Há pouco mais de 10 anos, em fevereiro de 2013, Nano lançava seu segundo álbum de estúdio, intitulado N. A cantora e compositora nipo-americana iniciou sua jornada na indústria musical postando covers de músicas de anime e Vocaloids no YouTube e no Niconico, ganhando reconhecimento principalmente pelas versões em inglês que compôs para várias canções, Nano conquistou um público vasto e fiel ao redor do mundo. Em pouco tempo de carreira, ela conquistou contrato com uma gravadora e espaço na mídia, integrando a trilha sonora de animes como Hidan no Aria, Phi Brain: Puzzle of God e Btooom!
Poucos artistas bilíngues são capazes de demonstrar todo o seu potencial para composições da maneira como Nano faz. Assim como em nanoir (2012), a cantora impressiona pelo nível de sensibilidade presente em cada uma das palavras e, com maestria, ela frisa o poder da música como ferramenta universal, que conversa com sinceridade, de coração para coração, independente das barreiras linguísticas e geográficas, com seus ouvintes.
Na maioria de suas composições, Nano parece compartilhar fragmentos de sua história de forma crua, mas ainda muito poética, com àqueles que apreciam a sua arte e, em N, isso não deixa de acontecer. Por isso, na experiência de escuta deste álbum, o sentimento predominante é algo como o de ser acalentado e saber, ao passar de cada canção, de que não há nada de errado em ser diferente.
O estilo indefinido e andrógino de Nano – em termos de aparência, principalmente – foi uma das características mais marcantes durante os primeiros anos de carreira. O fato de nunca mostrar o rosto, que ficava coberto pelo capuz do moletom e uma longa e lisa franja, além da voz que atingia tons graves sem muito esforço, gerava curiosidade entre o público. Quando N foi lançado, a artista ainda mantinha esse “mistério” pairando no ar.
Mesmo que atraísse olhares curiosos por esse motivo, o que realmente cativou a atenção daqueles que chegavam para conhecer o trabalho de Nano foi a temática e a sinceridade em seu som, chave mestra para tamanho sucesso, majoritariamente, entre o público jovem. Podem passar 5, 10, 15 anos… O sentimento de ser um adolescente, trancado no quarto e vivendo em seu próprio mundinho, reacende, mesmo que com uma nova roupagem, no peito e na mente de quem revisita trabalhos mais antigos como N.
Me sinto só, mas quem é que nunca se sentiu assim?
Como já dizia CP22 em Um minuto para o fim do mundo, todo mundo já passou por um momento em que o sentimento de desamparo e solidão bateu forte. E, assim como a banda brasileira, Nano, mesmo com raízes que se estendem desde o outro lado do mundo, evidencia a universalidade dos sentimentos ao repetir, em outras palavras – e línguas – a experiência de carregar esse mix de emoções.
Agora que você já tem uma noção da atmosfera de N, fica o convite: bora conhecer um pouco mais sobre algumas das faixas deste álbum tão marcante?
You live, you die, and life goes on
neophobia é a faixa que abre o álbum, falando sobre viver destemidamente, apesar do medo do julgamento alheio. Afinal, todo mundo, ainda que não demonstre, lida com a pressão das vozes que tentam te desviar de sua própria verdade.
Quando essas questões não são tratadas com a devida atenção, não é difícil ver casos onde “o oprimido se torna opressor”, principalmente na adolescência. Dessa forma, tanto no videoclipe quanto na letra, Nano demonstra entender que o contato com inúmeras experiências novas pode ser esmagador. Então, por diversas vezes, manter-se vivo parece o maior dos desafios.
Do you believe a world of happy endings?
Nevereverland é, com certeza, uma das músicas mais nostálgicas da carreira de Nano. Considerada por muitos dos fãs como um verdadeiro “hino da adolescência”, a faixa faz parte do OVA Ark IX.
A canção recebeu um belíssimo cover por Morfonica, banda de rock feminina japonesa parte da franquia BanG Dream!, que retrata personagens fictícios na série de anime do projeto e também no jogo para celular. A releitura foi recebida com louvor pela fanbase de Nano e pode ser vista a seguir:
Mesmo após tantos anos, Nevereverland continua tocando a mente, coração e alma daqueles que a escutam. Equilibrando pura poesia com um ritmo poderoso e envolvente, a canção exalta toda a força de N.
Kasunda true world
No pain, No game é apenas uma das várias canções de Nano que fizeram parte da trilha sonora de animes. Escolhido como abertura de BTOOM!, este sucesso também fala da juventude como fase de recomeço, que é marcada por momentos que fazem doer, mas que ajudam a crescer!
A temática central de No pain, No game é sobre criar oportunidades para crescer e conquistar sua própria realidade, como um grande mosaico, criado a partir dos fragmentos das experiências que vivemos, sejam boas ou ruins.
Assim como as outras duas canções citadas em nossa lista, No pain, no game recebeu seu videoclipe somente há 3 anos, por conta do projeto BEST ALBUM「I」
Conheça Nano
Por fim, é possível afirmar que N consegue explorar temas recorrentes como relacionamentos, amadurecimento e autoconhecimento, sem apagar a autenticidade tocante de Nano, fator que a diferencia em meio aos diversos outros artistas. Pois é, pessoal… Crescer não é nada fácil, mas faz parte da vida.
A mensagem que fica é a de que, mesmo que exista o medo de sofrer e encarar o fruto de suas decisões, não é preciso chegar até o limite para dar um basta no que te limita e, enfim, mudar a sua vida e o mundo que te cerca.
Se você ainda não conhece Nano, experimente N por completo:
Curtiu e gostaria de ver ao vivo? Seus pedidos foram atendidos! Quem estiver no Anime Friends 2023 poderá conferir Nano e outras atrações internacionais, entre os dias 13 e 16 de julho, na vigésima edição do maior evento de cultura anime e pop asiática da América Latina.
A apresentação única da cantora está marcada para a próxima sexta-feira (14), no Distrito Anhembi, em São Paulo. Para saber mais sobre o Anime Friends e sua programação completa, clique aqui e acesse o site oficial do evento. Você também pode conferir outros conteúdos exclusivos, como um vídeo da Nano mandando um recado para os fãs brasileiros, através das redes do AF.