKU (que é parceira de selo deles).
Achou maneiro? Então vamos juntos até a gallolândia:
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Confira a playlist no Spotify: