E hoje vamos com Hood: Outlaws & Legends, um título bem falado e com uma crítica bem dividida, mas que mesmo assim, me interessei – e bastante – pela premissa do game: um jogo de assalto PvPvE inspirado nas histórias de Robin Hood.
Produzido pela Sumo Digital e distribuído pela Focus Home Interactive, a nossa parceira Nuuvem nos cedeu uma cópia do jogo para PC, tornando assim possível o REVIEW que lhes trago; mas vale lembrar que o game também saiu para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X no início de maio.
Como funciona o sistema de jogo?
Como dito anteriormente, Hood: Outlaws & Legends é um jogo de assalto em um ambiente Bretão – apesar de que algumas vezes lembra também raids nórdicas. Você e mais três companheiros investem contra uma fortaleza murada em busca de um baú de tesouro e para tal, devem passar por desafios que unem sua habilidade de Furtividade com a de Combate.
Dividi o game em quatro momentos:
- Você e os aliados devem achar um modo de invadir a fortaleza. Nesse início do game, é interessante o grupo já tentar desenhar uma estratégia, caso queiram algo mais furtivo – já que é a ideia do jogo. É bom ficar claro para a equipe, principalmente para os “guest” que são encontrados pelo servidor, de que deve haver uma harmonia entre as quatro classes, já que cada uma possui uma função definida.
- Após a tomada de decisão, seguimos rumo a fortaleza e o controle do ambiente é vital até dar de encontro com o Xerife. É aqui que a coisa complica: devemos roubar a chave que está em seu cinto, de preferência, sem ele perceber. Vale lembrar que o Xerife é indestrutível e te “mata” com um só golpe.
- Na sequência devemos adentrar na igreja e seguir em busca da sala trancada. Considero esta a parte mais tranquila dentre as quatro fases, a não ser que o grupo seja avistado e/ou saia “esperneando” com o baú até a zona de extração, que fica numa região fora da área murada em direção ao rio (com um barco à sua espera).
- Na quarta e última fase é onde o bicho pega! Devemos colocar o baú em um guincho e girar manivelas até ser colocado dentro do barco. Aqui o time inimigo terá em sua vantagem os npcs do jogo para a contenção – e pior: caso você perca o controle da manivela, a extração se inverte e o time adversário pode ganhar a partida sem fazer todo o percurso e trabalho que você teve.
Se você não seguiu nada disso? Bem, resta você assassinar todos os NPCs e jogadores, sem nenhum aspecto de furtividade e tentar assim mesmo a sorte na extração. Alguns times utilizam da Força Bruta como estratégia. Falaremos um pouco disso mais a frente…
Os Quatro Personagens
Outro fator que me chamou bastante a atenção no jogo, é como ele traduz bem um grupo de RPG clássico medieval. Para os fãs da mitologia de Robin Hood, também é um prato cheio para se identificarem com os quatro personagens: Ranger, Brawler, Mystic e Hunter.
Os que preferem a força bruta, o combate corpo-a-corpo e altas taxas de dano maciço, temos João Pequeno, o The Brawler. Confesso que é dos mais fáceis para se começar a jogar e tem uma Ult muito importante na fase final do game, onde você entra em fúria com golpes que não custam stamina.
Já do lado mais “protagonista” de ser, temos Robin, The Ranger, especializado em neutralizar inimigos em média/longa distância e traz alguns features como abaixar cordas de escalada e flechas especiais. Sua Ult achei interessante em mid-game, caso a furtividade não dê certo ou juntem inimigos próximos a igreja.
Já a minha classe preferida é a Marianne, The Hunter. A sorrateira se assemelha bastante a classe Ladino dos RPGs clássicos de mesa e além de ser muito esperta para não ser vista, possui bomba de fumaça para atrapalhar os inimigos e uma ULT bem útil para roubar a chave do Xerife: você pode ficar invisível por um determinado período de tempo.
Já o Tooke, The Mystic, apesar do nome, ele não é tão “linha de trás” assim. Possui um bom dano de corpo-a-corpo, consegue curar aliados e ainda tem bombas de ácido na média distância. É um personagem de controle e na minha visão, por conta de sua complexidade, é o mais difícil de pegarmos o jeito.
Cooperação não é tudo
Com o jogo apresentado, vamos aos prós e contras, definitivamente. De cara, achei a HUD amigável e antes das partidas podemos dar uma volta na vila/acampamento. Sei que a ideia do jogo não é trazer elementos de lore tão desenvolvidos, mas senti falta de mais imersão nessa questão. Alguns NPCs resolveriam bem – mas ok, sei que o jogo quer ser o mais direto possível.
Cooperação. Este é um fator importante dentro da jogatina e bem, se teu time tiver uma boa harmonia, a chance de vitória é “ok”. E por quê disso? Bem, mesmo que você faça todos os passos para ser o mais furtivo possível, o modo PvPvE traz tanta aleatoriedade as estratégias que é bem fácil ser identificado no mid-game em diante. Em resumo, cooperação é importante, mas a Sorte (com base na aleatoriedade) é um fator de peso caso almeja AQUELA EXTRAÇÃO PERFEITA. Isso possibilita que o time utilize apenas da FORÇA BRUTA, sem nenhuma estratégia, e foque no play. Não sei até onde isto pode ser ou não benéfico para a mecânica idealizada ao jogo.
O jogo é lindo, não podemos mentir. As texturas de cenários e efeitos da natureza estão de acordo com o atual momento da indústria, assim como os modelos dos personagens. O que me incomodou de fato, foi a IA dos NPCs. Fraquíssima! Parece que não tiveram nenhum cuidado por aqui e programaram algo bem genérico; se não fosse pelo Xerife, seriam um amontoado de bonecos com pontos de vida. Não haveria nenhum desafio aqui, se não fosse o time adversário.
Quanto a customização, ela é bem simples e podemos mexer alguns cosméticos e habilidades conforme evoluímos nosso RANK. Aqui um problema: o jogo ainda não possui um servidor LATAM, o que dá margem para pings altos, ou seja, estamos em desvantagem. Fora o pareamento de Jogadores que desbalanceado, onde é fácil você com nível baixo jogar contra alguém MUITO MAIS ALTO. Provavelmente, este é um problema mais recorrente em dias da semana, onde os servidores estão com menos pessoas.
O que pode ser recompensador?
Com as problemáticas abordadas, arrisco em dizer que Hood: Outlaws & Legends é uma joia que ainda pode ser lapidada, e em sua versão 1.4, já tivemos balanceamento de danos e combates, um aperfeiçoamento no matchmaking, e outras correções de bugs, entretanto, ainda não traz uma recompensa Custo x Benefício tão satisfatória, pelo menos aqui no Brasil.
Mesmo sem um modo campanha, o que torna minha maior crítica ao seu “alto preço”, Hood: Outlaws & Legends traz uma experiência agradável, um play fluído e cinco mapas de visuais estonteantes. Acredito que o conteúdo não pare por aí, já que em poucas horas você se familiariza e “decora” tudo o que tem do jogo, então novos mapas ou quem sabe, personagens, possam surgir no futuro. Porém, para que isto ocorra, a comunidade tem de se manter ativa e se interessar pela repetição da jogatina.