O Lar das Crianças Peculiares / Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children
Asa Butterfield, Eva Green, Ella Purnell, Samuel L. Jackson
Direção por Tim Burton
Fantasia, Aventura
Setembro, 2016
127 minutos
Há duas considerações a se fazer sobre “O Lar das Crianças Peculiares“: 1. Assista; 2. Se você leu o livro, seja flexível.
O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares | Review
Sendo leitora, a esperança de adaptações fiéis ou algo muito próximo disso nunca vai me abandonar, mesmo após ler críticas já considerando algumas alterações e depois de inúmeros filmes e reflexões auxiliando na compreensão de que reproduzir a nossa imaginação para as telas nem sempre é possível no pouco tempo que se tem para transmitir tudo. Enfim, vamos ao que realmente interessa.
Um Orfanato Especial
O dito lar é um orfanato especialmente criado e protegido por Ymbrynes, peculiares com capacidade de controlar o tempo como a Srta. Peregrine, em que uma determinada data se repete todos os dias, mantendo as crianças que possuem habilidades especiais, conhecidas como peculiares, escondidas dos perigos do mundo, que são principalmente os “etéreos”, um grupo do mal que deseja a imortalidade e, para consegui-la, caçam Ymbrynes e se alimentam de outros peculiares.
Com Tim Burton na direção de “O lar das crianças peculiares” depois de declarar que o livro no qual foi baseado é algo que tem cara de ter sido escrito por ele mesmo, é impossível não gerar grandes expectativas. E como sempre, no quesito estilo não há decepção. A atmosfera sombria, a expressão de louca-porém-fina da Srta. Peregrine (que superou minhas expectativas incorporada por Eva Green), a forma com que as peculiaridades das crianças foram apresentadas (destaque para Bronwyn, a garotinha fofamente forte interpretada por Pixie Davies – apesar de ser bem mais jovem no filme do que no livro), tornaram o filme bonito e divertido. A história é boa, apesar de apressada e de alguns pontos em que pareceu meio furada.
Uma Adaptação Peculiar
Para os que leram o livro, a partir de certo ponto o sentimento que se tem é algo como “por quêeeee o senhor fez desse jeito, tio Burton?”, mas repito, sejamos flexíveis e o coração doerá menos. Sem querer dar spoiler, o momento de batalha do filme é o mais bizarro, e terem trocado as habilidades da Emma e da Olive foi um negócio que me incomodou do início ao fim, apesar de ser superável. Ver Samuel L. Jackson no elenco também gera expectativas, mas o seu personagem (Dr. Barron) é um tanto tosco. Mais do que no livro.
Basicamente, apesar dos meus vários apesares de leitora eternamente inconformada e iludida, passado o momento de desespero pelo desvio que fizeram no filme se comparado ao livro, já sinto vontade de assistir novamente, observar melhor os detalhes, ver mais uma vez a aparição do Burton e buscar se ele incluiu mais referências aos seus outros trabalhos além de Edward Mãos de Tesoura. Assistam e me ajudem, sou meio batata em perceber detalhes.
Ps. Ainda não superei o desvio na história.