No evento Anime Friends desse ano tivemos pela primeira vez no Brasil, a presença de um mangaká: Yuji Shiozaki, criador de sucessos como Ikkitousen e Battle Club. Shiozaki-sensei participou de dois dias no evento, sábado (dia 20) fazendo uma palestra e respondendo perguntas e no domingo (dia 21) em uma sessão de autógrafos. A equipe do Suco esteve lá os dois dias e vamos contar o que rolou, mas antes vamos conhecer melhor o cara…
Nascido no ano de 1967 e trabalhando com mangás já há 15 anos, Yuji Shiozaki é ‘mestre dos mestres’ no estilo ‘ecchi’ de mangá, alegrando a vida de muitos garotos (e garotas) ao redor do mundo. Seu primeiro contato com o mangá profissional foi durante a época de faculdade, Shiozaki precisava de uma ‘graninha’ e resolveu participar do concurso anual da gloriosa Shonen Jump, onde ele acabou ganhando e recebendo um convite para publicar por lá, deixando a faculdade e se dedicando totalmente aos quadrinhos. Logo de cara, Shiozaki não deu muito certo por lá e acabou procurando uma nova revista onde pudesse trabalhar livremente com o forte de seus mangás: peitos, peitões, calcinhas e muita porrada! Estabilizado agora na Wani Books, Shiozaki lançou diversos mangás como Zoids Planet Zi, Frontier Roots, Godeath – Megami no Ketsumyaku, Battle Club e seu maior sucesso Ikkitousen. Hoje, Shiozaki-sensei é conhecido e respeitado mundialmente e é uma das principais referencias dentre os artistas do gênero ecchi/fanservice. E, em 2013, ele visitou o Brasil:
Shiozaki-sensei no Anime Friends 2013
Sábado dia 20: Pela primeira vez o Brasil recebe um mangaká! A galera que deu uma lida no artigo ‘A Equipe‘ aqui do Suco sabe que eu, Franja, dou aula de desenho/mangá. Devido a isso, eu estava 2x ansioso para participar da palestra e acabei chegando no local onde seria realizada bem antes do horário marcado… Tinha que garantir o lugar né? Sentado bem na frente, agora tranquilo, depois de algumas horas esperando vem o anúncio que Yuji Shiozaki iria começar sua palestra. Acompanhado de uma tradutora e extremamente simpático, Shiozaki-sensei começou a palestra perguntando ‘Quem aqui pretende desenhar mangá?’ e, muitos empolgado com o momento, levantaram as mãos (eu também, estava feliz igual criança no Natal). Logo em seguida, Shiozaki faz outra pergunta: ‘Quem aqui leu Bakuman?’, e completa dizendo que ‘não é um mangá de minha autoria’, mas afirma que Bakuman é uma obra que mostra exatamente como funciona a produção de um mangá e recomenda a todos. Logo seguida, Shiozaki agradece o convite de vir ao Brasil e afirma ter gostado muito daqui, diz que o Brasil é muito parecido com sua cidade natal no Japão, onde todos são bem alegres e receptíveis, completa dizendo que adorou ‘caipirinha’ (pelo ‘sorrisão’, dava para notar). Antes de abrir para o público fazer perguntas, Shiozaki-sensei conta como começou sua carreia (fato que citei no tópico acima) e um pouco da sua rotina de trabalho: Começando todo dia as 12h, Shiozaki trabalha direto até as 6 da manhã.. O QUÊ?!.. Isso mesmo, o cara trabalha 18 horas por dia. Pensa que é fácil desenhar mangá? Completou dizendo que, todo dia antes de dormir, ele toma uma lata de cerveja e afirmou também, com tom de risada, que sente falta da luz do sol. Shiozaki disse que a rotina de um autor de mangá é muito puxada e que, mesmo viajando para cá, teve que vir desenhando no avião, mas afirmou que gosta muito do que faz. Depois disso, foi aberto para perguntas do público.
Foram feitas diversas perguntas interessantes, começando com ‘Qual seu mangaká favorito?’, Shiozaki preferiu não escolher um único nome, disse que tem diversos autores que admira e seria injusto citar apenas um. Perguntaram qual material o mestre usava para trabalhar, ele respondeu ‘Pena G’ (principal material para arte-finalizar mangá) e nanquim como principal e novamente citou Bakuman como referencia para os materiais. Perguntei a ele se existem alguma recomendação de estudo (desenho) para quem quer começar desenhar mangá, Shiozaki me respondeu que o desenho não é o mais importante e sim a história, tendo um desenho ‘legal’, você por ir melhorando com o tempo. Foram feitas algumas perguntas brincando com o mestre, como ‘Por você escolheu esse estilo de mangá (ecchi)? e ele respondeu ‘Para alegrar garotos como você’, sempre dando risada. Depois das perguntas, Shiozaki desfiou a todos para uma disputa de ‘jo-ken-pô’ (pedra, papel e tesoura), valendo prêmios como posters de Ikkitousen e alguns mangás originais. Perdi de primeira…. não quero falar sobre isso… E, para finalizar, Shiozaki-sensei foi presenteado pela galera da editora Nova Sampa (que publicam Ikkitousen aqui no Brasil e foram os responsáveis por trazer Shiozaki para cá) com uma camiseta da seleção brasileira com o seu nome. Shiozaki agradece e diz ser fã de futebol e gostaria de voltar no ano que vem para ver a Copa. Shiozaki agradeceu a presença de todos e deixou o palco da palestra sendo muito aplaudido pelo público. Foi uma excelente experiência e afirmo que, depois da palestra, fiquei ainda mais fã dos seus trabalhos.
Domingo dia 21: Tarde de autógrafos. Shiozaki-sensei, usando sua camiseta do Brasil, fez a alegria de muitos fãs distribuindo autógrafos com dedicatória. Bellan estava por lá representando o Suco nesse dia e pegou um poster para nós, que está enquadrado aqui na sala de reunião do Suco:
Obras de Yuji Shiozaki
Gostaria de falar bastante sobre as obras de Yuji Shiozaki, mas vou escolher duas em especifico. Vamos lá:
Ikkitousen: Sem dúvidas, esse é o maior sucesso do mestre dos ecchis. Ikkitousen conta a história de antigas jóias que selam espíritos dos heróis que tentaram e falharam em unir a China na era dos Três Reinos. Essas jóias foram espalhadas dentro do Japão e têm o poder de libertar todo o potencial de luta de quem a possuir. Entretanto, seus donos, conhecidos como Toushi, estão possuídos de um apetite insaciável de lutar. Hakufu Sonsaku, a belíssima protagonista, é uma Toushi que tem como único desejo lutar com pessoas fortes, sua mãe percebendo isso, a manda para Tóquio, onde começa a treinar com outros Toushis e põe o pé no caminho do seu destino, que é maior do que imaginava. Ikkitousen tem uma história bem legal, muitos peitos e porrada, vale a pena! Lembrando que Ikkitousen está sendo publicado no Brasil pela editoria Nova Sampa, e se encontra atualmente no volume 4. O mangá ganhou também diversas adaptações para anime, confira a primeira abertura:
Battle Club:
Quando chega o calouro de transferência Mokichi à Acadêmia Swan, ele tem uma chance de começar sua história do zero. Ele tem um plano: Chutar o traseiro dos caras mais durões na escola, para mostrar ser o pior cara do lugar. O problema é que ele acaba se dando mal no primeiro dia. Completamente humilhado, Mokichi junta-se ao clube de luta-livre na esperança de aprender a lutar. Lá ele encontra aliados improváveis, Tamako e Higuchi, duas lindas garotas que batalham com seus corpos suados sobre os tatames. E Mokichi vai precisar de todos os amigos que ele puder conseguir, já que o pessoal do clube de karatê tem uma preferência em especial de “quebrá-lo” sempre que possível. Battle Club leva o conceito fanservice ao ápice, com cenas do tipo ‘Estou atrasada para a escola, vou tirar minha roupa assim posso correr mais rápido’ (What?). É um mangá bem divertido e deve alegrar diversos garotos por ai.
Espero que a visita de Yuji Shiozaki ao Brasil seja a primeira de muitas vezes que um magaká japonês da as caras por aqui. E Shiozaki-sensei, volte sempre!