Pré-estreando 2019 no dia 27 de dezembro, na Temporada de Inverno 2019, The Rising of the Shied Hero é um dos isekai mais populares hoje em dia com suas novels e mangás já bem adiantadas para vários capítulos.
A adaptação para anime foi bastante aguardada desde seu anúncio adiantado em quase um ano e sua estreia foi ao mesmo tempo bem recebida e merecedora do “Prêmio Goblin Slayer” de estreia polêmica, atiçando fogo em certos cantos da Internet já no primeiro episódio (por isso o nome do “prêmio”; ele não existe de fato, mas bem que poderia).
A Lenda dos Quatro Heróis
Naofumi Iwatani é o seu típico protagonista de isekai: um otaku antissocial (olá Re:Zero, olá Konosuba). Uma visita na biblioteca transforma sua vida de vez quando ele folheia um livro que conta sobre a lenda de um antigo reino; quando o livro chega nas páginas brancas, Iwatani é invocado e aparece num círculo mágico com mais três rapazes no Reino de Melromarc, o mesmo reino descrito no livro.
Esclarecidos de onde estavam pelos sacerdotes, os quatro rapazes são enviados para uma audiência real onde lá são informados do motivo de terem sido invocados. De tempos em tempos, uma onda de calamidades assola o mundo.
Apenas quatro heróis de outro mundo podem conter a ameaça, cada um usando uma arma diferente: uma espada, uma lança, um arco e um escudo. Iwatani fica com o escudo, logo percebendo um menosprezo por ser digno da pior das armas. Ignorado pelo rei, pelos aventureiros que acompanharão cada herói e pelos outros enviados, ele fica por conta própria quando a gentil princesa Malty Melromarc se voluntaria para acompanhar o herói do escudo.
Pausa no gole: para evitar gosto amargo
Tudo seria um mar de rosas, não tivesse a dona de uma mão que estendeu ajuda guardado uma faca de mentiras com a outra mão. Após a primeira noite juntos, Iwatani acorda despido de todo o seu equipamento e com uma falsa acusação de assédio. Mas ora, como assim falsa? Era a princesa que acusava, pelo amor de Deus! E aos prantos, diante do pai e agarrada a um dos heróis desesperada por socorro. Quem duvidaria de uma pessoa tão desolada?
E… aparentemente foi esse ocorrido no primeiro episódio que causou certo “furor” na internet. Para alguns críticos, a própria possibilidade de uma mulher fazer uma falsa acusação desse tipo era um absurdo que só poderia sair da mente de alguém que odeia mulheres (?)
Essa polêmica pode até merecer um comentário mais detalhado, sim, mas num Review. O propósito aqui são as primeiras impressões de um anime que acabou de começar. Traçar comentários finais para algo que está no início soa totalmente fora de propósito, seja na estreia de Shield Hero ou de Goblin Slayer, onde ali também as carroças correram na frente dos bois.
Então deixemos a história contar a si própria. E voltemos a ela, antes que o gosto amargo na boca piore.
A Ascensão de um Herói Marginal
Exilado e rotulado como um pária por ter cometido o pior dos crimes no Reino de Melromarc, Iwatani começa a se virar como pode para aprimorar sua arma e prepará-la para os tempos sombrios que se aproximam, ainda que sua arma não preste para ataques.
De monstro menor a monstro menor, itens são revertidos em dinheiro que pouco a pouco o permite sobreviver e conseguir algum equipamento até eventualmente conseguir o bastante para comprar um escravo, conseguindo pra si um parceiro que seja obrigado a obedecê-lo, ainda que se trate de um herói imprestável com um escudo.
O traficante de escravos apresenta ao nosso herói uma boa variedade de monstros e meio-humanos, aptos a obedecê-lo mediante um contrato firmado com sangue, que custa a vida do escravo que o desobedecer.
A visita de Iwatani o leva a uma criança frágil e visivelmente fraca, de nome Raphtalia. Mas, ainda não se sabe o porquê, uma gentileza inesperada vinda de um herói corrompido pela desconfiança e pela traição gera um companheirismo do que deveria ser apenas uma relação de senhor-escrava.
Para sobreviver num mundo não tão diferente do nosso
Nesse reino fantástico, há um espaço para a calúnia e para puxadas de tapete que o aproximam demais do mundo real e seus traços nada fantásticos. Para corroborar, foi noticiado há pouco tempo que, segundo o autor de Tate no Yuusha, alguns personagens foram baseados em pessoas que ele conheceu.
Vejamos então o quanto a arte imita a vida neste anime mais do que bem aguardado e, apesar dos pesares, bem recebido.