Foi uma bela surpresa a Netflix iniciar o ano de 2016 com Little Witch Academia em seu catálogo.
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Esta animação do STUDIO TRIGGER foi produzida em 2013 e a versão brasileira fora dublada em português pelo estúdio Delart, localizado na cidade do Rio de Janeiro.
O dragão está à solta!
Imagina uma escola de bruxaria. Imaginou? Veio Harry Potter à sua mente? Bom, é mais ou menos por aí.
Em Little Witch Academia temos a região de Luna Nova onde as bruxas não caçadas – algumas até mesmo são celebridades – e todas vivem em total comunhão na sociedade; Pelo menos é o que parece neste episódio.
A animação começa num espetáculo, parecido com um show de mágica nível “estádio”. Lá temos uma bruxinha fazendo seus truques e peripécias de ilusionismo, e dentre as centenas de pessoas na platéia, temos uma pequena garota que se emociona com tal show. Vemos nos olhos desta pequena criança de que ela QUERIA estar no palco; Ela quer ser uma bruxinha.
É aí que temos no centro do episódio, a história de Atsuko Kagari, ou simplesmente Akko. Ela parece não levar jeito nas matérias teóricas e até mesmo nas mais técnicas, como voar numa vassoura mágica, ela não se dá bem. Logo vemos que o que importa pra ela, é ser igual aquela bruxa de sua infância Shiny Chariot, que por sinal não é tão bem vista entre os alunos e professores, já que ela se utilizava de magias de ilusionismo e/ou magias fúteis para resolver o que era necessário. Na verdade, ela era uma tremenda Hue Hue BR.
Akko não veio de uma família tradicional de bruxos assim como suas amigas e sua rival em potencial Diana Cavendish, a sabe-tudo, CDF e a mais perita com magia na sua turma. Como em qualquer situação escolar, temos as panelinhas de amigos; Do lado Akko, temos a “nerdzinha-de-óculos” Lotte Yanson e a especialista em poções Sucy Mambavaran. Do lado Diana, temos as medrosas Hanna e Barbara (referência à Hanna Barbera aqui?). Com esses dois times rivalizados, temos o plot central da animação onde os grupos de bruxinhas devem passar num teste de “dungeoncrawler“.
Basicamente, temos uma grande torre e com um grande labirinto-dungeon nela. Lá, diversos monstros sobrenaturais se escondem e os itens mais lendários podem ser encontrados. Como tudo tem um preço, já viu né?
Com essa disputa do grupinho Diana vs Akko, uma quer mostrar à outra (principalmente Akko) que conseguiu o item mais raro do local ou mesmo, destruiu o monstro mais perigoso do calabouço. Porém, Diana ao tirar o selo de uma antiga máquina de tortura (Dama de Ferro), acaba liberando um dragão capaz de absorver a Mana/Poderes Mágicos das bruxinhas; Quão mais ele absorve, maior e mais forte ele fica.
E agora com o dragão à solta, ambas (Diana e Akko) devem deixar de lado o orgulho e precisam trabalhar em conjunto para combater o tal bichano. Será que vão conseguir? Vou deixar esta parte do clímax com vocês. Vocês precisam assistir, sério (não querendo dar o veredito tão já :P)
O Caldeirão da Bruxa
O que mais chama a atenção em Little Witch Academia é de que todos os elementos narrativos e técnicos funcionam muito bem. Nada é sobrecarregado de informação ou jogado de à esmo, mesmo que a animação tenha algumas referências e “segredos” nas entre-linhas.
Outra questão é a forma despretensiosa que o diretor Yoh Yoshinari (Gurren Lagann Parallel Works) trabalha com a temática de bruxa/bruxaria. Ele se utiliza dos elementos que todo mundo tem conhecimento: O chapéu pontiagudo, o caldeirão, as magias, a vassoura mágica, a varinha, etc. Dessa forma, não há muito o que explicar do background e já no início desta animação de pouco mais de 23 minutos, já somos apresentados ao plot central.
Falando um pouquinho da protagonista Akko, ela surpreende por mesmo não ser a melhor na técnica e na teoria, ela consegue extrair o seu poder ACREDITANDO que tem esse poder. Talvez, neste universo de Luna Nova, muito dessa magia “inconsciente” ou involuntária/genuína se perdera, e ela, como a Shiny Chariot, acabam desequilibrando por utilizar de conceitos teoricamente falhos, mas que podem e devem funcionar no momento em que mais necessitamos. Se fossemos para resumir sua persona, basicamente é aquele elemento do “Acredite. Você Consegue”.
Veja sem preconceito
Teve uma galera das interwebs xiando quanto a animação ser do Studio TRIGGER. Para quem não saber dos porquês, vai uma breve explicação – e junto, um pouco do processo de criação do anime.
O Studio TRIGGER se formou com o abandono de Hiroyuki Imaishi e Masahiko Ohtsuka da toda e poderosa GAINAX em 2011. Muito da galera no time do estúdio, veio de animações peso-pesado do naipe de Evangelion, Gurren Lagann e FLCL (FuriKuri). Tirando o primeiro trabalho Inferno Cop (animação com 13 episódios de 3 minutos cada), Little Witch Academia foi de fato o portfólio do grupo para alçar vôos maiores posteriormente, com Kill La Kill.
Com o mesmo time de Gurren Lagann e Kill La Kill (mesmo este, lançado depois), muita gente teve o preconceito de assistir pensando em ter muitas cenas de fanservice ou “calcinhas-non-sense”. Muito pelo contrário, Little Witch Academia mostra um outro conceito da equipe de produção (como no recente Ninja Slayer) e pode ser indicado para qualquer pessoa!
É importante frisar de que grande parte do financiamento da produção, veio através do projeto Anime Mirai do Young Animator Training Project 2013, financiando jovens animadores. Neste mesmo ano, curtas de estúdios como Madhouse e Gonzo também participaram; Vale citar que o curta apresentado pela Madhouse foi Death Billiards (que originou Death Parade posteriormente)
Poções e Fogos de Artifícios
Mesmo sendo o “primeiro trabalho de peso” do estúdio, a qualidade técnica de Little Witch Academia impressiona. Algumas cenas lembram animações Disney feat. Ghibli e as personagens, mesmo conhecendo bem pouquinho sobre elas, são super carismáticas.
Lembra do time da Akko e Diana citado logo acima? É possível fazer um quarteto fantástico dessas bruxinhas, cada uma com suas particularidades e poderes específicos, dando mais pano pra manga em futuras histórias (Em breve, traremos a continuação lançada em 2015 por aqui também :D).
Little Witch Academia acabou de entrar no Netflix e acabou recebendo uma dublagem pelo estúdio Delart, atualmente o maior estúdio de dublagem da América Latina. Quanto a este episódio, não temos do que reclamar; Está tudo muito bem feito e deveras cativante. Podemos citar o empenho e destaque Ana Elena como a protagonista Akko (Masami em Gumball) e a mítica Miriam Ficher como a Professora Ursula (Botan em YuYu Hakusho).
Divertido, cativante, um quê de animações 80 e 90 (Disney + Ghibli) e poxa, serão um pouco mais de 20 minutos de bruxarias muito bem exploradas.
Little Wich Academia já está disponível no catálogo Netflix.