Produzido pelo estúdio PINE JAM – Just Because!, GAMERS – que adapta o mangá homônimo da renomada artista Kumiko Saeki, a história de Opera Girl! (Kageki Shoujo!!) se passa na prestigiada Escola Kouka de Artes Musicais e Teatrais.
Saeki nos introduz a essa história criando uma oposição nítida entre as personagens centrais; de um lado temos a ex-idol da JPX, Ai Narata – Naracchi para os fãs – com seu comportamento apático e certo nível de androfobia, e do outro, a determinada e enérgica Sarasa Watanabe.
É com essa oposição que a autora trabalha as duas personagens dentro da Escola Kouka, que por sinal, faz uma de muitas referências a Companhia Teatral Takarazuka, além de ser bem minuciosa com os detalhes reais, bem como a dificuldade para ser admitida no colégio, os anos de treinamento intenso, a designação de cada atriz a uma das quatro trupes: Primavera, Verão, Outuno e Inverno e as especializações musumeyaku (caracterização feminina) e otokoyaku (caracterização masculina).
Não é só de personagens centrais e referências – mesmo que fortes – que Saeki desenvolve a história, pois há espaço para as personagens coadjuvantes que não funcionam como meros acessórios, pois cada uma delas que estão inseridas no ambiente caracterizado por aspectos socioeconômicos, morais e psicológicos possuem destaque aqui. A começar por Hoshino Kaoru – filha de duas gerações na Escola Kouka – e que, a saber, possui objetivo bem claro quanto ao que deseja: ser otokoyaku (as maiores estrelas nesse universo são as que se especializam nessa categoria).
No mesmo fluxo temos a aluna que obteve a maior pontuação nos exames do colégio, Sawa Sugimoto – vencedora de vários prêmios com a trupe de balé de sua família – e que aparentemente possui o mesmo objetivo que Kaoru (sim, a autora explora até mesmo a rivalidade entre as personagens coadjuvantes).
O ambiente em Opera Girl! repleto de aspectos socioeconômicos, morais e psicológicos é condizente com seu uso, ou seja, ser a projeção dos conflitos vividos pelos personagens e estar em conflito com as personagens. E isso tudo toma força quando uma de suas personagens centrais, Sarasa Watanabe expõe o seu maior objetivo frente às outras alunas: interpretar ninguém mais, ninguém menos que Lady Oscar.
Kumiko Saeki explora muito bem o tema, o assunto e a mensagem com essa declaração de Sarasa Watanabe.
Ser ou não ser capaz de se tornar uma das protagonistas da prestigiada Escola Kouka de Artes Musicais e Teatrais.
Veremos a concretização desse objetivo no decorrer da história? E qual a mensagem podemos tirar de tudo o que rolar daqui pra frente?