Começo de dezembro e chegamos naquela época em que tudo é festa e alegria com o final de mais um ano, e sabe o que isso quer dizer? Exatamente, filmes natalinos, e se alguns pensam que nomes icônicos da cultura pop estaria de fora dessa, mero engano, depois do final controverso de Game of Thrones, Emilia Clarke está de volta, dessa vez em um mundo completamente diferente, mais precisamente o nosso, vivendo o que deve ser uma das maiores realidades sentidas na época de Natal, o espirito natalino que contagia nossos corações…ou não.

O Natal não é mais aquele significado bonito e religioso que foi comemorado por muitos anos, ainda que as tradições se mantém em algumas famílias, existem pessoas que não vêem mais sentido toda aquela “alegria contagiante” que transborda em pleno dezembro, e aí entra nossa querida Kate (Emilia Clarke) e sua personalidade desastrada, desiludida e fracassada de uma garota que só amargura problemas familiares, transas casuais e aquele rancor pela felicidade, aos olhos dela, alheia, parece triste, mas é uma grande realidade.

Por mais que seja protagonista, ela chama a atenção pelo quão fora do espírito natalino ela está, mesmo trabalhando em uma loja de enfeites de natal, ainda passando diariamente por toda a cidade que vive essa febre das festividades, não é algo novo em filmes de natal existir personagens que odeiam ou não ligam para as festas de fim de ano, mas com o passar dos anos onde as tradições estão sendo deixadas de lado e todos têm se isolado cada vez mais, Kate é o símbolo do que o natal moderno representa para uma boa parte da sociedade, mais uma festa para socializar com familiares que você nem se quer conversa ou que te conhecem porque aos três anos te deram um pirulito.

Isso sempre se mostra interessante em filmes assim, só que já te joga na cara o que vai acontecer com ela, a famosa redenção, o aprendizado do que realmente simboliza o natal, e toda aquela história de solidariedade e prosperidade dito nos discursos que antecede o brinde, claro que pode parecer algo superficial, mas isso é muito bem trabalhado na trama, por ser uma personagem desconstruída, ela não conseguirá lidar com isso ela mesma, então surge o segundo personagem do filme, Tom (Henry Golding) é aquele que te pega na mão e te leva, dialogando do porquê o espírito natalino é algo importante e maravilhoso, personagem ele que te prende pelo clichê desses filmes, alguém simpático e feliz que te contagia.

uma segunda chance para amar

O jogo de diálogos nesse caso é destaque, pois em uma fórmula batida, espera-se conversas repetidas, muito além disso, certos termos estão presentes, porém brica com simbolismos onde um confronta o outro, a felicidade x amargura, sempre um se mostrando maior que o outro, ou seja, não é porque a mensagem final seja feliz que não possa ter muitos dizeres de desilusão e tristeza, seu emocional está sendo preparado para o espírito natalino desse filme.

Ainda que trabalhem a mesma trama de outros filmes desse gênero, esse consegue conquistar pela simplicidade de algo cheio do espírito natalino, com um plot quase que sombrio e obscuro, beirando a uma explosão de cabeça e seguida de possíveis lágrimas, transformando esse filme em uma experiência magnífica e lição de moral sobre o real significado do natal, guiada por dois personagens bem divergentes e cativantes por suas personalidades, amarguras por um passado desastroso que cai por simples e feliz atitudes, foi o ponto forte e certeiro que te conquista ao apresentar um clichê já vistos em muitos dezembros.

Segunda Chance para Amar pode ser mais um filme de natal, todos vão rotulá-lo pelo trailer e poster do filme, mas julgá-lo dessa forma é um erro e pode ser uma chance desperdiçada de se emocionar com uma linda história sobre amor, falta de empatia, preconceitos e egoísmo que fará muitos vestir a carapuça e se sentir culpado por cada ponto negativo que se destaca em nossas vidas, exemplificadas nessa obra, o “filme de natal do ano” veste esse manto e estampa na frente um “filme lindo de natal” que acolherá a todos nas grandes festividades de final de ano.

REVIEW
Uma Segunda Chance para Amar
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
uma-segunda-chance-para-amar-reviewKate (Emilia Clarke) é uma jovem inglesa cuja vida é uma bagunça. Ela trabalha como elfo em uma loja temática de natal o ano todo. Quando ela conhece Tom (Henry Golding), o que parecia impossível se torna realidade, conforme o rapaz enxerga através de todas as barreiras que ela construiu.