Idealizada e escrita por Mylle Silva e com Yoshi Itice na direção de arte, a graphic novel A Samurai é um projeto do Estúdio Manjericão que ganhou vida através do Catarse.
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Dividida em 8 partes, foi distribuída para 8 ilustradores: Yoshi Itice, Vencys Lao, Guilherme Match, Mika Takahashi, Bianca Pinheiro, Herbert Berbert, Leonardo Maciel e Gustavo Borges, que receberam o perfil geral das personagens e uma cor predominante de acordo com o momento da história.
Cada parte possui duas páginas-título que trazem, além do título em português, um kanji escrito em shodô (caligrafia japonesa) por Elcio Y Yokoyama, hexacampeão brasileiro de shodô, que fez também a arte do título do livro – com cada detalhe recebendo tanta atenção, o resultado só poderia ser fantástico.
Da história
A história se passa no Japão, em meados do período Edo, época em que os senhores feudais detinham o poder e eram protegidos pelos seus fiéis samurais.
Michiko, a personagem principal, é uma gueixa que foi vendida ainda pequena para um okiya, o local onde moram e se formam as gueixas.
A história começa com ela acordando no dia em que vai ser levada pelo seu danna, um senhor rico que a sustentará e terá o privilégio de ser o beneficiário exclusivo de seus serviços.
Aparentemente uma delicada e submissa gueixa, Michiko é também o samurai Midori, cuja verdadeira identidade só é compartilhada com seu amigo de infância, Yamada, que lhe dá suporte durante toda sua trajetória.
Logo percebe-se que seu grande objetivo é ser livre, reunir sua família e ter uma vida normal.
O que inicialmente aparenta ser um enredo muito parecido com o de Mulan, mostra-se tão bom e diferente no decorrer da história, fazendo ainda uma ligação com a imigração japonesa no Brasil.
Traços Particulares
A primeira transição de ilustradores pode confundir um pouco os desavisados, pois os traços de cada artista são bastante particulares, porém, a clara separação entre os capítulos e o cuidado em sempre nomear as personagens logo situa o leitor, e o efeito final é de um trabalho extremamente bem feito, com uma riqueza visual fascinante.
Ao final, ainda há algumas páginas com rascunhos e um pouco sobre cada integrante da equipe de A Samurai.
A HQ cabe perfeitamente no gosto de quem aprecia arte, cultura japonesa, determinação feminina, quadrinhos e/ou mangás – apesar de tanta influência japonesa, não é um mangá.
Fica a dica!
Conheci este projeto pela divulgação feita pelo Guilherme Match, que ilustrou um outro trabalho apoiado via Catarse (Daniel e Bianca, por Jorge Uesu) e me deixou tão encantada que me fez acompanhá-lo nas redes sociais.
Fica a dica: acompanhem os trabalhos destas pessoas, frequentemente surgem oportunidades como estas, que a um preço coerente e justo, ajuda o autor a lançar e divulgar suas obras e te garante um exemplar transbordando talento e dedicação.