Pergunta-se com frequência: “quanto tempo passamos no celular”? Você é daqueles que já está imerso na tecnologia desde que se entende por gente? Ou você é um pouco mais velho e de repente se viu passando boa parte do seu tempo na internet quando isso nem era algo na sua infância?

Pensando nessas questões, a roteirista e autora Rosana Hermann (Sai de Baixo, Xuxa, Faustão, Vai Que Cola) escreveu o livro “Celular Doce Lar” pela editora Sextante. A intenção é refletir em busca do que ela chama de “Bem Estar Digital”, pesando na balança os prós e os contras da vida digital, um fato na vida de milhões de pessoas.

celular doce lar livro capa

E na Bienal do Livro, Rosana Hermann falou para o público no Auditório Madureira, com um jeito vívido e bem-humorado. Ninguém pode dizer que sua intenção é maldizer ou botar pânico sobre a tecnologia, pois ela própria vive em meio ao público alvo do livro e também já viveu, de um jeito ou de outro, as situações que ela descreve.

Rosana Hermann vem há 30 anos trabalho com roteiros de televisão. A escrita é nitidamente parte de sua vida. Então não é de se espantar que surja alguma preocupação quando ela percebe que cada vez menos pessoas leem, escrevem e interpretam a informação que recebem em mãos.

Mas mais preocupante do que o risco das pessoas se exporem a notícias falsas, Rosana está preocupada com a insatisfação crescente da vida real compara à comodidade da vida virtual. Essa insatisfação pode impulsionar casos de depressão ou de vício em redes sociais, pois a pessoa vai buscando atrelar sua autoestima à sua persona virtual.

Rosana sugere uma mudança de estado ao invés de uma mudança de status. Ela está atenta ao diagnóstico de Zygmunt Bauman sobre a liquidez do nosso mundo sem forma nem base sólida e avisa para a necessidade de sabermos ser “líquidos, sólidos e até gasosos” dependendo da situação da vida.

A mensagem final soa como um livro de auto-ajuda, mas não é esse o caso. O aviso é simples, mas bastante necessário: há vida fora das telas, há vida fora daquilo que a gente se projeta nos nossos perfis. É preciso saber vive-la, para que ambas as experiências, real e virtual, sejam beneficiadas. Esse é a intenção do bem estar digital.

“Celular Doce Lar” está à venda nas principais livrarias.