A convite da Fox, estivemos em São Paulo na coletiva de imprensa do lançamento do filme Logan com a presença de ninguém menos que o próprio: Hugh Jackman.
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O clima era uma mistura da saudade que vai ficar com a sensação de dever cumprido. Também pudera, Jackman registra a despedida do carcaju após vivenciar suas histórias durante 17 anos.
Em tom descontraído, como quem acaba de tomar seu primeiro ‘pingado’ {link}, Jackman faz questão de iniciar a entrevista com uma amigável saudação – quase – em português: “Oi, obrigado for having me here in Brazil!”.
Simpático e cordial, fez questão de elogiar, inclusive, a organização da coletiva. Com plaquinhas, números e ordem das perguntas, brincou: “Me sinto num leilão, por favor deem lances altos!”.
Fun Fact: Ao receber o roteiro pela primeira vez, Hugh Jackman nunca tinha ouvido falar em X-Men. Na região onde morava havia uma banda chamada “Uncanny X-Men” e a única coisa que ele pensou foi: “eles querem que eu faça o papel do vocalista ou algo assim?”
Bryan Singer e Christopher Nolan iniciaram a nova era da ascensão dos filmes baseados em quadrinhos e mudaram a forma de contar histórias de heróis na tela grande. Jackman se diz orgulhoso pelos filmes de X-Men, mas sempre sentiu que deveria explorar o personagem com mais profundidade. Um processo natural, segundo ele, que o intrigou ao longo do tempo: “Os filmes evoluíram, o personagem evoluiu e eu evoluí com o Logan”
Jackman sempre viu em Logan um personagem definido por sua humanidade e não por suas habilidades de super herói. Em um contexto rápido, Wolverine é aquele cara que você quer ter ao seu lado e que, definitivamente, não vai querer irritar, “Não quero que o filme se chame Wolverine, quero contar a história sobre um homem, quero que se chame Logan!” (…) “Pra mim esta é a história definitiva sobre o personagem”.
Em 2 de março de 2015, Hugh acordou com uma ideia martelando em sua cabeça sobre o que ele gostaria para o filme e, ali mesmo, gravou seus pensamentos no celular. Ligou para Mangold que topou de imediato. O Diretor já estava, inclusive, pensando em paralelo sobre algumas outras ideias para o filme, como trazer a X-23 para a narrativa e sobre a doença de Charles.
Jackman comenta que sentou com James Mangold frente-a-frente com os diretores da Fox, já imaginando os diversos “não” que receberiam, mas, para surpresa dos dois, sem hesitação, a resposta foi simples e rápida: “Do it!” – “Façam!”
Jackman e Mangold queriam um filme adulto que representasse a violência – um dos elementos tão presentes na trama e no personagem. Nas palavras do ator, “não dá pra entender o Logan sem entender a violência, o que ela faz com ele e com as outras pessoas. […] Não é o tipo de filme onde os prédios caem e as pessoas apenas limpam a poeira e seguem em frente – quando pessoas morrem, elas morrem.”
Assim como o arco dos quadrinhos ‘Old Man Logan’, o filme também foi inspirado em clássicos do estilo ‘Road Movies’ e ‘Western’. Entre as obras citadas por Hugh, “Os Brutos também Amam” (Shane), O Lutador (The Wrestler) e Pequena Miss Sunshine – o último, em particular, em referência a cenas com Charles e Laura e a ideia de família em volta de alguém que odeia intimidade com quem quer que seja.
O Wolverine sempre foi figura de brutalidade. Como você se sente em ser desbancado por uma criança no último filme?
“Você tem filhos? Então. Você deve entender como é ser derrotado por crianças, todos os dias da sua vida.”[risos]”Dafne (Keen) é fantástica. Ela pode chutar meu traseiro sempre que quiser.”
O ator ainda comparou o lançamento do filme com um jogador de futebol brasileiro chegando ao final da copa: “Mesmo se perder ainda sairá orgulhoso pela trajetória, mas ganhar é muito melhor!”. Ao conferir o resultado final, ele confessa que se sentiu satisfeito e aliviado.
É um filme idealizado e desenvolvido pensando nos verdadeiros fãs do Logan. Hugh e Mangold queriam poder encarar os fãs dos quadrinhos e ouvir “FINALLY, YOU MADE IT.”
Vai sentir falta de interpretar esse papel?
“Não tenho como sentir falta pois ele sempre estará presente. Até me emociono em perceber o quanto amadureci e o tanto que o personagem me ensinou ao longo dos anos.”
Emocionado, Jackman comenta o processo e a intensidade em gravar o último filme no papel de Logan. Menciona, em especial, uma cena entre ele e Patrick Stewart (Charles Xavier) em que não conseguiu conter as lágrimas.
Mais do que o capítulo final da saga, ele espera que o filme consiga transmitir toda a evolução e crescimento que representa. Como mensagem que considera que todos devemos ouvir: Independente das pressões de pais, familiares ou da sociedade – “Não seja aquilo que te fizeram”
Não seja aquilo que te fizeram Logan 20th Century Fox
Posted by Hugh Jackman on Monday, February 20, 2017