Rodrigo Folter
    Rodrigo Folter
    Jornalista gamer ou gamer jornalista, as duas características costumam se entrelaçar. Nasci em São Paulo e morei alguns anos no litoral antes de voltar à capital e me formar em Comunicação Social pela FIAM-FAAM. Crio conteúdo sobre games, cinema e tecnologia desde 2017 e fui co-autor do livro "Cinema Virado ao Avesso: Erotismo, Poesia e Devaneios", além de palestrar em algumas universidades de vez em quando. Nas horas vagas estou jogando viajando, jogando Overwatch, LoL ou brincando com meu gato.

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    Tchia | Review

    Contar histórias é uma tradição milenar que entretém, educa, mantém culturas vivas e surpreende. Pensando nisso, Tchia, jogo desenvolvido pela Awaceb, é uma bela surpresa ao retratar uma cultura tão diferente.

    Os fundadores do estúdio, Thierry Boura e Phil Crifo, são originários desse território. Sendo assim, o objetivo e o título buscam mostrar aos jogadores como é explorar as ilhas que compõe o território onde cresceram e alcança o resultado sem esforço. O jogo encanta pela beleza visual e mecânicas.

    Tchia, uma história sobre conexão

    Ao redor das bruxuleantes luzes de uma fogueira feita de pixels, uma senhora começa a narrar a aventura de Tchia. Nesse momento os jogadores são transportados para o início da aventura em uma pequena, charmosa e pacífica ilha.

    Entretanto, a paz não demora muito para acabar e o pai da protagonista é sequestrado, o que a faz descobrir ser capaz de controlar a alma de objetos inanimados e animais, vendo o mundo por outras perspectivas.

    Isso dá início a jornada, em outra ilha, onde você começa a se conectar com os habitantes das ilhas fictícias que compõe o arquipélago. Cada uma delas com personagens diferentes e costumes diferentes, todos baseados na cultura e folclore da Nova Caledônia.

    Conexão com a Nova Caledônia

    É comum reconhecer idiomas quando estamos vendo um filme ou jogando algo, mesmo que você não fale essa língua, já que vivemos em um mundo conectado. Entretanto, a Awaceb tinha uma dificuldade para a produção: a língua Drehu.

    Para contar a questão, a equipe viajou até o local a fim de conhecer de perto a cultura e gravar as falas com habitantes locais, mostrando o cuidado com a representação cultural. Vale a pena conhecer a minissérie da PlayStation que acompanhou os devs.

    Kanak

    A principal influência é o povo indígena Kanak, que compõe maior parte da população local. As vestes, comida, música, dança e artesanato feito com bambus, pedras e madeiras são partes importantes do jogo.

    Principais características de Tchia

    Tchia conta com diversas formas de gameplay: navegação, escalada, soul-jumping, exploração, música, stealth e combate. No entanto, combate é uma das características menos utilizadas, portanto se você espera ação, pode se decepcionar com o jogo.

    A escolha da equipe de desenvolvimento em tirar o foco do combate é um respiro necessário e cai como uma luva em Tchia, permitindo focar no que realmente importa, a exploração e cultura da região.

    Música

    Em diversos momentos o jogo se torna um musical, onde o jogador precisa acertar notas no tempo certo para curtir a experiência e se conectar com os costumes, diferentes em cada ilha que compõe o mapa.

    Tal qual The Last of Us Part II fez em 2020, Tchia permite que o jogador toque as notas utilizando o touchpad do PlayStation, um pequeno de detalhe que torna a experiência mais interessante. No PC, o jogador precisa movimentar o mouse e clicar na hora certa, o que não é tão interativo assim — longe de estragar a experiência.

    Tchia
    Divulgação

    Customização

    Outro ponto interessante do título é a extensa lista de customização: roupas, acessórios e pinturas corporais. Esse aspecto não impacta a gameplay já que não dá atributos, serve apenas como forma de representar a cultura.

    Tchia
    Divulgação

    Tchia e o mundo aberto

    Mundo aberto é um estilo de jogo saturado na indústria e é engraçado falar sobre ele em Tchia. A liberação de áreas controladas pelo inimigo, descobrir pontos de interesse no mapa e segredos estão presentes no jogo da Awaceb.

    Mesmo assim, existe um frescor e o motivo é a mecânica de soul-jumping. Com ela, o jogador pode controlar objetos para interagir com o mundo e navegar por ele de diversas formas.

    Tchia
    Divulgação

    Cada animal tem uma habilidade diferente, que pode ajudar em missões ou chegar de um ponto a outro de diferentes formas. É possível apreciar montanhas, lagos, mares, céu, mangues e mais com as diferentes formas de vida, transformando a experiência em jogo de mundo aberto impactante.

    Veredito

    Tchia é uma experiência refrescante por apresentar uma cultura diferente e faz o jogador se conectar com ela de maneira eficiente. Todas as características do jogo giram em torno da Nova Caledônia e o carinho dos desenvolvedores é sentido em cada uma delas.

    SINOPSE

    Acompanhe Tchia em uma aventura tropical de mundo aberto para resgatar seu pai do tirano Meavora, governante do arquipélago. Escale, plane, nade e navegue seu barco por belas ilhas enquanto explora um mundo aberto de física realista. Enfrente os soldados de pano criados por Meavora em combates livres onde o que manda é a criatividade. Controle qualquer animal ou objeto que encontrar, faça novos amigos e toque seu ukulele. Uma história poética de amadurecimento inspirada na Nova Caledônia.
    Rodrigo Folter
    Rodrigo Folter
    Jornalista gamer ou gamer jornalista, as duas características costumam se entrelaçar. Nasci em São Paulo e morei alguns anos no litoral antes de voltar à capital e me formar em Comunicação Social pela FIAM-FAAM. Crio conteúdo sobre games, cinema e tecnologia desde 2017 e fui co-autor do livro "Cinema Virado ao Avesso: Erotismo, Poesia e Devaneios", além de palestrar em algumas universidades de vez em quando. Nas horas vagas estou jogando viajando, jogando Overwatch, LoL ou brincando com meu gato.

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