Distant Worlds é um concerto que aproxima os fãs da série das músicas do compositor japonês Nobuo Uematsu, responsável pela trilha de Final Fantasy. Entre setembro e outubro, o festival desembarca em São Paulo e no Rio de Janeiro e você confere agora a entrevista.
O que é o Distant Worlds?
Em 2007 aconteceu o primeiro concerto, em homenagem aos 20 anos da franquia Final Fantasy. Unindo orquestra sinfônica, coral e renomados musicistas, o show apresentava vídeos da franquia para entregar um verdadeiro festival multímidia para os fãs.
Sendo assim, o Suco de Mangá conversou com Sérgio Murilo, diretor do Conexão Cultural e você acompanha a entrevista sobre Distant Worlds: Music from Final Fantasy agora.
Como começou a relação de Sergio com games e com a música? Além disso, como foi o processo para trazer a Video Games Live para o Brasil?
Em 2005 ouvi pela primeira vez sobre a Video Games Live mas não tinha ideia de como era a dinâmica do show, o que acontecia durante o concerto. Me interessou de imediato, pois já tinha um elemento fortíssimo que sempre me encantou, a música sinfônica. Trabalho com música desde 1978, quando ingressei na Som Livre, Sistema Globo de Gravações áudio e visuais. Foram 10 anos dentro dos estúdios de gravação com muitos artistas até preparar meus próprios estúdios, em seguida, a produtora de eventos, Conexão Cultural.
Gostava de brincar com os videogames simples daquela época. Ainda não tinha parado para prestar atenção como o setor estava gigante na Europa, Ásia e Estados Unidos, e como a indústria dos jogos estava tão à frente do meu conhecimento, com toda a qualidade técnica de Call of Duty, Resident Evil, Castlevania, entre outros.
Música de grande impacto, mixagens envolventes, a textura das imagens e roteiros dinâmicos. Rapidamente compreendi que naquele caso VGL, a música não era uma trilha sonora para joguinhos eletrônicos e sim a “cereja do bolo” do espetáculo… um grande evento de música, luzes e imagens sincronizadas dos melhores momentos dos jogos.
Comprei um PS3 novinho e um CD de Call of Duty, liguei no som do meu estúdio, fui impactado pela qualidade daquele produto. Pensei, como trazer a VGL para o Brasil? Projetos desse porte tornam-se inviáveis de realizar por aqui sem a presença de patrocinadores.
Iniciamos um processo dificílimo de captação de recursos financeiros para viabilizar um show de game music no Brasil em 2006, pelo menos para uma apresentação… põe dificuldade nisso!
Ninguém entendia do produto e existia, como ainda existe, uma certa resistência quando o assunto é video games.
Falando um pouquinho sobre Final Fantasy agora: você é fã da série de jogos? Se sim, qual é o seu favorito?
Sou um super fã de toda a engenharia do jogo. Tento enxergar não só o jogo como jogo, mas todo processo desenvolvimento e trabalho realizado.
Uma “viagem” ler a ficha técnica de FF e imaginar essa mega equipe — que em alguns casos são bem maiores que uma equipe envolvida em grandes produções cinematográficas — trabalhando durante anos para chegar e apresentar os resultados fantásticos.
Sou da época em que se lia ficha técnica de discos de vinil para saber o nome de todos os envolvidos… nesse caso, a ficha técnica é “beeem” maior mas passo a conhecer alguns profissionais que se destacam dentro do processo de pré e produção das áreas que mais me atraem.
Sobre Distant Worlds: como foi o processo de trazer esse espetáculo para o Brasil?
O processo de trazer FF para o Brasil teve início em 2017/2018 quando já estava bem envolvido com o formato Cine Concerto depois de 13 anos consecutivos de Video Games Live.
Quais foram as maiores dificuldades?
Conquistá-los, demonstrar segurança, experiência e competência para promover o evento no Brasil
Como foi a recepção da Square Enix quando surgiu o interesse em levar esse show para o Brasil?
Estavam a anos à procura de uma produtora e de um promotor qualificado para isso.
Qual a importância de trazer um espetáculo desse tamanho para o público brasileiro?
Importante promover cultura artística. Todo aquele processo criativo e de produção exige muito conhecimento além de gerar milhares de empregos e oportunidades.
O que a equipe responsável pela organização do evento espera atingir pensando no público e na parte business?
A próxima edição do Cine in Concert Experience em 2024.
Quais são os próximos passos? O público pode esperar outros espetáculos da Square Enix ou de franquias de outras marcas desembarcando aqui?
Sim, podem aguardar… temos um “wishlist” fantástica!
Além do espetáculo, que já seria o suficiente, os fãs poderão curtir algumas experiências extra durante o evento?
Algumas possibilidades de momentos além do evento estão sendo conversadas internamente, em breve o público saberá novidades.
Por fim, gostaria de completar com algo a mais?
Muito importante que o público compareça aos concertos e valorize a iniciativa dos patrocinadores em apostar no segmento.