A década acabou e um gênero de filme têm mostrado viver uma escassez de ideias e desgaste da fórmula a ponto de se mostrar esquecida pelos grandes estúdios. O terror se mostra perdido em tentar impressionar o público, e quando surge, vêm a esperança de ser bom. Dessa vez ele lampeja esse sentimento, mas não supre a expectativa, Os Órfãos consegue explorar a velha cartilha do terror que não abusa de sustos e constrói ambientes assustadores com uma trama bem caprichada do gênero, mas despenca na própria ousadia.

Por mais saturado que esteja a fórmula, Os Órfãos trabalha muito bem a ambientação e sustos sem precisar extrapolar nas trilhas de medo ou tremenda escuridão; bastou paisagens nubladas, uma casa velha e decrepita com crianças assustadoras. Foi do clichê que a diretora Flora Sigismondi conseguiu trabalhar o terror psicológico e sombrio, caminhando com poucos sustos e um mínimo de escuridão, tornando-o surpreendente na fórmula repetida.

Aos poucos a trama convence com o terror e se entende toda a obscuridade que cerca aquela casa e as duas crianças, mas todo o bom desenvolvimento bate de frente com uma “inovação” que divide opiniões.

os órfãos

Possível spoiler do final de Os Órfãos

No fim do filme, a diretora resolve trabalhar aquela cena pré-susto a qual finaliza com um grito, sem mostrar o que assustou a protagonista. Após esse grito, se encerra o filme, e eis a discussão: terminar de forma seca como foi Os Órfãos exige que o público ligue os pontos do que foi assistido e interprete de sua maneira.

Exatamente, o final se mostra vago e exige interpretação maior do entender o filme em si, como existe a singularidade no mundo e cada um pensa de um jeito, é lógico que esse final seria questionável, e para um filme que estava tão fechado e bem desenvolvido como esse, terminar dessa maneira foi um tiro no pé. com certeza uma decepção de final por mais interpretativo que seja, contudo o conjunto da obre se mostra excelente.

Deve-se trazer um adendo curioso sobre esse filme, Finn Wolfhard cativa a muitos por causa de Stranger Things, mas a muito tempo têm se mostrado uma grande promessa para futuros filmes, a cada produção ele se mostra incrível, contudo é curioso ele estar presente em tantas produções do gênero. Por mais que ele já tenha participado de outros trabalhos fora do terror, parece que esse gênero o persegue, pois o mesmo atua muito bem nesse ambiente, comprovado mais uma vez em Os Órfãos.

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Parabéns para quem conseguiu assistir e gostar de Os Órfãos, realmente algo incrível foi feito, mas terminado de forma duvidosa, isso pode ter sido desapontante. Entretanto,

bateu uma esperança. Talvez o terror consiga entregar alguma coisa boa afinal, mas um final a nível “cinéfilo” ou interpretativo demais é facilmente questionável. Poucos gostarão por causa dele e isso não condena o filme apesar do flop ser real.

REVIEW
Os Órfãos
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
os-orfaos-reviewBaseado no best-seller “A Volta do Parafuso”, de Henry James, o thriller “Os Órfãos” (The Turning), da Universal Pictures, acompanha a mudança de rotina dos órfãos Flora (Brooklynn Prince, de “Projeto Flórida”) e Miles (Finn Wolfhard, de “Stranger Things”) com a chegada da nova babá Kate, vivida por Mackenzie Davis.