A banda SiM, estreou no ano de 2004, tendo passado por gravadoras como Sony, Universal Music do Japão e Pony Canyon, com quem assinaram recentemente. Seu estilo ficou conhecido por trazer uma interessante mistura entre reggae e punk.

O último trabalho lançado foi The Rumbling, o tema de abertura da Parte 2 da última temporada de Attack on Titan, onde especificamente nas questões abordadas sobre a música, pedimos ajuda para nossa parceira de longa data, Gabi Xavier. Por sinal, dê uma passada lá no canal dela e confira o vídeo de análise que está muito bacana!

Se quiser saber mais sobre o grupo e sua última composição, confira a entrevista na íntegra!

A Banda

Indiquem uma de suas músicas para pessoas que estão vindo a conhecer vocês agora.

MAH: Eu acho que Sand Castle, você não?

SHOW-HATE: Acredito que Smike In the Sky é a canção certa para as pessoas conhecerem o SiM.

SIN: Eu escolho KiLiNG ME porque é uma música popular.

GODRi: Quero que as pessoas escutem Devil in Your Heart primeiro, porque tornará mais fácil de ouvir as outras.

Existe uma música que cada integrante considera mais marcante dentro da discografia da banda?

MAH: FATHERS. Foi a primeira música que escrevi para outras pessoas.

SHOW-HATE: A música é chamada Vitamin. Nós falamos sobre “Qual o tipo de cenário que nós vemos?”. Foi a primeira música que criamos dessa maneira. Essa canção foi um ponto de virada no nosso estilo de escrita. Passamos ao olhar mais para a letra e nos ternamos conscientes das imagens que estávamos criando. Esse processo criou vida na criação de The Rumbling e estou feliz por termos feito dessa forma. A música em que tudo isso teve início foi Vitamin.

SIN: A música Amy causou uma impressão forte em mim porque foi a primeira a incorporar dubstep.

GODRi: Eu diria Murderer. Logo que me juntei ao SiM, eu era um membro suporte e essa foi a primeira música que tocamos juntos em estúdio. Eu me senti confortável com o jeito que tocamos em conjunto e eu acredito que os outros integrantes também se sentiram assim. Por isso, tenho fortes sentimentos em relação a essa música.

MAH, você considera que a SiM passou por grandes mudanças de 2004 até este momento? Se sim, poderia falar sobre?

MAH: Se você puder imaginar os 17 anos desde que formamos a banda quando eu estava no ensino médio, me casei e tive filhos, você pode ver como as coisas mudaram.

Os Integrantes

Em que momento da vida vocês sentiram que queriam trabalhar com música e como chegaram gênero tocado hoje pela SiM?

MAH: Inicialmente, quando eu tinha cerca de cinco anos de idade, eu queria ser como o Eric Clapton, mas depois, com uns 12 ou 13 anos, eu passei a ouvir Hi-STANDART e fui muito influenciado pelo punk. A música que eu mais ouvia era RANCID, a qual me influenciou em relação ao reggae e ska. Eu comecei a frequentar casas de música ao vivo quando tinha 15 anos. Tendo em vista que minha cidade natal, onde SHOW-HATE e SIN cresceram, era uma meca do surfe, reggae era bastante familiar para mim. Havia muitas bandas de reggae por lá. Então, naturalmente, começamos a incorporar reggae em nossa música.

SHOW-HATE: Eu não segui, mas comecei a estudar piano quando estava no ensino fundamental, depois comecei a tocar guitarra já no ensino médio. Originalmente, eu só ouvia J-Pop, mas nos últimos anos da escola um amigo me recomendou SLIPKNOT e eu fiquei chocado. Eu comecei a escutar esse estilo a partir daí. Para ser honesto, eu não havia escutado reggae antes de entrar no SiM e eu achei difícil da primeira vez que tive contato, mas uma vez que peguei o groove, comecei a me sentir confortável. O mesmo vale par ao punk que se estruturou amplamente para mim quando me juntei à banda.

SIN: Eu comecei a tocar guitarra quando estava no ensino médio por causa do Hi-STANDARD e depois comecei a tocar baixo. Na mesma época, eu comecei a ouvir Rage Against The Machine e Red Hot Chilli Peppers, também tive influência de Korn e Limp BIZKIT.

GODRi: Eu me apaixonei por músicas folk quando estava no ensino fundamental e pegava emprestado o violão do meu pai para praticar. Quando estava no ensino médio, formei uma banda com meus amigos e nos perguntamos quem tocaria qual parte. E eu só entrei nessa, pensei: vou tentar tocar bateria.  Comecei a tocar bateria e copiei muitas músicas de J-Pop que eram populares naquela época. O primeiro estilo que me apaixonei foi punk melódico (esse gênero provavelmente só é entendido por pessoas do Japão). Eu peguei emprestado um álbum do Bob Marley de um dos meus seniores que estava na banda e ele me disse: “Se você gosta de punk, tente ouvir reggae.” E foi assim que comecei a gostar de rock com elementos de reggae, como Insolence. Depois disso, eu pensei que gostaria de poder tocar em uma banda como aquela o tempo todo. Posteriormente, acabei assistindo ao SiM performando em uma casa de shows. Naquela época, suas músicas eram mais carregadas de elementos de reggae do que agora, o que ia ao encontro do que eu queria tocar. Depois, eu fiz contato com os integrantes da banda e realmente me juntei a eles.

Se vocês não fossem musicistas, com o que trabalhariam?

MAH: Eu seria um lutador profissional. Eu amava tanto luta profissional que eu realmente queria trabalhar com isso quando estava no ensino médio.

SHOW-HATE: Eu sou um chef. Eu estava, inicialmente, dividido entre o caminho da música e da cozinha.

SIN: Eu gosto de roupas, então eu imagino que estaria na indústria de roupas.

GODRi: Quando eu penso sobre o que eu gostaria de fazer além da música agora, eu gostaria de ser um ator ou dublador. Quando assisto filmes e animes eu penso que é realmente legal atuar em algo. Quando assisti Attack on Titan eu achei que os dubladores fizeram um trabalho maravilhoso. É tão legal que eles consigam atuar tão bem somente com suas vozes. Acho muito legal.

Quais seus hobbies atualmente?

MAH: Apex Legends. É um jogo.

SHOW-HATE: Eu só jogo Apex também.

SIN: Eu estou com COVID, então eu tenho ficado em casa. Recentemente comprei um quebra-cabeça de 1000 peças e um do Attack on Titan saiu recentemente, então estou trabalhando nisso.

GODRi: Karaokê. Eu gosto de cantar. Eu não tenho mais saído com todos, mas quando a pandemia melhorar, eu gostaria de sair muito novamente.

Vocês podem nos contar sobre a escolha dos nomes artísticos de vocês?

MAH: É um apelido japonês muito tradicional, imagino que seja como chamar um Matthew de Matt em outros países. Algo do tipo.

SHOW-HATE: Eu estive em uma banda com MAH, antes do SiM, e nós estávamos conversando e dizendo SHOW-HATE (ao invés de Shouhei, que é o nome original). Quando fizemos nosso website, temporariamente usamos esse nome. Então, quando foi ao ar, eu pensei “Oh, eu sou SHOW-HATE”, e foi daí que veio o nome. Uma vez um estrangeiro me perguntou “SHOW-HATE? Ahahahaha!” Fico feliz que tenham se lembrado.

SIN: As pessoas a minha volta me chamam de SHIN, então eu tirei o “H” já que SHIN é bastante comum e troquei para SIN.

GODRi: Eu participava de uma banda durante o ensino médio e havia um comediante japonês chamado Gori. O estilo de cabelo que eu usava na época era parecido com o dele. Então, meus amigos de banda disseram: Você tem o corte de cabelo como o do Gori. Desde então, passei a ser chamado de Gori. Quando me juntei ao SiM, mudei para GODRi porque eu gosto do GODZILLA e eu fui “forçado” a ler como Gori.

A Carreira

Como a pandemia impactou na rotina do grupo? Como tem sido o trabalho desde então?

MAH: Nós costumávamos apresentar mais de 100 shows por ano, então nós basicamente ficávamos juntos como grupo o tempo inteiro, mas nos últimos dois anos, os shows caíram para cerca de 1/3. Então sinto que nós conversamos mais quando nos reunimos porque temos menos oportunidade de ver uns aos outros. Acho que a atmosfera melhorou muito. Não foi de todo o mal, eu acho. Ainda assim, eu quero fazer muitas performances ao vivo.

Existe uma memória especial de algo que ocorreu durante um show?

MAH: …….. Eu quebrei meu dente no microfone.

Também teve um incidente com SHOW-HATE. Ele estava segurando a  guitarra e girou, a ponta da guitarra ficou presa na cabeça  do nosso agente, fazendo ele sangrar bastante.

Há planos para turnês no futuro?

MAH: Com certeza, eu gostaria de ir a vários países performar ao vivo.

Quais as expectativas para essa nova fase dentro de uma nova gravadora? Houve um motivo em especial para essa mudança?

MAH: Eu acredito que foi graças à Pony Canyon que nós pudemos nos envolver com um trabalho grande como Attack on Titan. Juntos, podemos fazer além do que o que é viável estando sozinhos, que é criar música e fazer shows da melhor forma possível. Então, espero que nós possamos ganhar algo ainda maior unidos.

The Rumbling

Como o processo para compor uma música de abertura começa? Vocês receberam alguma orientação quanto ao tema do estúdio ou de Isayama?

MAH: Primeiramente, eu sou fã do mangá Attack on Titan e Show-Hate que é fã do anime, fez uma demo com cerca de quatro músicas. A produção do anime escutou e deu opiniões como “Eu quero que seja mais devastador” ou “Eu quero que essa parte fique”. Antes de compor a música, perguntamos primeiro ao diretor que tipo de sensação ele queria. Então, eu adicionei as letras com base nas minhas impressões do mangá e perguntei se estava boa. Então, consultei os diretores em relação a letra e outros aspectos da história.

A letra de The Rumbling parece ser contada de uma perspectiva. É possível dizer que seria o ponto de vista de Eren?

MAH: Não é só o ponto de vista de Eren.

Quando eu olho os comentários que as pessoas escrevem, eu acho que há dois mal-entendidos: um é que a música foi escrita inteiramente sob o ponto de vista de uma pessoa. O outro, é que a música relata um certo momento, ou seja, uma data e horário específico. Por exemplo, a primeira linha poderia ser escrita do ponto de vista de qualquer um e a próxima linha, por outra pessoa. Em termos de tempo, a letra pode ser pensada como palavras que foram sendo adicionadas pouco a pouco ao longo dos anos. Eu acredito que a forma mais adequada de pensar a letra dessa música é justamente que ela foi escrita gradualmente desde o início da história. É o que eu acho.

Algum dos membros da banda acompanhava Shingeki (Attack on Titan) antes do pedido pela abertura?

MAH: Eu tinha lido o mangá.

SHOW-HATE: Eu primeiro assisti o anime e depois li o mangá.

SIN: Eu assisti o anime e li o mangá também.

GODRi: É claro que eu sabia do trabalho, mas eu não havia lido o mangá ou assistido o nome no início. Porém, quando recebemos o projeto dessa música, eu assisti o anime pela primeira vez e fiquei chocado porque era insanamente bom. “Por que eu não assisti isso antes?”. Fiquei muito impressionado. Depois disso, li o mangá até o fim e acredito que se tornou meu trabalho favorito de todos os tempos.

SiM e o Brasil

Deixem um recado para seus fãs brasileiros!

MAH: Eu tenho recebido comentários de pessoas do Brasil, dizendo que eles gostam da banda a muito tempo. Quando nós lançamos EXiSTENCE, uma música do Rage of Bahamut, alguém me mandou uma mensagem dizendo que tatuou a letra! Eu espero que ele esteja ouvindo The Rumbling. Lol. Eu gostaria de fazer um show algum dia.

SHOW-HATE: Pessoas do Brasil têm me pedido para fazer um show a bastante tempo também. Nunca fui para o Brasil antes, mas agora que lançamos The Rumbling e muitas pessoas estão escutando, sinto que minha voz está se espalhando cada vez mais. Então eu espero ir o quanto antes, apesar da situação com o COVID. Então, por favor, esperem por esse momento.

SIN: Eu nunca estive no Brasil, gostaria de ir até aí e performar ao vivo.

GODRi: Pessoalmente, eu sinto que os brasileiros têm sensibilidade ao ritmo. E como eu toco bateria, eu ficaria muito feliz se as pessoas puderem sentir algo com nossa performance. Eu também gostaria de continuar esculpindo nosso ritmo para que possa ser propriamente transmitindo para os brasileiros para que ressoe em seus corações.

Se ainda não conhece, confira a música The Rumbling:


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