BELLAN
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    O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.

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    Nightwish – Yesterwynde | Review

    Após o impacto de Human :||: Nature, o Nightwish retorna com Yesterwynde, um álbum que promete ser um marco na carreira da banda. Descrito pelo próprio Tuomas Holopainen como uma celebração do tempo, da memória e da humanidade, o disco equilibra com maestria elementos familiares com novas experimentações sonoras. Inspirado por imagens colorizadas do final do século XIX, Yesterwynde nos convida a uma jornada introspectiva, onde o passado se torna palpável e imersivo, em uma atmosfera de nostalgia e reflexão.

    Com músicas que desafiam estruturas convencionais e incorporam desde orquestrações grandiosas até sintetizadores dos anos 80, a banda explora novos territórios sem perder sua essência. Holopainen destaca a faixa “The Children of ‘Ata” como um ponto alto do álbum, com uma narrativa que vai além de expectativas e questiona convenções literárias como O Senhor das Moscas.

    Este álbum representa, para mim, o trabalho mais ousado da banda até hoje, tanto pela variedade quanto pela inclusão de novos elementos. É uma obra intensa, intrigante, envolvente, que alterna entre momentos de calma e rapidez, sempre com uma profundidade marcante. As letras mais pessoais e reflexivas, repletas de metáforas, trouxeram de volta uma essência que eu sentia falta. Várias vezes, me vi refletindo não apenas sobre os sentimentos expressos pela banda, mas também sobre minha própria vida.

    No final das contas, “Yesterwynde” se tornou um marco pessoal. O álbum me trouxe consolo e alegria em um período desafiador, tocando-me de formas inesperadas e provando que, mesmo após tantos anos, o Nightwish continua a se reinventar e a nos proporcionar experiências profundas e transformadoras. Que o Nightwish continue a brilhar, assim como este álbum, que certamente merece ser apreciado ao máximo!

    Vamos analisar faixa-a-faixa e fica o convite para ouvir a versão orquestrada também. Caso tenha um fone ou sistema de som compatível com Dolby ATMOS, será uma experiência riquíssima e imersiva. Para os mais audiófilos, aconselho ouvir no TIDAL.

    Yesterwynde

    Logo de início, a faixa-título “Yesterwynde” traz uma atmosfera arrebatadora, literalmente, com o coral lindo de abertura, orquestrações e a voz intimista de Floor. Já nos apresenta o que vai ser o álbum.

    A letra de “Yesterwynde” evoca uma jornada de luz e escuridão, explorando temas de perda, vulnerabilidade e busca por conexão. Com “Eu sou o galho quebrado e florido” e “incontáveis ​​pores do sol de um mundo perdido” a faixa mistura a fragilidade humana com a grandiosidade da natureza, refletindo sobre um passado perdido.

    A repetição de “Veja me. Me vê?” revela uma SÚPLICA por reconhecimento, enquanto a metáfora de uma “Em uma ilha de uma tripulação sem navio” reforça sentimentos de isolamento e desorientação. Em suma, a música retrata uma busca por identidade e pertencimento, cercada por um tom melancólico e introspectivo.

    O contexto de estar isolado e do “veja me” em um mundo perdido me remete um pouco ao texto “O Pálido Ponto Azul”, de Carl Sagan. Leia aqui.

    Pálido Ponto Azul
    Pálido Ponto Azul (Nasa / Voyager)

    Que abertura meus amigos, navegando de encontro com o que ouviremos na próxima faixa.

    An Ocean of Strange Islands

    “An Ocean Of Strange Islands” é a mais nova obra-prima da banda com elementos já conhecidos de toda sua discografia. Além das guitarras pesadas, o destaque fica para as diversas vocalizações e timbres de Floor Jansen, um de seus melhores trabalhos vocais de toda sua carreira. Há até um momento “bruxa” seguido de “gutural” da Floor. Que versatilidade!

    A música também mergulha em uma jornada poética e continua a temática da faixa de abertura do disco, com isolamento e exploração interior, onde um marinheiro solitário, navegando em um “navio sem tripulação,” percorre uma viagem existencial por ilhas metafóricas.

    A letra evoca a busca incessante por sentido em meio a monstros (“Monsters far beneath”), furacões (“Hurricanes on the way”) e paisagens desoladas. Ao mesmo tempo, há um anseio por orientação, simbolizado pela súplica de “acenda um farol para que eu possa navegar,” refletindo a necessidade de direção em meio à “tempestade” da vida.

    O marinheiro se depara com figuras passageiras e memórias do passado, mas permanece inabalável em sua busca, inspirado por um destino desconhecido, enquanto as imagens vívidas de “cinzas caindo” e “espelhos por toda parte” contrastam com a promessa de um amanhã à vista.

    Sim, vejo uma similaridade entre “An Ocean of Strange Islands” e “The Islander”, tanto em termos de temática quanto de atmosfera.Embora as duas canções tenham suas particularidades, essa sensação de isolamento, viagem interior, e o uso de imagens marítimas (Farol e Marinheiro) são pontos que as conectam de maneira significativa.

    the islander nightwish
    Imagem Divulgação / The Islander – Nightwish

    The Antikythera Mechanism

    Dançante, soturna e contrastante, esta é “The Antikythera Mechanism”! Destaco o trabalho de bateria de Kai Hahto e a presença intensa das orquestrações e o coral dramático na parte final, dando diversas camadas progressivas a música – repare na segunda metade. 

    Pesquisando sobre o mecanismo de Anticítera, era um instrumento da Grécia (séc. I a.C.) usado para prever posições astronômicas e eclipses, como função de calendário e astrologia. Com isso em mente, vamos dar uma olhada mais profunda em sua letra.

    The Antikythera Mechanism
    Imagem Divulgação

    “The Antikythera Mechanism” explora a interseção entre humanidade, ciência e mistério (o tecladinho filme de terror), tomando o antigo dispositivo como símbolo da capacidade humana de desvendar os segredos do universo. A letra começa com a descoberta de um “mundo perdido” e o desejo de se reconectar com as vozes ancestrais, traçando um caminho de 60 viagens ao redor do sol, que pode simbolizar o ciclo eterno do conhecimento.

    A narrativa celebra a evolução da humanidade, desde as pegadas de Lucy (a ponte com Endless Forms Most Beautiful, de 2015) até os passos na Lua, conectando o passado e o futuro em uma busca pela verdade e pelas estrelas. Destaque para a frase “avatar of the tides”, que reforça essa relação entre humanidade e os ciclos naturais, enquanto o coro reafirma a esperança na capacidade de navegar e celebrar a complexidade do pensamento humano, sempre mirando as estrelas. QUE COISA LINDA! Ad Astra Abyssosque.

    The Day of…

    Direta ao ponto e quase uma continuação de “Noise”, “The Day of…” mergulha em uma crítica ácida ao medo e à paranoia que permeiam a sociedade capitalista, evocando imagens apocalípticas e temas de controle, manipulação e destruição iminente. Destaco os timbres de teclado do Tuomas, que remetem a algo entre o filme Helloween e sci-fi distópicos.

    A letra começa com o aviso de uma nova catástrofe (“Abrigue-se, os céus estão zumbindo”), misturando referências a desastres globais e a destruição pela tecnologia, como a “IA para matar todos nós.” A repetição do medo apocalíptico (“Resíduos de cavalos cobrindo Londres”, “Marcianos entre nós, Y2K”) serve como metáfora para uma sociedade que se alimenta de ciclos constantes de pânico, desde as profecias de destruição até as crises tecnológicas e políticas.

    Há uma crítica clara à manipulação do medo, com frase como “obedeça, fique longe, cubra-se” sugerindo que o medo é usado para controlar as massas. A letra culmina em uma reflexão sombria sobre como a humanidade se autodestrói, presa em uma espiral de temor e submissão.

    Para ler, recomendo o livro “Admirável Mundo Novo” (Brave New World), de Aldous Huxley. Controle e Conformidade, Tecnologia e Desumanização, Cenários Distópicos e Críticas Sociais e a Busca por Significado são algumas ideias recorrentes na obra de Huxley podem ser encontradas de forma sutil em “The Day Of…”. Se interessou? Compre o livro AQUI.

    admiravel mundo novo
    Capa Divulgação

    Perfume of the Timeless

    “Perfume of the Timeless” é uma meditação poética sobre a continuidade da vida e a herança deixada pelas gerações passadas. A letra conecta a existência humana ao ciclo eterno do tempo, refletindo sobre como somos formados pelas experiências e amores de incontáveis gerações. O conceito de ser o “perfume do intemporal” evoca a ideia de que, embora nossas vidas sejam breves, nossas influências e memórias transcendem o tempo.

    A música também explora a fragilidade da vida e a inevitabilidade da morte, representada pelos “últimos suspiros em um leito de morte,” mas com uma aceitação serena da mortalidade. O verso repetido reforça a ideia de que somos o resultado de um legado de amor, fazendo da faixa uma ode à resiliência humana e à nossa conexão com o passado e o futuro.

    Sway

    “Sway” traz as vozes de Floor e Troy em uma harmonia belíssima, algo que eu não via desde The Crow, The Owl And The Dove. Será que ainda veremos isso ao vivo? Já estou até arranhando no violão e tentando tocá-la.

    Ouço a música como uma reflexão delicada sobre libertação e aceitação, com uma abordagem quase lúdica ao lidar com a melancolia e os desafios da vida. A figura do “Child of mankind of yesterwynde” sugere uma conexão com o passado e com a natureza humana, enquanto a repetição de “sway” evoca uma sensação de movimento e leveza, como uma dança suave sobre os altos e baixos da existência.

    A música também traz uma dualidade bem interessante, algo do velho e do novo Nightwish. Enquanto há a preocupação terrena, da vida física, simbolizada por “balançar sobre os topos das montanhas” e “voar sobre as plantações balançantes”, transformando a rotina em algo sublime, como já ouvido outrora com My Walden e Harvest. Já “fantasmas em uma tenda” e “a casa que pousa sobre a bruxa” trazem à tona elementos de fantasia, sugerindo que as histórias – tanto as que curam quanto as que ferem – fazem parte do processo de autodescoberta. Uma temática muito abordada pela banda no passado.

    Com uma mensagem de resiliência, a faixa culmina em Uilleann pipes repetitivos de Troy em um “grande desfecho” aguardado, simbolizando o mistério da vida e da transformação pessoal. Recomendo o livro Walden, de Henry D. Thoreau. Compre AQUI.

    walden
    Capa Divulgação

    The Children of ‘Ata

    Já “Children of ‘Ata” é uma das grandes surpresas e minha favorita até então, com elementos étnicos, teclados oitentistas-quase-synthpop e peso nas transições. O coral nativo é um show a parte que me faltam palavras para descrever.

    “The Children of ‘Ata” conta a história de resistência e esperança em meio ao isolamento, inspirada nos eventos reais envolvendo um grupo de meninos que ficaram presos em uma ilha deserta nos anos 60 (para saber mais leia este texto, em inglês). A faixa se aprofunda na luta pela sobrevivência e na força da solidariedade, onde a “vasta imensidão” do horizonte e do coração contrasta com o sol escaldante e a solidão.

    A letra aborda como os personagens superam o isolamento e o desespero, mantendo viva a esperança e a superação do “senhor das moscas,” uma clara referência à obra de William Golding. A repetição de “we were there” e “we’re still here” reforça a resiliência desses jovens e sua capacidade de persistir com a épica e maravilhosa canção título The Greatest Show on Earth, de 2015.

    A música também retoma um tema ecológico, com a “Campsite Gaia,” referindo-se à Terra como um lar para todos, e uma invocação de união global. O refrão “somos nós que lhe diremos por que, o nosso mundo, ele sobreviverá” captura a mensagem de que, apesar das adversidades, a humanidade pode triunfar e continuar a construir seu futuro, assim como em Procession, do álbum anterior.

    Confesso que este livro ainda não li, mas fica aí a recomendação! Compre AQUI.

    o senhor das moscas
    Capa Divulgação

    Agora chegamos em um ponto do disco que “Daqui pra frente, é só pra trás.” Há uma carga emocional tamanha, onde somos guiados por metáforas de tecelagem, natureza e luz para refletir sobre ciclos de vida e morte. De “Something Whispered Follow Me” a “Lanternlight”, há uma busca contínua por significado, propósito e reconciliação com o passado, enquanto se lida com o peso da perda, da nostalgia e da inevitabilidade do fim. As performances de Floor, junto com a produção de Tuomas, intensificam essa jornada emocional, tornando o álbum uma meditação profunda sobre a fragilidade e a beleza da existência.

    Something Whispered Follow Me

    Gostei do trabalho de guitarra de Emppu e de como ela ganha protagonismo junto aos vocais da Floor. Destaco os líricos altíssimos de Floor que são de arrepiar. Se ainda não reparou, ouça com fones. 

    A letra começa com uma cena de pureza e potencial (“Uma lousa limpa e intocada”), situando o ouvinte em um momento de renascimento ou descoberta. O chamado sutil (“algo sussurrou, siga-me”) representa o impulso de seguir um caminho desconhecido, em busca de algo real e profundo, sugerindo a existência de um propósito oculto dentro de cada um de nós.

    Sobre “pintar uma floresta de azul” e “construir uma casa na árvore subterrânea” criam um contraste entre o surreal e o tangível, simbolizando a liberdade de abraçar tanto a fantasia quanto a realidade. O refrão reforça a ideia de que a vida é uma tapeçaria tecida entre o pó das estrelas e o pó da terra, conectando o efêmero ao eterno. A repetição de “algo sussurrou” cria uma atmosfera de mistério, convidando o ouvinte a refletir sobre os sussurros interiores que guiam suas próprias escolhas e caminhos na vida. Ou seria a Morte em nosso cangote?

    Senti que em “Something Whispered Follow Me” explora uma jornada pessoal misturando elementos de introspecção e maravilha natural. Não sei o quanto essa música reflete ao episódio de Câncer que Floor teve no passado, mas tudo me leva a crer com sua interpretação e força nessa música.

    Spider Silk

    “Spider Silk” continua com sua linha progressiva e atmosfera soturna, em um piano abafado estilo Opeth, mas com potencial de single por ser catch em alguns trechos. A música usa a metáfora da teia para refletir sobre como nossas ações e escolhas moldam e, por vezes, terminam ciclos, mas também criam espaço para novos começos.

    Explorando a temática da criação e destruição através da metáfora da teia de aranha, simbolizando a complexidade e a fragilidade da vida e das escolhas que fazemos. A letra começa com uma reflexão sobre o que foi tecido durante as horas de lua, questionando se a criação é um ato de inovação ou uma armadilha para capturar e explorar os desprevenidos. A “cruz nas costas” sugere uma marca indelével, um lembrete do trabalho árduo e da natureza implacável da vida.

    O trecho “seda prateada delicada” do trabalho da aranha destaca a beleza e a complexidade das criações, ao mesmo tempo em que a ideia de cortar o fio e tecer um novo representa a necessidade constante de renovação e transformação. A repetição das palavras “spin away” enfatiza a continuidade desse ciclo de criação e destruição, onde cada morte e cada final servem como um ponto de partida para algo novo.

    Basicamente é uma música gêmea com “Something Whispered Follow Me”, e assim como a anterior não encontrei referências tão palatáveis, o que demonstra ser algo intrínseco, original e mais íntimo do sr. Tuomas Holopainen.

    Hiraeth

    Aqui o pai chora e o filho não vê. Mais uma vez, Floor e Troy entregaram uma performance sem falhas encapsulando uma profunda sensação de saudade e anseio por um passado perdido ou um lar que já não existe.

    A letra evoca a imagem de uma “catedral de árvores” que sugere um espaço de beleza e espiritualidade, contrastando com o sentimento de perda e desejo contínuo. A expressão “anseio pelo “e se”” destaca um desejo de alternativas não realizadas e memórias de um “lar que uma vez foi,” refletindo um sentimento de nostalgia e perda. Pesadíssima!

    A repetição de “Neverending” sublinha a persistência desse anseio e a dor que acompanha a tentativa de se reconectar com o passado ou com um amor fantasmagórico. As imagens de “a fera vagueia por estas colinas” e “pássaros sangrando cantando canções” adicionam uma camada de melancolia e desolação, reforçando a ideia de que, apesar da beleza do mundo ao redor, há uma dor interna persistente.

    O sentimento de viver com a dor (“Viva com a dor no coração / Rasgue a tristeza dos olhos brilhantes”) sugere que essa saudade e tristeza têm um impacto profundo e duradouro, removendo a alegria e clareza que uma vez existiram. A música se fecha com a repetição do desejo por “casa,” encapsulando a busca interminável por um lugar ou estado de ser que não pode mais ser recuperado. Pesadíssima! x2

    A palavra hiraeth, da língua galesa (País de Gales), tem semelhanças com a nossa saudade, descrevendo uma certa melancolia pela ausência de algo ou alguém. Leia mais sobre palavras galesas impossíveis de se traduzir AQUI.

    The Weave

    Que engenhoca é essa? E o Baixo do Jukka moendo já de cara! Depois de um momento mais introspectivo, voltamos com as orquestras, o peso e a banda completa. Diferentona, “The Weave” explora a interseção entre nascimento, destino e a transitoriedade da vida através de uma metáfora de tecelagem – de novo um tema recorrente.

    A música começa com o “primeiro choro,” simbolizando o início da vida e o surgimento de novos começos, enquanto “fantasmas antigos dançam para um novo nascimento,” sugerindo uma conexão com passados longos e perdidos.

    A “paixão dos jovens” e a “décima primavera” refletem a energia e a criatividade da juventude, contrastando com a ideia de que, eventualmente, tudo se desfaz, como “um coração murchando” e “desmanchando-se.” Que doidera é essa sr. Tuomas?

    A repetição da frase “O desfiamento começou” enfatiza a inevitabilidade da mudança e da perda, simbolizando como o processo de desintegração é uma parte inevitável do ciclo da vida.

    Destaque para “Light”, representando tanto o início quanto o fim desse ciclo, mantendo um sentido de continuidade e renovação apesar da transitoriedade.

    Lanternlight

    Vamos para a despedida? E então chegamos a “Lanternlight”, que encerra o álbum com maestria, uma das mais belas canções de encerramento que o Nightwish já fez e me tocou profundamente.

    “Lanternlight” é mais uma canção que pode ter relação a vida pessoal, com a morte do pai de Tuomas, principalmente em seu início, com uma sensação de alívio e fechamento, onde o “ferimento” e a espera foram deixados para trás, substituídos por uma nova perspectiva ao cair da noite. A “lanterna” simboliza uma fonte de luz e guia durante a escuridão, oferecendo conforto e clareza.

    O “pesado de neve” que derrete canções antigas sugere uma purificação e uma oportunidade para novos começos, enquanto “enviar-me à lua que afunda” evoca um sentimento de transcendência e conexão com algo maior. A descrição de si mesmo como “as ondas moldando seixos preciosos” e “a neve na palma da mão” reflete uma sensação de integração com a natureza e um reconhecimento de como somos moldados pelas experiências e pelo ambiente ao nosso redor.

    A transição para um “mundo agora perdido” e o “petrichor” (o cheiro da terra molhada) sublinham uma nostalgia pela simplicidade e beleza de momentos passados. O verso “Liberte o barco balançante” e “água derretida, som da primavera” simbolizam o movimento e a mudança, uma aceitação da impermanência da vida e a celebração da liberdade que vem com a renovação. Pesadíssimo x3.

    A canção termina com o caminhar em direção às árvores e ao “bosque de Yesterwynde,” conectando o passado e o presente, e encerrando com uma nota de espera e esperança para um futuro repleto de novas possibilidades e histórias.

    “Lanternlight” é uma meditação sobre como as experiências moldam nossa jornada e como a luz e a natureza nos guiam ao longo do caminho. Também vejo uma correlação com Higher Than Hope, onde a figura de um “Red Sun rising” e “Curtain falling” simboliza o fim de uma jornada, possivelmente a morte de alguém querido, e a ideia de salvação e legado, de como os sonhos e esperanças continuam a viver através dos que ficam. Enquanto uma foca no processo emocional da perda, a mais recente parece mais focada na reflexão pós-despedida. Pesadíssimo x4.


    Nightwish – Yesterwynde

    nightwish yesterwynde
    Capa Divulgação / Nuclear Blast

    Tracklist:

    1. Yesterwynde
    2. An Ocean Of Strange Islands
    3. The Antikythera Mechanism
    4. The Day Of…
    5. Perfume Of The Timeless
    6. Sway
    7. The Children Of ‘Ata
    8. Something Whispered Follow Me
    9. Spider Silk
    10. Hiraeth
    11. The Weave
    12. Lanternlight

    Formação:

    • Floor Jansen – Vocal
    • Emppu Vuorinen – Guitarra
    • Jukka Koskinen – Baixo
    • Tuomas Holopainen – Teclados
    • Kai Hahto – Bateria & Percussão
    • Troy Donockley – Gaita irlandesa, Flauta Low Whistle, Guitarra, Bouzouki, Bodhrán, Aerófono, Vocal

    OUÇA AGORA NO SPOTIFY

    SINOPSE

    “Yesterwynde” promete capturar a essência do Nightwish, trazendo novas nuances e explorando temas profundos como memórias, mortalidade, humanismo e tempo. Tuomas Holopainen, tecladista e principal compositor da banda, revelou que o álbum é uma conclusão da trilogia iniciada com “Endless Forms Most Beautiful” e “Human :II: Nature”, e destaca que esse é o trabalho mais lírico da banda até agora.
    BELLAN
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