E mais uma vez o forte racismo estrutural, enraizado na história dos Estados Unidos faz outra vítima. O assassinato de George Floyd pelo um policial branco Derek Chauvin desencadeou uma série de protestos em Minneapolis e foi crescendo até tomar mais de 140 cidades nos EUA (E agora na Europa e no Brasil também). A última vez que protestos assim aconteceram nos Estados Unidos foi em 1968, após o assassinato do líder de direitos civis Martin Luther King Jr.

Mesmo com Trump e as autoridades locais impondo toques de recolher e acionando a Guarda Nacional (força militar que os EUA reservam para emergências) para tentar abafar os protestos, as pessoas não se calaram e as manifestações já duram quase uma semana. A todos que não estão nos Estados Unidos, mas querem ajudar na luta contra o racismo, uma medida que pode ser feita de qualquer lugar do mundo é assinar as petições e se possível doar dinheiro através do site Ways To Help (Modos de Ajudar).

Além de toda e qualquer ajuda material que você possa fazer, a melhor e mais eficaz ação que pode ser tomada é a educação. Ao refletir mais sobre o assunto, você pode compreender a história do mundo e em como os eventos do passado refletem na vida de pessoas negras nos dias de hoje, com isso também é possível concientizar as pessoas a sua volta. Dito isso, segue uma lista com séries e documentários para você entender mais sobre o racismo e as lutas das pessoas negras. Antes de começar, quero dizer que não, eu não sou negra, mas espero poder ajudar na luta contra o racismo de todas as formas que eu puder, se todos nós fizermos a nossa parte, não deixaremos espaço para o preconceito crescer.

A 13ª Emenda

https://www.youtube.com/watch?v=h4uGff8OScM

“A 13ª emenda da Constituição [Americana] torna inconstitucional alguém ser mantido como escravo. Há exceções, incluindo os criminosos. Essa brecha foi imediatamente explorada […]. O que aconteceu foi uma rápida transição para o mito da criminalidade negra”. O documentário original da Netflix dirigido por Ava Duvernay traz o contexto histórico da violência policial e o encarceramento em massa de pessoas negras como fonte de mão de obra no Estados Unidos na visão de diversos estudiosos, ativistas e políticos.

Olhos Que Condenam 

Você já deve ter ouvido o ditado “Quem não deve, não teme”, mas quem é negro sabe muito bem que a história não é assim. A mini série de 4 episódios, também dirigida por Ava Duvernay, acompanha a grande injustiça que assolou a vida de 5 adolescentes americanos, marcando-os para sempre. 1 garoto hispânico e 4 negros enfrentam o duro julgamento de um crime, mesmo não tendo absolutamente nenhuma evidencia que os ligassem a vítima. Apesar da história toda parecer absurda, o caso dos Cinco do Central Park aconteceu em 1989, pouco mais de 30 anos atrás e é tão recente que em alguns episódios podemos ver nos noticiários com depoimentos reais feitos por Donald Trump.

O Menino Que Descobriu o Vento

Trazendo agora a África, nesse filme baseado em fatos reais podemos ver o quanto as reminiscencias do período colonial imperialista ainda afetam o continente. É claro que a história da comunidade negra não tem apenas coisas ruins e apesar de toda a luta que William Kamkwamba e sua familia tem que suportar, é notório o quanto as pessoas negras poderiam ter melhores condições se a elas fossem asseguradas possibilidades e acesso a educação de qualidade.

12 anos de escravidão

Antes da escravidão nos Estados Unidos ser “abolida” em todo o país, os americanos negros livres que viviam no norte do país e canadenses negros eram assombrados pelo medo de serem sequestrados e vendidos como escravos para o sul dos EUA. O filme se passa em 1841, e conta a vida de Solomon Northup, que apesar de ter nascido livre, é enganado e precisa encontrar uma maneira de continuar vivo e voltar para sua família.

Bem-vindo a Marly-Gomont

O filme francês conta a história real de Seyolo Zantoko que aceita um emprego de médico em outro país para fugir da ditadura que estava acontecendo no Congo e se muda com a sua família para um pequeno vilarejo francês onde não havia nenhum habitante negro. Ao chegar lá, todos eles precisam se adaptar a nova realidade e Seyolo tenta conciliar sua vontade de ganhar a confiança das pessoas da cidade com a onda de preconceito que ele e sua família sofrem.

A Morte e Vida de Marsha P. Johnson

Em homenagem não só aos protestos contra o racismo, mas ao Pride Month, mês conquistado pelas pessoas LGBT nos Estados Unidos para visibilidade e celebração de suas lutas temos na lista o documentário que conta a história da americana negra e trans Marsha P. Johnson, ativista que lutava não apenas pela igualdade racial, mas pela liberdade de expressar e vivenciar a sua sexualidade sem medo.

Cara Gente Branca

A série original da Netflix com episódios de apenas 30 minutos, aborda o racismo e outros temas recorrentes na vida de jovens negros de uma maneira um pouco mais leve. Trazendo como pano de junto o meio acadêmico, a série mostra como os jovens e adultos de uma faculdade dos Estados Unidos vão resolver o desrespeito e preconceito que acontecem entre os alunos e em suas comunidades.

Privacidade Hackeada

Por último, você deve estar se perguntando “Mas porque um documentário sobre internet numa lista com a temática de racismo?”. Calma jovem padawan, já já você vai entender. A era da tecnologia em que vivemos nos afeta muito mais do que podemos imaginar. Durante as divulgações sobre as manifestações e protestos acontecendo pelo mundo acredito que é bem óbvio que todas essas postagens estão sendo monitoradas então pensando nisso trouxe essa recomendação pra você compreender melhor a extensão do poder daqueles que controlam a internet e filtrar as informações que chegam até o seu celular com cautela e senso.

Espero que assim como eu, vocês assistam esses e outros documentários e usem os conhecimentos adquiridos para serem pessoas melhores. Como já havia dito anteriormente, apesar da minha intenção de ajudar, eu não sou negra, então caso eu tenha feito alguma colocação que você, pessoa negra, tenha achado inadequada, sinta-se mais do que confortável para me corrigir, dessa forma você me ajuda e ajuda as pessoas que lerem essa matéria.