O mundo dos quadrinhos mantém um padrão de história que se baseia em heróis batendo em vilões e salvando o mundo, o velho clichê de sempre, seja lá qual for a escritora, o desenvolvimento é o mesmo, menos para M. Night Shyamalan.

Dele vem as maiores maluquices que se pode pensar, e por mais confuso e sem coerência com a realidade que seja, ainda consegue fazer sentido em muitos pontos, foi assim em Corpo Fechado, seguiu os mesmos traços em Fragmentado, e em Vidro, a fórmula continua sem mudanças e ainda impressionando a todos.

vidro shyamalan
Vidro (Imagem Divulgação)

Cabeças explodindo mais uma vez

Para um bom cinéfilo, ouvir dizer que um filme do Shyamalan está sendo produzido, é esperar para ter aquelas velhas explosões de cabeça com muitas dores, sempre entregando um filme que se mostra confuso e perdido em desenvolvimento, mas ainda sim construído de forma concreta que o faz ter algum sentido, até apresentar um plot para que todas as peças jogadas em tela se liguem automaticamente em sua cabeça, trazendo aquele choque e te deixando quase que catatônico, porém a dor de cabeça é certa.

Vidro traz de volta personagens já vistos em Corpo Fechado e Fragmentado, apresentando um mundo de certa forma reflexivo, a presença do super heróis no mundo real, questionar se isso não é apenas um distúrbio do ser humano, ou se realmente for super poderes, mas o quanto a sociedade está preparada para saber dessa verdade, um roteiro cheio de camadas que te faz imergir por completo na trama, mesmo com os padrões confusos de Shyamalan, Vidro consegue te deixar atento a tudo do filme até mais que os outros dois já citados, não se tratando de uma história épica e maravilhosa a ponto de idolatria, mas que traz um nível de complexidade que a muito tempo não se vê nesse mar de filmes coloridos em CGIs e sem roteiros, e ainda pode-se dizer que o longa é um universo de super heróis, é loucura no bom sentido da palavra.

vidro shyamalan
Vidro (Imagem Divulgação)

Trio Parada Dura

Um filme que têm Samuel L. Jackson, Bruce Willis e James McAvoy é de parar tudo e contemplar o que está sendo assistido, mas Vidro traz um ponto forte que é algo que dificilmente se vê no mundo dos cinemas: um ator conseguiu apagar os holofotes de Bruce Willis e Samuel L. Jackson!

Se James McAvoy já foi incrível em Fragmentado, ele conseguiu ser ainda melhor em Vidro, um ator fazer 24 personagens diferentes e ficar nítido a diferença em tela é assustador, o nível de talento dele pode ser colocado ao grandes atores de Hollywood, é fora do comum, é sobrenatural, um cara desse está precisando ganhar um prêmio urgente, ter seu nome na calçada da fama, ou vai lá saber o que falta para premiá-lo, este é um filme incrível, mas ele só pode ser chamado assim por causa de uma pessoa, e o nome dele é James McAvoy.

Vidro Shyamalan
Vidro (Imagem Divulgação)

Contemplando a Arte

Vidro é um filme para se contemplar o que é arte de verdade em um roteiro bem desenvolvido, atuações geniais e trama intrigante que te gera milhares de perguntas, pode-se dizer, de forma exagerada, que Shyamalan produziu a melhor trilogia de filmes de heróis do cinema, e só não é chamado assim porque não é cheio de CGI e nenhum herói conhecido está presente em tela

Se Shyamalan fizesse algo muito mais denso e complexo, provavelmente seria lembrado nas premiações, porém, poderia ser esquecido como Aronofsky. De qualquer forma, esse é só o início de 2019, e Vidro pode ser considerado um dos melhores filmes do ano, por mais precoce que seja esse pensamento.

REVIEW
Vidro
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
vidro-reviewM. Night Shyamalan une os acontecimentos e dois de seus filmes de destaque — “Corpo Fechado”, de 2000, da Touchstone Pictures e “Fragmentado”, de 2016, da Universal — em um novo e explosivo suspense dos quadrinhos: “Vidro”. De “Corpo Fechado”, Bruce Willis retorna como David Dunn e Samuel L. Jackson como Elijah Price, também conhecido pelo pseudônimo de Sr. Vidro. Vindos de “Fragmentado” estão James McAvoy, reprisando o papel de Kevin Wendell Crumb e suas múltiplas personalidades, e Anya Taylor-Joy como Casey Cooke, a única sobrevivente de um encontro com a Fera. Depois da conclusão de “Fragmentado”, “Vidro” mostra Dunn em uma série de encontros cada vez mais intensos com a figura super-humana conhecida como a Fera, uma das personalidades de Crumb. Enquanto isso, a presença sombria de Price surge como um orquestrador que guarda segredos críticos para os dois homens. Completando o elenco estelar estão Spencer Treat Clark e Charlayne Woodard, de “Corpo Fechado”, que reprisam seus papéis como o filho de Dunn e a mãe de Price, assim como a vencedora do Globo de Ouro, Sarah Paulson (série American Horror Story). O instigante clímax dos sucessos mundiais é produzido por Shyamalan e Jason Blum da Blumhouse Production, que também produziu os dois filmes anteriores do autor/diretor para a Universal. Eles produzem novamente ao lado de Ashwin Rajan, Marc Bienstock e Steven Schneider, que atua como produtor executivo.