A KaBuM! eSports esteve na BGS 2023, com estande, loja e diversas atrações para os fãs. O Suco de Mangá entrevistou o Danilo Geraldi e o Caio Cestari, head de eSports da KaBum! que nos falou sobre o ano da equipe, a participação do evento e o dia a dia da sua profissão — confira.
Poderia se apresentar para os leitores do Suco?
D: Eu sou o Danilo Geraldi, head de eSports da KaBuM! Estou na equipe desde junho de 2020 e tenho uma experiência de cinco à seis anos no cenário de esportes eletrônicos. Hoje eu cuido de todas as modalidades de esporte eletrônico da KaBuM!.
C: O Caio é o diretor comercial e de marketing do KaBuM! que não é responsável por isso (o estande), o responsável é o meu time, e um sonho nosso, não só para quem está curtindo o estande.
Como é o dia a dia na KaBum!?
D: O dia a dia de um head de eSports é cuidar do 360 para que nossas equipes competitivas performem. É a gestão de pessoas, gestão da parte médica, técnica, dos próprios atletas, da gaming house.
E também dos departamentos mais específicos: jurídico, financeiro, RH, marketing. Então, é uma participação envolvendo todas as áreas. Mas o core do nosso negócio é cuidar dos players para que eles se concentrem em jogar e performar da melhor maneira possível.
C: Assim, eu sou apaixonado pelo que eu faço. Apaixonado por eSports, por varejo digital, por marketing e por vendas. Tem aquela frase: quando você trabalha com o que você gosta deixa de ser trabalho e passa a ser prazer.
Levamos muito a sério, claro, temos muitos KPIs, entregas para, não só com os nossos clientes, mas com as pessoas que trabalham na empresa e tiram dali o seu sustento. É um dia a dia gostoso.
Como é a rotina dos atletas?
D: Na KaBum!, na nossa rotina, nós temos um horário limite para acordar. A parte da manhã o pessoal tem livre para ir à academia, ler um livro, fazer alguma coisa para dar uma ativada neles.
Aí tem uma hora de almoço e depois começam os treinos, que vão até o final do dia, oito ou nove horas da noite, depende de como flui o bloco de treino. Uma pausa para o café da tarde, nós temos um chefe de cozinha que faz a preparação para eles.
Ao longo da semana nós temos outras tarefas pós treino: tem dias com massagista, acupunturista, psicólogo e algumas atividades em grupo, juntando Academy com CLBOL.
Nós temos esse schedule durante a semana e sábado e domingo os jogos do CBLOL e segunda e terça o Academy.
Como é virar a chave entre cuidar da Academy e cuidar do time de CBLOL?
É muito louco, porque o perfil é parecido, claro que tem a questão da maturidade dos meninos do Academy que estão começando, é diferente de quem já está lá.
O que mais pega são os momentos do campeonato. Às vezes uma equipe está muito boa e a outra não está — foi o que aconteceu conosco. Ter que conduzir o mood para não afetar, mas ao mesmo tempo apertar e puxar um pouco mais quando as coisas não estão dando certo.
Quais foram as maiores dificuldades para lidar com o ano da KaBum!?
D: Eu acredito no potencial dos players que trouxemos, tanto que muitas pessoas hyparam a line, jogadores que já mostraram qualidade. O desafio foi entender o que aconteceu e tentar passar da melhor maneira por essa fase e aguentar as críticas — foram muitas.
Entender que é o direito do torcedor e tirar o melhor disso para voltar a brigar por títulos no CBLOL e manter o título do Academy que veio em boa hora para mostrar que o nosso trabalho está no caminho certo.
A torcida nos eSports tem ficado mais parecida com as dos esportes tradicionais, como futebol. Como você vê essa mudança?
D: O crescimento do eSports traz isso. Antes era a comunidade que acompanha e torcia muito para jogadores, aí quando eles trocavam de time, a torcida ia junto.
Eu participei desse crescimento todo e hoje temos torcidas organizadas dos times, se provocando, 90% de forma saudável, e isso é bom para a gente. Ver a torcida gritando o nosso nome, que é proporcional as críticas quando perdemos.
Ainda tem alguns momentos que isso passa do ponto, na minha visão. Eu tenho uma preocupação para que não se torne algo similar à outras modalidades, principalmente como no futebol. Mas acho que a crítica faz parte, só quando passa um pouco do ponto, quando ofende a família, etc.. São casos minúsculos, mas que existem.
Acho que estamos estourando a bolha, crescendo e reforçamos nossa preparação psicológica. Investimos muito nisso e faz parte da rotina do atleta profissional e da gestão.
Caio, como tem sido o crescimento do eSports para você e o futuro da KaBum!?
C: no fim do dia, queremos cada vez mais conectar o ecossistema gamer. Queremos que o cliente tenha uma boa experiência no nosso site e uma marca forte e protagonista no setor.
Queremos que o nosso time seja vitorioso e que, no final do dia, que eles tenham uma experiência no nosso ecossistema.
Como é estar mais próximos dos fãs em um evento como a BGS?
D: No estúdio temos 150 ingressos disponíveis para os dias de jogo, então tem muitas pessoas que não conseguem ir. Ou que vão e não conseguem tirar foto com os jogadores, conhecer quem trabalha no backstage, então estar aqui é importante para nos aproximar de quem não tem acesso no CBLOL.
Então, é muito bacana esses quatro, cinco dias para encontrar, conversar, tirar foto e conhecer pessoas novas.
Como estava a expectativa e o saldo que vocês tiram do evento?
D: Posso falar do lado de eSports: nós trouxemos o troféu que acabamos de ganhar e o último troféu do CBLOL. Lançamos a camiseta Edição Legado, dos quatro títulos e pudemos contar um pouco da nossa história nesse estande.
Eu sabia que o estande ia estar hypado, mas fiquei impressionado com o número de pessoas que vieram. Estamos muito felizes com isso.
C: Bom, são seis meses trabalhando e estávamos com uma expectativa gigante. O saldo está sendo muito positivo. Quando criamos o estande, a ideia de ser “instagramável”, para se conectar com as pessoas que viessem aqui.
Que elas encontrassem entretenimento, um ambiente legal, interativo e diferentes tipos de interação.
A maior dificuldade foi administrar a ansiedade da galera, todos estavam ansiosos para fazer isso dar certo. Aí, nos mantivemos ocupados, trabalhando duro e atento aos detalhes para construir um dos melhores estandes da feira.
Para finalizar, a torcida está com saudade de título no CBLOL. Em 2024 vem? Quais os próximos passos da KaBum!?
Estamos muito a fim desse pentacampeonato. Dois, três anos é, para a gente, o limite da saudade. Tivemos agora o do Academy para coroar o trabalho a longo prazo que fazemos e temos essa responsabilidade de oxigenar as lines e investimento que fazemos.
Não posso revelar muito do plano por questões estratégicas, mas o nosso planejamento está voltado para brigar pelo CBLOL e manter o título do Academy na nossa gaming house.