Não importa a qualidade do filme, se a história faz sentido ou se o casal têm química, a presença de Bill Murray no elenco engrandece qualquer obra, mesmo se ela for a mais simples e clichê comédia romântica a qual foi popular nos anos 2000. Sofia Coppola copia o próprio filme e entrega uma bela obra para assistir entre namorados ou casados nas sessão da tarde, On the Rocks atinge o objetivo de diversão e fofura de um casal que estampa a sociedade nas últimas três décadas.
Músicos, pintores, fotógrafos e muitas outras profissões que rodeiam o mundo das artes tendem a abusar da fórmula do seu próprio sucesso, mas se é isso que pede seu público, quem é o artista para discordar daquilo que o faz um sucesso, o cineasta é uma das principais profissões que sofre com isso, por isso muitos que não estão a ativa demoram para entregar alguma coisa, tanto Tarantino quanto Spyke Lee sabem bem entregar a mesma fórmula de filmes e conseguem ser exaltados, pois são gênios incontestáveis, mas quando o nome não está na mídia, muitos preferem diminuir o nome envolvido, e esse nome é Sofia Coppola; pode não ter a mesma grandeza, sabe entregar uma boa obra.
Em 2003, Sofia Coppola trabalhou com Encontros e Desencontros, um filme que traz Scarlett Johansson e Bill Murray se encontrando em Tóquio, lugar onde ninguém fala inglês, com isso eles se conhecem e começam a se divertir pelo Japão, nisso rola um interesse mais amoroso, em On the Rocks a relação é diferente, temos um conflito amoroso entre um casal bem clichê de comédias românticas, e em paralelo temos o papel de Bill Murray sendo o pai da esposa desse casal, interpretada pela Rashida Jones, famoso sogro que coloca pensamentos errados na filha, e o que mais aparece na crítica é a relação desses dois filmes, pois bem, não existe relação, porque é o mesmo filme.
Mesmo que se mostre com elementos e plots diferentes, a construção da trama é idêntica, muito bem feita, trabalha nosso imaginativo com ideias baseadas em nada que não seja desconfiança, uma lição de moral para muitos casais por aí, essa ideia de “fé nas malucas? Só quem vive de contos de fadas defende essa ideia, muitas vezes essa “maluca” nasce por argumentos errados vindo de amigos e família, On the Rocks trabalha o ciúmes onde tudo o que você olha parece que existe traição, e junto com o jogo de cenas, entregou uma bela comédia romântica para assistir com o seu amor. Pode-se dizer que é o filme mais leve e simples da diretora, bem parecido com as produções do Woody Allen, isso explica On the Rocks nas premiações da academia.
Ainda sobre as premiações, Coppola é uma excelente diretora que se repete muito, até aí muitos outros fazem isso também, não é demérito, todos os anos têm uma comédia romântica exaltada, é a vez de On the Rocks. Aliás, o nome de Bill Murray chama a atenção de todo mundo, um nome forte consegue engradecer muita coisa e chama muita a atenção, apesar de seu personagem ser a grande relevância nesse filme, não se viu nada grandioso a ponto de premiações, Bill Murray merece todo o prestígio por sua história, mas dessa vez fez um personagem que não briga estatuetas.
On the Rocks é um grande filme, aquela sessão da tarde gostosa, um filme na média pra assistir debaixo da coberta, questionável sua presença nas premiações, mas sabemos que qualquer obra parecida com as de Woody Allen vai aparecer por lá. Sofia Coppola foi estratégica, como diria no futebol, jogou com o regulamento debaixo do braço, mas isso não apaga o abraço quentinho de um clichê romântico como foi On the Rocks.