E vamos com um dos filmes mais esperados do ano, o episódio 8 da franquia espacial mais famosa de todos os tempos, Star Wars: Os Últimos Jedi.
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Por se tratar de uma franquia deste calibre, vamos separar os comentários em dois artigos. Este, a REVIEW como vocês bem conhecem, sem spoilers e com argumentos mais críticos; e outro onde vamos explorar mais as cenas do filme, bem como abordar as mais diversas teorias mirabolantes.
Preparados?
A Força Despertou!
A sequência de O Despertar da Força continua exatamente de onde parou: Rey encontra seu possível mestre e mentor Luke Skywalker; e os rebeldes, mesmo depois de lidar com a Starkiller, ainda tem outras naves da Primeira Ordem para enfrentar.
Encabeçado por JJ Abrams na produção, que volta a dirigir lá no Episódio IX, Os Últimos Jedi tem a liberdade criativa – pelo jeito, total – de Rian Johnson, conhecido por seu ótimo trabalho com Loopers.
Aqui, seja dirigindo ou desenvolvendo o roteiro da trama, temos o Star Wars mais ousado já feito, que sai da caixinha e explora de forma genial diversos elementos que outros tiveram a censura – ou mesmo por medo – em não cinematografar na principal linha de filmes da franquia.
O Retorno de Jedi
Além de termos a saudosa e memorável participação de Carrie Fisher como Leia, Mark Hamill retorna com seu papel de Luke Skywalker; este, recluso em uma ilha – longe de tudo e de todos. E sim, há uma explicação por isso…
Já Daisy Ridley, retorna como Rey, convencendo mais em sua atuação – principalmente nos diversos close de rosto – e John Boyega, mesmo que um pouco mais apagado que no primeiro filme, desenvolve mais um pouco do seu plot individual.
Poe Dameron, interpretado por Oscar Isaac, convence em algumas cenas e desaponta em outras. Pessoalmente, gostaria que ele pilotasse mais naves a ficar na nave. Mas ok, entendo que no decorrer da trama, seu personagem terá uma crescente ainda maior, sendo importante na “reconstrução” dos rebeldes – principalmente depois da Starkiller dizimar alguns planetas.
Outros figurões da franquia retornam e fica aí de curiosidade para quem ainda não assistiu, mas adianto que é bacana ter este tipo de recurso num universo de fantasia, o que dá margem para explicar coisas sem se preocupar com linhas temporais ou “distâncias”.
Novos Personagens
Todo filme Star Wars apresenta uma nova gama de personagens, biomas, robôs e animais/criaturas. É claro que tem muito disso por aqui, e mesmo que a trama em segundo plano não chame tanto a atenção, os novos personagens são carismáticos.
Começando com o mais complexo e interessante em cena, Benicio del Toro faz um ladrão clássico do espaço. Ora você acha que ele tende para um lado, ora para o outro. E além disso, ele é gago! Fica aí a curiosidade em como ele trabalha sua lábia em conseguir as coisas.
Outra personagem que se destaca mais por seu carisma que por suas atitudes e motivações – apesar de ser uma motivação bela e válida – é a Rose, interpretada por Kelly Marie Tran. É a personagem mais kawaii da franquia – pode apostar!
Camada: Força
Em Os Últimos Jedi, temos dois roteiros em comutação, o que justifica um pouco da falta de ritmo nos primeiros atos do filme – falarei disso depois.
Em uma dessas camadas, a mais “protagonista”, é onde temos Rey, Luke e Kylo Ren. No sentido mais abstrato mesmo, o filme trabalha um pouco do Jedi Path, de outros novos conceitos – mas nada de Midichlorians amiguinhos… – e do desenvolvimento destes três personagens, todos ligados entre si.
Alguém aí viu Sense 8? É! Mais ou menos por aí. A começar que ser Jedi, não é só fazer as coisas levitarem – como Rey pensa no início – e também não é, nem de longe, o único poder de um.
Rian Johnson trouxe cenas emblemáticas e muito simbólicas, com jogo de câmera e efeitos práticos que demonstram muito bem estas habilidades tão místicas dos Jedi. É interessante de como o roteiro trabalha até chegar no clímax em união com a outra linha narrativa…
Camada: Rebeldes
É aqui que temos tiroteio, naves, invasões e tudo o que estamos já acostumados com a franquia. É também onde são explorados todos os outros personagens, seja um mais, outros nem tanto, e que parece não ter tanta importância pra trama.
Esse sentimento de que esse plot é desnecessário ou que nem precisaria ser explorado, é um pouco de egoísmo da nossa parte. Talvez lá na frente, seja num Ep. IX, será interessante saber que tivemos uma base de como a estrutura dessa nova fase dos Rebeldes foi construída.
Se foi bem trabalhada e explorada, aí de fato, podemos fazer algumas críticas: principalmente com a personagem Holdo, interpretada brilhantemente por Laura Dern. Algumas de suas ações são questionáveis e até mesmo sua presença no filme é questionável.
O Legado Skywalker
Apesar de termos Rey como um dos pontos focais do filme, Luke e Kylo Ren são os dois personagens que mais se destacam no filme.
O primeiro por todo seu contexto histórico na trama e pela complexidade e profundidade que seu legado ganhou.
Em primeiro lugar fico feliz que seu caminho tenha se distinguido um pouco do que foi o Obi-Wan, o que dá uma “cor” a mais para a franquia, e que mostra que o Sangue Skywalker é diferente dos demais.
Em segundo lugar, por conta dos inúmeros plot-twists, Luke Skywalker protagoniza dois dos diálogos mais memoráveis da franquia e uma das cenas mais épicas vistas nos cinemas. Quem é que berrou no cinema?
Quanto a Kylo Ren, o filme É DELE. Se tivemos aquela decepção de desenvolvimento no Episódio II com Anakin, aqui meu amigo, a coisa é bem diferente. Aquele garoto mimadão – continua mimadão kkk – ganhou uma motivação bem interessante na trama, e não digo que tenha virado um anti-herói, mas que há momentos em que queremos “abraçá-lo. Isso acontece!
Ritmo e Visual
Arrisco em dizer que a fotografia e o visual do filme entra no hall dos melhores de toda a franquia, com batalhas de tirar o fôlego – e com cenas simbólicas que eternizarão na mente da comunidade.
Não perfeito, Os Últimos Jedi desagrada no primeiro e segundo ato, onde cito que as duas camadas estão em desenvolvimento. Se por um lado temos um treinamento, ou quase isso, do outro temos ações dos Rebeldes que não parecem dar em nada. Mas como dito, “parecem”, e sem querer dar spoiler, deixo uma frase icônica do filme: “o melhor professor, é o fracasso”. Depois disso, tudo parece ter sentido!
Agora, o terceiro ato, meu amigo padawan, é o cúmulo da empolgação e da epicidade que nunca se viu em um filme Star Wars. Sério, você vai rir, chorar e berrar no cinema. Não tenha vergonha 😛
Os dois lados da Comunidade
Elogiado por muitos e criticado por poucos, Os Último Jedi é uma obra primorosa que honra todo o legado de George Lucas nos cinemas, conta com todas as características da obra, mas foge da obviedade; um fardo que JJ Abrams aparentava ter, mas que Rian Johnson veio para tomar essas dores – saudáveis, ainda bem.
Se comparado com O Despertar da Força, que traz um tom mais heroico e um protagonismo latente, o Episódio VIII expande o universo para os lados, “engorda” os personagens e o melhor: não sabemos como será o seu desfecho. Há muito pano pra manga!