terça-feira, maio 20, 2025
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O Quarto ao Lado | Review

O último filme do renomado diretor espanhol Pedro AlmodóvarO Quarto ao Lado, entrou oficialmente no catálogo da MUBI, após ser exibido pela primeira vez no Brasil no Festival do Rio, no início de outubro. Este é também o primeiro longa totalmente em língua inglesa dirigido por ele. As estrelas escolhidas para protagonizar o drama são as atrizes Julianne Moore e Tilda Swinton, que formam uma poderosa dupla em tela.

Este definitivamente é um filme que vai te fazer pensar em várias questões da vida, isso porque sua história principal gira em torno de um tema que aflige todo ser humano, que é a morte. Acompanhamos a jornada de Martha (Tilda Swinton), uma jornalista que está enfrentando uma severa batalha contra um câncer que só avança, a deixando cada vez mais debilitada. Em meio aos tratamentos, ela recebe a visita de uma velha amiga, a escritora Ingrid (Julianne Moore), com quem se reaproxima a ponto de lhe fazer um pedido ousado e importante: que a acompanhe em uma viagem, onde realizará em si mesma uma eutanásia para poupar o sofrimento em seus dias finais.

Contudo, não pense que o tom do filme é sombrio e opaco por se tratar de um drama. Almodóvar traz novamente as marcas registradas de seus trabalhos para esta obra. Nos cenários e figurinos, as cores vibrantes se fazem presentes, como verde, vermelho, amarelo e azul. Além do constante humor irreverente, ácido e depreciativo nas situações e diálogos, que transforma a trama numa “dramédia” e proporciona uma leveza que te deixa mais reflexivo do que triste ao assistir. Todos esses elementos deixam tudo elegante, sutil e sensível. É um filme bonito em todos os sentidos.

Independentemente de qual seja a sua opinião sobre eutanásia, é impossível não sair do cinema impactado de alguma forma, pois apesar do procedimento ser o fio condutor da narrativa, não é o único tema controverso abordado. À medida que vamos conhecendo mais sobre as vidas e personalidades das personagens principais, nos deparamos com relações conflituosas entre mãe e filha, arrependimentos, abandono e negligência parental, convivência em família, moral e princípios, relacionamentos amorosos, posições políticas … Todas as questões que atravessam a vida humana cedo ou tarde, e que aqui pautam a forma como elas lidarão com essa situação, seja racionalmente quanto emocionalmente.

O final pode parecer em aberto e decepcionar algumas pessoas que querem ver mais desdobramentos do caso, mas fica nítido que o diretor alcançou o ponto do debate que quis alcançar. O que importa não são as consequências, afinal, elas estão acima de nós, e sim, o processo.

A conclusão que pude chegar é que, de todas as mensagens passadas, a mais forte é a que ressalta a importância da amizade, principalmente, a amizade entre duas mulheres. A cumplicidade e respeito que elas têm uma pela outra, apesar das diferenças, é o que possibilita que tudo aconteça como acontece. As atuações de Swinton Moore transpassam naturalidade, e é incrível ver a química entre elas desde a primeira cena que contracenam. Vale a pena ver nas telonas!

SINOPSE

Ingrid e Martha se tornaram amigas íntimas enquanto trabalhavam juntas na mesma revista. Depois de anos sem contato, elas se reencontram em uma situação extrema, mas estranhamente doce.
Carol Freitas
Carol Freitas
Jornalista, copywriter, produtora cultural, criadora de conteúdo e fã girl. Uma carioca apaixonada pelos anos 2000, cinema, arte e cultura, que coleciona experiências em shows e eventos (e contando).

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