Bem-vindos ao Vintage et Underrated, a coluna que une o antigo que não sai de moda e o underground que todo mundo adora, ou deveria. Pra hoje, vamos falar de… ANIME DE BRIGA! Mas não é qualquer anime de briga, é só o clássico dos clássicos de fliperama (e que deu origem a minha web comic favorita, o HQ de Briga, que resume tudo kkkk).
Sobre Street Fighter II
Pensa numa fanfic que simplesmente estourou mesmo ignorando a história original! Eu sei que você pensou na Saga G de CDZ, mas pensa que essa turma aqui veio antes. A ideia genial foi ao ar em 1995, com produção do grupo TAC, que conta ainda com Super Campeões (aquela versão sensacional da copa de 2002) e Viewtiful Joe no portfólio!
Além disso, a direção ficou a cargo de Gisaburō Sugii (Lupin III e Belladonna of Sadness) que já tinha o dom de deixar a gente hipnotizado com as animações em Belladonna of Sadness. Agora, volta a deixar a gente emocionado com cena de dois episódios do Ryu preparando o Hadouken com AQUELA musiquinha clássica. E eu SEI que ela começou a tocar na sua cabeça agora, nem adianta fingir.
Em Terra Brasilis o anime foi ao ar desde 1997 pelo queridíssimo SBT e mais tarde pela Cartoon Network. Inclusive, até hoje tem reprise em uma série de canais da TV aberta e a cabo (e pra quem quiser o online, TEM NA NETFLIX!)
De canônico e louco, todo roteiro tem um pouco
A parte mais divertida dessa versão do Street Fighter é que ele inventa umas coisas que nem a versão americana teve criatividade. Do veneno louco hipnótico que o Vega colocou na Chun Li até a tensão sexual da Camy e do Fei Long, tudo nessa versão é 100% livre interpretação.
É sempre interessante reparar também que, além, é claro, do Ryu aprendendo um monte de coisa num espaço menos que mínimo de tempo, o anime foca bastante nas atividades criminosas da Shadalou.
Quando eu jogava o jogo, não fazia IDEIA de que o Bison tava metido com tráfico de drogas e suborno de político e policial. Foi um escândalo quando eu comecei entender a história, se não fossem os poderes psíquicos, ele ia ser um vilão muito realista (e o Raul Julia ia ter ficado ainda mais sensacional).
Alguns personagens aparecem bem pouco, mas tem uma participação interessante. Por exemplo, os já citados Fei Long e Camy, o Nash (que não tem UM PINGO de similaridade com o do jogo) e o Akuma como um excelente easter egg.
Mais personagens marcantes
No entanto, outros personagens não só aparecem, como possuem arcos de história próprio (claro que nunca focado neles e sim no Ryu e no Ken). Por exemplo, a história do Sagat preso injustamente por causa da Shadalou (nunca perdoarei… Eu fiquei com uma dó do personagem…).
Também, o Dhalsim que não se meteu a besta de encarar arma de fogo, mesmo também tendo um ataque em que vira um lança chamas ambulante. Além disso, temos ele, o salvador da pátria de queixo quadrado e cara de amigo nenhum. O Sargento “montanha de músculos e poucas ideias” Guile (quem foi que teve a ideia de meter o Van Damme pra fazer esse homem no cinema? Isso era papel pro Schwarzenegger com aquele jeitão robótico dele).
Os vilões também aparecem bem. Temos o Vega e seu crush mortal na Chun Li, o Balrog que não é boxeador e só tá querendo matar o pai da menina. Ainda, o queridíssimo Zangief (eu amo esse personagem) morto de pena porque tinha que pegar o Ryu desmaiado na praia.
Preciso falar também dos personagens principais e donos da franquia: Ryu e o Ken. Um é bem aquele garoto do interior, que não sabe absolutamente NADA de inferno nenhum e só quer saber de lutar e ajudar velhinhos na rua. Um amor.
O outro só tem um super poder: Amizade e cartão de crédito ilimitado. Bom, como ele aprendeu o Hadou Shoryuken EU NÃO SEI. Afinal, a única coisa que ele fez foi bater em gente aleatória o desenho todo, apanhar pro Ryu na caverna na Índia e ganhar do Vega na força do protagonismo. Fim.
O Ryu pelo menos deu uma treinada na praia, apanhou na cadeia, conversou o velhinho, fez a task de ir lá na lojinha e ganhar o poster e tal…
Pontos positivos
- Animações super legais em todos os âmbitos
- Enredo que prende bem
- O foco tá no Ryu e no Ken e não no Guile (chupa versão americana)
Pontos negativos
- A Chun Li aparece bem pouco como lutadora mesmo, só no final que ela fica bem foda
- Akuma é só easter egg. Um bom easter egg, mas merecia mais
- Senti mó falta do Blanka
- O anime infelizmente é MUITO curtinho, conta só com 29 episódios
Sinopse: Amigos de longa data, Ryu e Ken saem pelo mundo explorando lugares desconhecidos em busca de aprender artes marciais e encarar novos desafios, mas acabam se deparando com um mal muito maior que eles esperavam.