As novels têm cada vez mais feito parte do dia a dia dos leitores brasileiros. Depois dos primeiros títulos japoneses chegarem no território nacional, os originais coreanos também começaram a marcar presença. Demorando um pouco para me apegar ao gênero, eu finalmente me rendi a leitura das mesmas com Death is The Only End for The Vilainess (que em breve irá ser publicada no Brasil pela NewPop), depois disso foi um caminho sem volta, e uma das que eu finalizei recentemente se chama Kill the Villainess, que ganhou uma adaptação para manhwa no ano passado.
A trama segue nossa protagonista que acaba “acordando” no corpo de Eris, a vilã de um romance. Determinada a voltar para seu mundo original, ela tenta de diversas maneiras acabar com a própria vida. Porém, ela logo percebe que as tentativas são em vão, já que a única maneira da vilã morrer é seguindo o plot original do livro e assassinar a mocinha.
Apesar do enredo seguir o mesmo abc que outras novels que saíram na mesma época (é uma trama popular), Kill the Villainess se destaca por não optar pelo humor ou até mesmo o romance para ditar o passo da sua obra. Não só isso, mas foi a primeira obra que eu lembro de ter lido que a protagonista quer voltar ao seu mundo original. Com um tom mais mórbido, e temáticas dramáticas e até mesmo pesadas que vão desde o suicídio até assassinato e abuso, Kill the Villainess não brinca em serviço quando opta por ser uma história madura sobre os sacrifícios necessários para obter o que se deseja.
A protagonista, Eris, é uma personagem bem construída e inteligente que calcula seus movimentos com precisão, ao mesmo tempo que também possui frustrações e explosões emocionais que fazem com que ela difira do seu caminho original, aproximando-a muito do que seria uma pessoa real.
Os personagens masculinos são… horrorosos. O que na verdade é até bom, já que eu estou cansada de histórias onde todos os personagens são perfeitos. O único que se salva é, claro, Anakin (a escolha de nome), mas eu também gostei muito como o romance é apenas uma camada secundária de uma trama que fala muito mais a respeito de autoconhecimento, jogo de poderes e a batalha entre escolhas coletivas e individuais.
A outra personagem feminina, Helena – a protagonista original do romance no qual Eris é a vilã – também vai contra a corrente e é realmente uma protagonista de coração puro. O que eu mais gostei nela é sua complexidade a partir do momento que ela ganha conhecimento, e também o fato de como ela lida com seus sentimentos (ainda que não seja da forma que eu queria).
Para não dar spoilers eu paro por aqui. A novel é composta de 90 capítulos e mais 17 extras/especiais e é uma leitura consideravelmente rápida, mas muito pesada em certos momentos. Então recomendo quando você estiver de coração leve e com tempo.
O manhwa inspirado pela obra original segue em publicação com 51 capítulos e tem se mostrado muito bom também, porém, algumas cenas foram alteradas, então sugiro ler a novel de Kill the Villainess primeiro.