A Netflix começar a colocar em seu catálogo os filmes do Studio Ghibli, e quem conhece suas animações, sabe que isso é um presente e tanto do “mozão” como é chamado a locadora vermelha, trabalhando histórias simples e lindas que nos ensina, diverte e emociona, mesmo não sendo mais criança, as mesmas funcionam até hoje, dentre elas está O Castelo do Céu, casando o steampunk com fantasia, algo já muito visto na cultura pop, mas provavelmente um dos primeiros a trazer para o público essa mistura que nos reconquista toda vez que assistida.
A dinâmica da trama é algo que surpreende pelas sua simplicidade, claro que existe a mensagem e a beleza da animação, porém não bastar de uma aventura de duas crianças é o principal ponto que engrandece a história, a mistura e elementos em um filme de duas horas trabalha uma questão interessante, como que uma animação de 1986 consegue trazer um roteiro com tantos sentimentos misturados e acontecimentos paralelos e se mostra maravilhoso até hoje, até mesmo com filmes, séries e animes atuais? Provavelmente porque eram tempos mais simples? Poucas variedades? Argumentos existem aos montes, mas ainda sim, O Castelo do Céu se coloca disparado entre uma das melhores animações de todos os tempos, junto com uma boa parte dos Studios Ghibli.
Desenvolvimento
Apesar de se mostrar mais agitado no início, a partir da metade do filme a trama começa a ser melhor desenvolvida e engrandece a qualidade do que se assiste, o que parecia um amontoado de histórias e aparentemente cenas gratuitas, apenas era uma forma de apresentar aquele mundo de grandes mineradoras, cidade operária que vive ao redor de encanamentos e válvulas que formam maquinários de vários tipos, tudo isso com o intuito de buscar Laputa, O Castelo do Céu, para alguns é uma descoberta fantástica, para outros a chance de tesouros incríveis, nesse meio existe outros motivos que se tornam o plot de toda a trama, e a partir do mesmo, a história escala para outro nível, de certa forma se colocam vários interesses que parece até uma salada de roteiro, mas é tão orquestrado maravilhosamente e amarrado sem furos que o conjunto da obra comprova a arte que é essa animação, muito além do visual.
Os personagens são talvez o grande marco dessa animação, dos protagonistas arriscando um casal ou amizade a todo momento, até os piratas meio atrapalhados e ainda sendo a parte vilanesca, junto com o exército, mesmo assim, esses rótulos são desconstruídos com o tempo e essa mistura de elementos são costurados para trazer uma das histórias mais lindas da animação, casando claro com o traço já conhecido dos Studios Ghibli.
É muito difícil dizer o que é mais maravilhoso em O Castelo do Céu, é provavelmente uma das produções mais impecáveis e excepcionas que a cultura pop teve o privilégio de receber, uma trama bem desenvolvida e amarrada, personagens muito bem trabalhados e explorados, o traço perfeito, as trilhas casadas com a cena, é com certeza aquele trabalho aclamado por muitos e invejado por outros, deveriam ser usados como exemplo por tamanha perfeição.
Aprendizados
O Castelo do Céu é uma das vastas animações dos Studio Ghibli que te farão sentir tudo o que é possível, para a nova geração, um aprendizado do porque a idolatria, para os velhos saudosistas, é voltar no tempo onde nós éramos a nova geração, lembrar de tempos simples e nos encantar da mesma forma que foi na época.
Chamar de perfeição O Castelo do Céu é um pleonasmo, uma aventura que sai da diversão e se coloca em outro patamar, perigo e ação com fofura e fantasia, enfeitando um mundo steampunk, de tudo que é trabalhado, difícil dizer o que mais chama atenção, certeza que Ele por completo.