A Disney têm um dos maiores legados de filmes que moldou uma geração, contudo uma boa parte dela trabalha elementos que hoje são politicamente incorreto e também pela fórmula do sucesso ultrapassada do conto de fadas, mas diante ao grande pedestal que ela ocupa, porque não voltar as origens? Jungle Cruise é a Disney raiz em tela, voltando para os tempos dos contos de fadas fofinho e cansado onde não machuca, mas também não impressiona ninguém.
Não é um filme da Marvel, mas pode-se dizer que Jungle Cruise funciona graças a um quarteto fantástico: The Rock (Dwayne Johnson) sempre se destacou pelo seu carisma, sabe como fazer um bom papel, mesmo sendo igual em todos os filmes, porém têm funcionado e é por isso que ele é um dos mais aclamados de Hollywood; Emily Blunt já é o maior nome do elenco, não é só carismática como uma excelente atriz, rouba a cena em muitos momentos, além de carregar nas costas Jack Whitehall, que some em todo momento e não passa do alívio cômico, mas conseguiu surpreender em tela quando esteve ao lado de Jesse Plemons, esse é um nome que deve ser olhado com mais carinho pelo público, não é desconhecido, mas poucos lembram dele por fazer personagens muito secundários, e nos últimos anos têm sido destaque em grandes papéis de vilão, e aqui mais uma vez mostrou de seu talento, nada como um bom elenco para segurar um roteiro fraco.
Como dito antes, Disney retorna a suas raízes, extrapola ao máximo o gênero conto de fadas, fazendo desse filme algo dentro dos padrões simples de se incomodar e te fazer cair no sono. Essa linha de desenvolvimento dos filmes antigos da Disney são muito idolatrados por causa do legado do estúdio, e devido aos últimos anos gloriosos devido ao sucesso de suas franquias da cultura pop, a Disney têm trabalhado alguns filmes que resgatem aquela essência tradicional de magia e beleza. Visualmente Jungle Cruise acerta nisso, mas faz tempo que fazer um filme bonito era motivo para ser um bom filme, esse argumento não funciona mais, a trama não é só fraca como monótona, os plots se dividem entre óbvios e ruins, o arco principal se perde a histórias paralelas malucas, uma bagunça cinematográfica que joga esse filme para escalas mais baixas de qualidade.
Contudo, a fórmula tradicional da Disney moldou uma geração, não há problema trazer mais desses filmes em pleno 2021, e por isso que, por mais que a crítica esteja massacrando ele, o público está aclamando, porque ele é um filme simples, ele é fofo, ele é ação, ele é tensão, ele é suspense, ele é fantasia, ele trabalha tudo aquilo que faz um filme ser aclamado, típico blockbuster bobinho, não vai impactar a todos, mas em uma sessão da tarde será assistido por muitos, e principalmente por causa do rótulo Disney, que é craque nesse tipo de filme, não só os velhos desenhos de princesa como até os live-action antigo da década de 70 e 80, a Disney raiz está ultrapassada, mas todos têm um pouco de saudosismo para esse gênero.
Jungle Cruise não é grande coisa, chega a ser um sonífero em alguns momentos, mas não faz dele ruim, e sim, simples demais. A Disney raiz que se resume em filmes de fantasia maravilhosos e trama rasa/óbvia, traz famoso sessão da tarde gostosinho de assistir enquanto almoça ou esperando a rodada do futebol de domingo.