Do começo como utaite na plataforma Nico Nico Douga para o mundo, Nano é uma cantora que exala energia e paixão pela musica. Com onze anos de carreira e depois de vários shows pelo Japão, Paris, Alemanha e na sua terra natal, os Estados Unidos, Nano finalmente veio para o Brasil fazer dois shows nesta edição especialíssima de 20 anos do Anime Friends, nos dias 13 e 14 de julho!

Como de costume, o SUCO esteve na coletiva de imprensa, onde a NANO respondeu de muito bom grado as perguntas de toda a imprensa presente. E esses dois dias de bate papo você confere aqui! Agradecemos também à Isa pela imensa ajuda como intérprete!


COLETIVA DE IMPRENSA: NANO NO ANIME FRIENDS 2023

Boa tarde, eu sou do JamE Brasil, a gente fez uma entrevista recente e ela tinha falado sobre o que esperava do show no Brasil. Então eu queria saber do que ela já teve contato aqui no Brasil e se ela já teve contato com os fãs, do que que ela gostou ate agora.

Como essa é a minha primeira vez vindo ao Brasil, eu estou realmente bastante animada em estar aqui. Eu sempre soube que eu tinha vários fãs no Brasil e estou animada em poder finalmente conhece-los. Meu show será a noite, essa será minha primeira vez tendo contato com os meus fãs daqui e para isso eu estou muito empolgada!

Boa tarde, eu sou o Walter e minha pergunta é o seguinte, qual é o gênero musical que te ajuda a se inspirar no seu trabalho e se você já ouviu algum estilo de musica brasileira.

Olá, obrigado pela sua pergunta! Os estilos musicais que me inspiram são vários, vários gêneros diferentes. Eu cresci ouvindo todo tipo de musica, desde musica clássica, ate rock’n roll, folk, pop e tudo isso me influenciou. Infelizmente eu não escutei muita musica brasileira, mas eu adoraria ter alguma indicação!

Boa tarde, meu nome é Erick, eu sou do Suco de Mangá, primeiramente feliz aniversario Nano! Minha pergunta e sobre o seu disco de 2015, o “Rock On” e ele me dá a impressão dele ser a sua bandeira como uma rockstar para o mundo. Apesar de você trabalhar de uma forma bem aberta com musica, usando vários estilos, o rock me parece algo preponderante. Alguma banda ou alguma musica em especifico na sua vida despertou a sua paixão para o rock?

Muito obrigada! Quanto a Rock On, ele foi um álbum bem especial para mim, porque como você disse, ele retrata a alma do rock dentro de mim. E para ser honesta, não houve alguma inspiração direta para esse trabalho. Se trata realmente de mim mesma gritando “Rock on!“ para o mundo. E obrigada pelos parabéns!

Oi, eu me chamo Jonathan, tudo bom? Eu queria saber, pelo sucesso que você faz ao redor do mundo inteiro, não somente aqui, como que é para você poder conectar diversas pessoas e culturas com a musica?

Obrigada pela pergunta! Eu me sinto muito abençoada e muito especial em poder ir para tantos países e ver pessoas tão diferentes. E esse e o meu maior objetivo, conectar pessoas ao redor do mundo pela musica; neste momento eu ainda estou nessa jornada e chegar no Brasil é uma grande conquista para mim, eu quis vir aqui já tem um bom tempo, obrigada!

Olá, eu sou a Lucy e eu queria perguntar se você pode contar um pouco sobre como é o processo de criar uma anisong e qual a diferença de compor uma anisong e uma musica própria.

Obrigada! Tem muitas diferenças quando eu crio musicas para anime e musicas originais. Para as primeiras, eu tenho que estudar o anime e dai eu penso nas letras que possam casar com o seu mundo e então eu começo a gravar, enquanto nas minhas músicas eu tenho a liberdade de escrever o que eu quiser. Então as músicas de anime passam por um processo maior, o que eu gosto bastante de fazer, eu amo fazer musicas para anime!

A Nano já tem colaborações com alguns artistas, como com o MY FIRST STORY, e eu queria saber se ela tem vontade de fazer colaborações com algum outro artista em especifico? Quais artistas você escolheria e por que?

Ótima pergunta, obrigada! Tem tantos artistas maravilhosos no mundo, não só no Japão, mas além e eu quero muito poder colaborar com artistas de outros gêneros musicais, não só rock’n roll. Também quero colaborar com artistas com quem eu acabo me encontrando em eventos, como o BURNOUT SYNDROMES.

Por falar em colaborações, seu ultimo álbum NOIXE tem uma musica chamada “We Are The Vanguard” e você fez uma colaboração com a rapper DEMONDICE, que é bastante popular no Japão e eu queria que você comentasse como foi essa colaboração, como foi experimentar o rock com o rap, como foi essa interação entre vocês duas?

Como eu disse na pergunta anterior, eu fiquei muito, muito animada em poder colaborar com alguém de outro gênero musical. Quando se faz esse tipo de colaboração, a gente acaba criando um novo gênero, não apenas rock, nem apenas rap, mas algo inteiramente novo. Eu conheci a DEMONDICE num evento de anime no Havaí e foi um sonho virando realidade poder fazer essa colaboração com alguém que eu conheci num evento. Aquilo foi bastante especial, foi muito divertido poder gravar e criar essa musica e eu adoraria fazer isso de novo.

Ainda sobre Noixe, você compôs a musica Catastrophe para o anime “Human Bug Daigaku”, que foi um anime que passou meio despercebido mas que conta uma ótima historia. Eu queria saber se na hora de compor Catastrophe, se ela compôs pensando nos problemas que rondam o protagonista do anime ou se ela pensou em algo além disso.

Sim e não. Sim porque a letra é sobre a historia do bug humano e sobre o personagem principal, mas eu também senti que muitas pessoas poderiam se identificar com ele. Eu mesma consigo me identificar com o personagem principal, no sentido de estar em luta comigo mesma. Então não é uma musica que lida apenas com a situação do anime, mas para todos que estejam em luta consigo mesmos.

Do seu primeiro álbum até o seu mais recente, você sente que houve alguma evolução no seu estilo musical?

Sim, eu sinto que mudei muito de lá pra cá e num bom sentido. Também tiveram várias coisas que não mudaram, mas minha paixão pela música voou nesse tempo e ela acompanhou essa evolução.  Eu fiquei mais ligada ao rock’n roll e mais apaixonada pela musica. Eu amo ouvir o meu primeiro álbum porque ele me faz lembrar do quanto eu amo musica.

Sobre essa evolução musical, eu queria saber se ela tem algum plano de tentar outros estilos por conta própria e se ela vai continuar postando esses covers que ela vem lançando recentemente em inglês, como ela fazia desde o começo da carreira.

Sim, eu adoraria experimentar mais coisas, fazer meu estilo evoluir e eu acho importante fazer esses covers porque eles me ajudam a fazer esses experimentos com outros tipos de música, então eu com certeza adoraria seguir por esse caminho.

Eu quero perguntar sobre parte desse processo de mudança para o Japão, porque você é uma cantora nascida e criada nos Estados Unidos, de pais japoneses mas nascida e criada lá; e uma vez no Japão, você teve de passar a interagir com japoneses. E lá rola muito do “kuuki wo yome”, algo como “reading the room” em inglês, enfim, onde você precisa “ler” o ambiente antes de falar alguma coisa, o que é bem diferente dos Estados Unidos ou mesmo daqui. Ter sido criada numa família japonesa meio que te preparou pra isso ou foi um processo que você teve que aprender do zero estando lá?

É uma pergunta bastante profunda e complicada, porque seja crescendo nos Estados Unidos ou morando no Japão, eu passava por uma crise de identidade. Porque nos EUA eu não era completamente americana e quando eu vou para o Japão eu não sou completamente japonesa e eu nunca acabava entendendo direito quem eu era. A música virou minha salvação, o meu escape e o que me manda superar essas dificuldades e me amar por quem eu sou. Eu ainda acabo me sentindo uma estrangeira não importa onde eu vá, mas eu consigo me sentir bem graças a música.

Tenho uma pergunta mais especificamente sobre j-rock. Seu estilo musical pega uma parte melódica própria das anisongs, mas o seu trabalho autoral tambem pega muito da parte melódica do j-rock e você já mencionou bandas anteriormente como o L’arc~em~Ciel e B’z como grupos que você admira. Eu queria saber o que você gosta da cena do rock japonês?

Eu acho o j-rock algo muito especial, porque mesmo sendo rock`n roll, é algo bastante melodioso, fácil de entender e de cantar junto. Por exemplo, o rock`n roll nos Estados Unidos é mais feroz e violento, enquanto o rock japonês passa algo mais gentil e é isso o que eu amo no j-rock e acho que nas anisongs essa gentileza é ainda maior. É isso o que eu acho importante para dizer ao mundo sobre a gentileza da musica japonesa e por isso eu faço o que faço hoje em dia.

Sobre covers, você assistiu os covers que seus fãs fazem de suas musicas e isso te impacta de algum jeito?

Eu amo ouvir os covers das minhas musicas! Sejam covers de canto ou de guitarra e espero que mais pessoas os façam!

Ontem você comemorou o seu aniversário aqui e eu queria saber das suas primeiras experiências que você teve aqui no Brasil, se teve alguma coisa que te impactou ao chegar aqui que fugiu das suas expectativas.

Eu sabia que os brasileiros eram bem passionais, cheios de amor, mas todos aqui são tão maravilhosos e gentis! Tão sorridentes de um jeito que me faz feliz em estar aqui no Brasil, então aqui é um lugar melhor e mais bonito do que eu imaginava!

E por falar nisso, qual comida daqui te chamou mais a atenção? Do que que você mais gostou?

Quando eu fui ontem no restaurante, tudo parecia tão bom! Sério, eu comi demais e um pouco de tudo *risos*! Mas a torta de limão que tive de sobremesa era maravilhosa e eu gosto muito de doces, então foi o que mais gostei daqui.

Eu assisti a um bate-papo seu de mais de duas horas no Trash Taste pra ajudar a te entender melhor e como você chegou no Japão depois de crescida e você teve contato com estrangeiros que curtem a cultura pop japonesa, quais suas impressões de ver pessoas de fora do Japão curtindo tanto anime e manga nas ruas de Akihabara? Que impressão isso te causava quando você via isso?

Eu amo o fato das pessoas irem para o Japão e aproveitaram a sua cultura! Não é fácil ir para outro pais, o Brasil em especial fica do outro lado do mundo, muito, muito longe do Japão e isso pra mim é muito especial. Agora que passamos pelo covid, eu quero ver mais pessoas indo para o Japão e eu quero poder visitar fãs de mais países e enfim, eu amo os otakus. *risos*

Depois dessa coletiva, a Nano fez seu primeiro show no palco principal do Anime Friends. Com a performance empolgante e com cantos generalizados de *Parabéns pra você!” por parte da plateia, Nano voltou para uma segunda coletiva de imprensa onde ela pôde passar para os presentes seus sentimentos de ter se apresentado pela primeira vez no Brasil!

Eu gostei muito do seu show e eu queria saber o que você achou da energia do público brasileiro?

Foi incrível! Achei maravilhoso e eu até soube que o público brasileiro cantava com bastante energia, mas eu fiquei pasma com aquilo tudo que era bem mais do que eu imaginava e eu espero que no show de hoje a noite o publico vá mais uma vez de “Rock on!” comigo!

Qual musica você mais gostou de compor?

É uma pergunta difícil de responder. Se é uma música original, eu diria “magenta”, porque ela foi uma das primeiras músicas que eu escrevi e ela é muito especial para mim. Se tratando de músicas de anime, eu diria que “No pain, No game” é uma das músicas que eu mais gostei de fazer, ela é uma das minhas favoritas até hoje.

Qual foi a experiencia de participar da trilha sonora do tokusatsu “Ousama Sentai KING OUJYA”?

As séries sentai são tão famosas, tão populares! Sabe, eu cresci assistindo Power Rangers nos EUA e poder fazer parte da trilha de uma série super sentai foi um sonho virando realidade! Ainda nem consigo acreditar que eu cantei uma música para esse tema e INFERNO é uma musica bastante recente que está passando na tv agora, então eu espero que mais pessoas possam ouvir essa musica e eu fico muito feliz que você já a tenha ouvido, muito obrigada!

Nós dos Brasil gostamos muito da “No Pain No Gain” por causa do anime “Btooom!” e eu queria saber como foi a sensação de ser chamada para fazer a música de um anime

“Btoom!” foi uma experiência bastante memorável e “No pain, No game” é uma das minhas músicas favoritas! Quando eu recebi a demo, eu me diverti muito escrevendo as letras. E quando eu ouvi a musica passando na televisão pela primeira vez, eu não conseguia parar de gritar, de tão feliz que era aquele momento. E eu ficou tão feliz de ter uma musica que me conecta com meus faz ate o Brasil e eu espero muito poder voltar mais vezes para cantar essa musica mais vezes.

Minha pergunta é sobre o seu álbum de estreia, Nanoir. Ele tem um jogo de palavras de Nano, com “noir“, noite em francês. A capa desse álbum é bem peculiar, pois ele tem um fundo escuro e o nome do álbum aparece nas cores do arco-íris. Eu queria saber o processo criativo na hora de fazer a capa do seu álbum de estreia.

Tem vários significados por trás, mas eu creio que a capa representa o mundo. Sabe, como todos vivemos volta e meia perdidos no escuro e com a minha música eu gostaria de ser esse arco-íris, a luz no meio dessa escuridão, dar um pouco de luz para os meus ouvintes.

Eu queria saber qual música é a mais difícil para você cantar, seja tecnicamente ou emocionalmente.

Eu tenho muitas músicas difíceis de cantar, muitas músicas rápidas, bastante rock`n roll e no começo era difícil fazer um show inteiro com as minhas músicas. Com o passar dos anos eu fui ficando mais acostumada, mas até hoje músicas como “No Pain No Gain” são difíceis de cantar e toda vez que eu a canto, eu dou cento e vinte por cento de mim, e isso é algo sempre emocionante. Por isso que eu nunca canto minhas próprias musicas no karaokê, é difícil demais. *risos*

Qual a letra que você mais teve dificuldade de compor?

Ótima pergunta! Talvez tenha sido a “Savior of Song” porque foi para um anime que era novo demais para mim e era uma colaboração com o Hiro do MY FIRST STORY. Até então eu não tinha experiência em escrever músicas em colaboração com duas pessoas cantando, então foi algo bastante desafiador. Eu amo cantar essa musica hoje em dia, então fico feliz pela experiencia.

Quais são suas maiores influencias musicais?

Minhas influências são varias e vastas, e cresci ouvindo desde The Beatles até música clássica e folk e hoje em dia muitos artistas que cantam para temas de anime me chamam a atenção. Tem muita gente inspiradora que eu admiro como o MAN WITH A MISSION, Aimer, Lisa e essas pessoas tem feito as músicas de anime voarem pelo mundo de um jeito que faz com que eu me inspire neles e é ótimo ter pessoas tão incríveis como essas como uma referência… e eu acabei de me dar conta de que todas essas pessoas que eu mencionei são de Kimetsu no Yaiba! *risos*

Essa foi a sua primeira vez no Brasil e por favor volte mais vezes, nós te amamos!

Obrigada! Eu tenho que dizer isto, o Brasil é incrível! Fico muito feliz de estar aqui e ao mesmo tempo me dá um arrependimento enorme de ter levado onze anos para finalmente vir para cá! Mas o tempo pouco importa, porque eu sei que o show de hoje a noite será um do qual eu jamais irei me esquecer!

GALERIA (14/07) – NANO

Fotos por @fotobelga / @sucodm


E foi com essas palavras que a Nano partiu para o seu segundo show no Anime Friends 2023, um show realmente inesquecível, repleto de energia! Sua presença de palco só não supera a simpatia e a gentileza com a qual ela se dispôs a interagir com o publico e com quem quer que viesse falar com ela.

Assim, o aniversário de 20 anos do Anime Friends foi marcado pela presença inédita de uma das maiores cantoras em atividade. Agradecemos de coração a Nano pelo seu tempo e desejamos que volte o mais breve possível – e com banda!