Com a promessa unir pessoas das mais diversas tribos em nome da música, o MITA era um dos eventos mais aguardados pelo público brasileiro, que vem encarando uma avalanche de shows e festivais em 2023. O Suco esteve presente no Jockey Club no último sábado (27) e te conta em detalhes tudo o que aconteceu por lá!

Ativações no MITA com mimos úteis e legais

A sede do MITA RJ estava repleta de lindos stands dos patrocinadores do evento. Logo na entrada, a Daki, mercado digital, distribuiu bandanas como brinde para quem chegou cedo, enquanto a Heineken, cerveja oficial do festival, entregava pulseiras para os maiores de 18 anos, permitindo a compra de bebidas alcóolicas. Como medida sustentável, a Heineken também oferecia copos reutilizáveis, que deveriam ser devolvidos ao final de cada dia do evento. 

Espalhados pelo Jockey Club, estavam os stands da Mike’s, onde era possível rodar uma roleta e concorrer ao trial de um dos sabores das ices vendidas pela marca ou uma canga para sentar e descansar entre um show e outro. A Daki, que já havia oferecido as bandanas, também promoveu o jogo da roleta, com prêmios como squeezes, cangas e cupons de desconto que poderiam ser utilizados no mercado móvel, montado no próprio stand, que contava com opções de snacks e bebidas.

MITA RJ DIA 1 - Lana Del Rey
Foto: @sucodm / Melissa

Baw, marca de roupas patrocinadora, oferecia descontos para compras feitas pelo site oficial, além de um tirante exclusivo para compras a partir de R$ 170. A marca Stanley esteve presente e deu descontos na compra dos copos da marca, que também acompanhavam o tirante. 

Quem não garantiu a coroa de flores para ver o show de Lana Del Rey, pôde garantir uma com a Grey Goose. Para ganhar, era necessário tirar uma foto usando o acessório e postar nas redes sociais, sem esquecer de marcar o perfil oficial da marca. Outro brinde muito legal foi um abanador que salvou a vida da galera naquele calor do Rio de Janeiro. Para conseguir um, era só pedir para um dos atendentes do stand. 

Além destes, também haviam stands com rooftop que proporcionou uma visão privilegiada do palco Corcovado, como o da Deezer, cheio de benefícios para Superfãs e convidados, e o da Redley, marca de calçados. O Palco Heineken, já conhecido de outros eventos que contam com a marca como patrocinadora, veio em um formato diferenciado para o MITA com um cômodo que imitava uma “baladinha”. 

Jack Daniel’s (whiskey), Vitória Régia (gin), Red Bull e Redley (calçados) foram outras marcas presentes no MITA. Vale a pena separar um tempinho para passear pelo festival e conferir tudo que ele tem a oferecer! 

MITA RJ DIA 1 - Lana Del Rey
Foto: @sucodm / Melissa

Nosso bonde é PESADÃO!

Nossa cobertura começa com o show que reuniu LARINHX, cantora, compositora e produtora musical, Ebony e Slipmami, destaques na cena do rap feminino atual, e MC Carol, um dos maiores nomes do funk brasileiro. O resultado dessa parceria não poderia ser diferente: aquecimento explosivo no MITA, com um show que era exatamente o que o público carioca precisava. 

LARINHX começou a performance com o set alto astral, que misturava clássicos dançantes dos anos 2000 do rap e funk nacionais e internacionais, preparando a galera para a entrada das rappers. Ebony, nome em ascensão na indústria musical nacional, veio logo em seguida, cantando alguns de seus trabalhos mais antigos. A euforia veio com 100mili, que não estava presente na setlist, mas foi requisitada por LARINHX antes do final da apresentação. Antes de deixar os palcos, Ebony convidou Slipmami para dar continuidade ao show e, juntas, cantaram 8KG, parceria de sucesso entre as três artistas presentes no palco que não poderia faltar, fazendo com que o público cantasse aos berros. 

Já sozinha no Palco Deezer, Slipmami cantou com vários de seus sucessos. Entre eles, está Oompa Loompa, presente no álbum Malvatrem, que ganhou um prêmio por atingir 10 milhões de reproduções, entregue no palco ao final de sua apresentação, deixando a cantora emocionada. 

MITA RJ DIA 1 - Lana Del Rey
Foto: @sucodm / Melissa

Por fim, mas não menos importante, o público entusiasmado recebeu MC Carol. A funkeira tocou seus maiores sucessos, mas nenhum deles na íntegra. A última música apresentada foi Toca Na Pista, parceira entre a cantora, Heavy Baile, que também subiu ao palco para participação especial, e Tropkillaz. Antes que eles pudessem finalizar, a energia dos microfones foi cortada por conta do horário.. Com uma despedida morna, os artistas deixaram o palco e encerraram a “amostra de baile funk” que deixou o Jockey Club ainda mais quente naquela tarde de sábado. 

O talento segurou a barra para Jehnny Beth 

Jehnny Beth subiu aos palcos encarando um calor de torrar, às 13h40. As grades – e ambas pistas – do Corcovado estavam ocupadas por fãs que, faça chuva ou faça sol, ansiavam para que a hora passasse logo e Lana Del Rey fizesse sua apresentação. Por esse motivo, os presentes ali não pareciam tão receptivos à cantora francesa. Para dificultar ainda mais no processo de aceitação, o estilo de Beth parecia inadequado para o horário, já que suas canções costumam criar uma atmosfera mais noturna e sombria, carregada pelo post-punk e industrial, fazendo questionar se esse era realmente a melhor escolha para a lineup do primeiro dia de festival. 

Mesmo assim, o show de Jehnny Beth foi um dos melhores do dia, com certeza. Sem luzes, efeitos e cenários no palco, mas com muita personalidade e autenticidade, a cantora, ao lado do baixista Johnny Hostile e da cantora e tecladista Malvina, entregou uma apresentação sexu, mas sem ser vulgar, deixando grande parte do público, antes resistente à atração, de queixo caído. O destaque fica para o incrível (e fiel) cover de Closer, da banda Nine Inch Nails

BADBADNOTGOOD e o show que dividiu opiniões 

Essa foi a apresentação responsável por mostrar, de forma bem escrachada, quem estava no MITA atrás da experiência do festival e quem estava somente pela headliner. 

Quem curte uma coisa menos óbvia e veio com o coração aberto, certamente aproveitou muito o show do BADBADNOTGOOD. Com um belo pôr do sol, adornado pela presença do Cristo Redentor ao fundo, a banda de jazz instrumental fez um show dançante que casou perfeitamente com a estética do evento e com o show que viria logo em seguida, desta vez no palco Deezer, apresentado por Jorge Ben Jor. 

O grupo canadense convidou ao palco Arthur Verocai, renomado maestro, compositor e arranjador brasileiro. O baterista Alexander Sowinski não poupou elogios ao maestro, que é uma das maiores inspirações do BADBADNOTGOOD. A participação de Verocai tratou de amarrar bem a setlist escolhida para a apresentação e, com a entrada da cantora Paula Santoro, convidada que trouxe o balanço que faltava, a banda encerrou o show com virtuosidade tocando Talk Meaning

A partir deste momento, a maior parte de quem estava na pista comum e queria tentar a sorte de ver Lana Del Rey, não arriscou o deslocamento do Palco Corcovado ao Palco Deezer, pois o espaço já começava a ficar abarrotado de gente. 

Eletrônica + MITA é um bom match? Flume provou que SIM!

Flume, nome artístico do produtor e DJ australiano Harley Streten, referência na mistureba do eletrônico da house music e U.K garage, provou que a música eletrônica pode combinar, sim, com um festival como o MITA. 

Mais uma vez, os fãs de Lana Del Rey, maioria presente nos espaços do Jockey, pareciam resistentes ao show. Cada vez mais eufóricos pela apresentação da cantora, eles demoraram um pouco até entrar na vibe dançante de Flume. Mas, uma vez imersos naquela atmosfera diferenciada, com ajuda de lindas projeções e jogos de luzes, não conseguiram fugir da curtição. 

Quem assistia pela transmissão da Multishow, pode ter ficado com a impressão de que o show estava meio parado. Entretanto, no meio da galera, a sensação foi totalmente diferente. Os holofotes da apresentação de Flume vieram com Never Be Like You, Drop the Game, Smoke & Retribution e Go. Para ajudar na sequência de hits, o público recebeu os aveludados e inebriantes vocais de Kučka e Vera Blue, convidadas pelo DJ.

MITA 2023
Foto: @sucodm / @fotobelga

O encerramento único e emocionante por Lana Del Rey

Lanita, o Brasil te ama! E os fãs, que cumpriram a missão de esgotar todos os ingressos disponíveis para o primeiro dia de MITA, não poderiam ter saído de lá mais satisfeitos com a espetacular experiência da apresentação que marcou o retorno da cantora aos palcos, após quase quatro anos de espera.  

Depois de um atraso de aproximadamente 15 minutos, Del Rey começou o show com a belíssima Nature Boy, música tema do filme Moulin Rouge, proporcionando uma intro arrebatadora que somou MUITO ao conceito e estética das Eras da cantora. Foi de arrepiar, viu? 

Lana fez sua entrada de forma teatral, com direito à peruca e caracterização que faziam alusão à Marilyn Monroe – e à Jackie Kennedy, pelo figurino –, assim como aconteceu no videoclipe de Candy Necklace, lançado recentemente no canal oficial da cantora. Acompanhada por seguranças, ela caminhou, ainda um pouco tímida, até a frente do Palco Corcovado, hipnotizando, através movimentos mais sutis, todos que aguardavam por ela. 

A&W, mas numa versão mais enxuta, foi a escolhida para dar início ao setlist, seguida de Young And Beautiful. Neste momento, quem ainda não estava se desmanchando em lágrimas, não conseguiu mais conter a emoção. Era real: Lana Del Rey estava de volta, e era pra valer! 

Bartender deu continuidade ao set e, logo depois, veio The Grants, homenagem de Del Rey aos familiares, parte do novo álbum intitulado Did you know that there’s a tunnel under Ocean Blvd?, carregada de sentimentalismo. Todo mundo sabia cantar, mesmo que só um pedacinho. E desta vez, quem ficou emocionada foi a própria cantora, que declarou aos fãs, pouco tempo depois do lançamento do disco mais recente, que não esperava tamanho acolhimento do novo trabalho por parte dos ouvintes, pelo fato de este ser um projeto mais intimista e pessoal. 

Dando continuidade, tivemos Flipside, faixa unreleased de Ultraviolence, e Cherry, uma das mais pedidas pelo público que especulava a setlist pela internet. Sucessos de Eras anteriores, como Pretty When You Cry, Ride, Born To Die e Blue Jeans, além de Norman Fucking Rockwell, que dá nome ao álbum mais aclamado da carreira de Lana, também fizeram parte desta noite inesquecível. 

Arcadia foi a responsável pelo momento mais delicado e comovente da apresentação, onde Lana parecia conectada ao público brasileiro e, com olhinhos marejados, encarava uma multidão completamente carregada por seu talento e beleza incomparáveis. 

Outras faixas famosas e muito pedidas, como Ultraviolence, White Mustang, Candy Necklace, com direito à Del Rey sentada no topo de um piano, Venice Bitch, Diet Mountain Dew e a icônica Summertime Sadness, embalaram o repertório da headliner do MITA. 

Antes das duas últimas músicas, Lana pediu mais tempo de apresentação à produção. O pedido foi negado e, infelizmente, Bittersweet Anthem, faixa inédita que seria apresentada ao público carioca em primeira mão, precisou ser cortada. Acompanhadas por mil pedidos de perdão e juras de amor aos fãs brasileiros, Did you know that there’s a tunnel under Ocean Blvd e Vídeo Games, clássico que levou o público à um nível insustentável de euforia, finalizaram uma das apresentações mais lindas e consistentes da carreira da cantora americana. 

Mesmo estando visivelmente nervosa e encarando alguns problemas técnicos no som, como áudio baixo e microfonia, Lana Del Rey reforçou os motivos que fazem com que ela seja uma das artistas mais completas dos últimos tempos. Por diversas vezes, demonstrou um enorme respeito pelos fãs e por sua própria trajetória, protagonizando uma das cenas mais lindas do show, quando esteve sentada de frente para o telão, assistindo ao vídeo que revisitou momentos marcantes da carreira. 

MITA RJ DIA 1 - Lana Del Rey
Imagem Reprodução: Multishow

De forma dramática e teatralizada, ela driblou os estereótipos esperados pela indústria, mostrando que faz o que bem entende de sua arte, e faz com excelência! Com certeza, Lana Del Rey foi um dos maiores acertos do MITA 2023. Vai ser difícil superar esse line-up, hem? 

GALERIA LANA DEL REY NO MITA 2023

Fotos por @fotobelga.