E enfim chegou o tão esperado momento! O Menino e a Garça deixou a todos nós curiosos desde seu lançamento no Japão. Afinal, um filme chegar aos cinemas sem trailer, sem sinopse, só com um titulo é algo raro de acontecer. Mesmo assim, esse filme não é qualquer um, pois carrega consigo o peso do nome de uma lenda da animação Hayao Miyazaki.
Tamanho é o legado do Miyazaki que a curiosidade de ver o que ele criou depois de um tempo em hiato garantiu um sucesso em bilheteria. Porém, será que o filme é de fato uma obra prima como dizem?
Enredo
Em O Menino e a Garça acompanhamos Mahito recomeçando a vida após uma perda inestimável. Agora, ele precisa se adaptar a uma nova casa e a uma nova família, mas coisas misteriosas começam a acontecer.
Uma torre, uma garça real, um chamado e uma nova forma de ver a vida.
Apesar da estreia no Japão ser marcada por poucas informações, aqui no ocidente tivemos o privilégio de saber mais. Por exemplo, a sinopse do filme que diz o seguinte:
Mahito, um menino de 12 anos, luta para se estabelecer em uma nova cidade após a morte de sua mãe. Quando uma garça falante conta para Mahito que sua mãe ainda está viva, ele entra em uma torre abandonada em busca dela, o que o leva para outro mundo.
Impressões de O Menino e a Garça
Assim, a primeira palavra que surge a mente quando se trata de filmes do Miyazaki é “encanto”. Sempre que tenho a experiência de ver alguma de suas obras saio com uma forte sensação de fruição, como se tivesse acabado de ver algo verdadeiramente belo.
Não foi diferente em O Menino e a Garça. É um filme muito bem feito e construído, com cenas bem desenhadas e uma animação digna da indicação ao Oscar.
Apesar de toda sua beleza, O Menino e a Garça acaba tendo uma narrativa não muito comum. Você precisa de um tempo para conseguir identificar todas as metáforas e isso pode ser confuso para quem não curte esse tipo de narrativa.
Apesar disso, o filme passa uma mensagem muito bonita que coloca em perspectiva nossa visão sobre o conceito de fim.
Também, como uma boa animação de fantasia o filme conta com momentos de mistério e tensão. Em especial no momentos em que você ainda está descobrindo junto com Mahito os segredos envolta da torre.
E como nem só de mistério se sustenta uma boa fantasia, há também bons momentos de ação. Assim, Mahito é um protagonista bem proativo, ele não hesita em momentos cruciais da trama. Fato que deve ter ajudado a comunidade a se apegar ao personagem.
Conclusão
Como falei acima, não é minha primeira experiência com os filmes do Miyzaki. Confesso que sou uma grande entusiasta das obras dele e também do Studio Ghibli, o que pode deixar minha visão um pouco mais parcial. Porém, como alguém que acompanha esse universo, posso dizer que o resultado foi muito satisfatório nesse filme.
Uma boa parte das obras do Miyzaki possuem um caráter mais pessoal, em que a narrativa de seus filmes se misturam com suas experiências pessoais. Isso deixa as obras mais interessantes de assistir, afinal somos desafiados a entender o que apenas ficção e o que é um traço do autor.
O Menino e a Garça é um filme sutil em sua mensagem, cheio de fantasia e descobertas. O visual pode ser categorizado como mais um espetáculo do Miyzaki, com uma animação bem feita e fluida um história cativante e personagens no mínimo curiosos.
É muito bom ver que esse tipo de filme vem tendo espaço no cinema brasileiro e que as distribuidoras estão notando essa oportunidade de mercado. Como resposta, devemos encher as salas e mergulhar nesse universo mágico que traz a tona reflexões sobre a linha tênue da vida.