sábado, junho 14, 2025
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Genocyber | Vintage et Underrated

Bem-vindos ao Vintage et Underrated, a coluna que une o antigo que não sai de moda e o underground que todo mundo adora, ou deveria. Dei uma sumida, eu sei, mas vou tentar manter a constância (o drama da proletariada que não tem tempo pra nada). E pra hoje, uma dose de violência e carnificina básica com um ícone do extinto US Manga!

Sobre Genocyber

A obra mais popular de Tony Takezaki (A.D. Police 25:00; A.D. Police: Dead End City) foi lançada em volume único em 1993 pela editora Byakuya Shobo e, acredite ou não, não foi finalizada! Os fãs só souberam o final da história no ano seguinte, quando saiu a série de 5 OVAS no ano seguinte.

Entre suas principais características, a violência gráfica explícita definitivamente é uma das que mais chama atenção, seguido do design de mechas e ciborgues que mesclam com uma maestria genial, biologia e mecânica.

Mas atenção, os mais sensíveis podem pular, já que os massacres definitivamente não poupam NINGUÉM, principalmente crianças. Na verdade, existe uma relação bem direta entre crianças se machucando e todo mundo se dando muito mal por isso no final de cada episódio.

Estética distópica, elementos indianos, bíblia e cyberbiologia

Que o Japão gosta de uma saladinha, todo mundo sabe e em Genocyber não tinha porquê ser diferente, vamos combinar. Logo de cara, o desenho já traz a referência do vajra como uma espécie de energia vital (??), mas se a gente vai buscar, em hindi a palavra literalmente pode significar “diamante” ou “relâmpago” e está associado a conceitos de indestrutibilidade e poder no budismo vajrayana (vai, quem viu o anime sabe que isso até que faz sentido).

Avançando mais no anime, você se deparada com uma máquina chamada Mandala, cujo formato basicamente são duas mãos fazendo um mudra. Acaba por aqui as referências, mas as referências bíblicas não! Na verdade, até Jó chega a ser citado nominalmente no anime, fora uma seita que jura de pés juntos que o Genocyber é Deus.

Dentro de todo esse universo, temos ainda diversas referências a antecessores animados como Akira (1988) e, talvez a mais óbvia, Devilman (1972) e um plano de fundo super interessante que se inicia num futuro onde as nações estão tentando se unificar e deixar seus exércitos, passa por um apocalipse e se encerra numa sociedade futurista super repressiva e estratificada.

Personagens

Um detalhe que não passa despercebido é a existência de ciborgues humanoides e telepatas no mesmo universo, mesmo que se tratem de aparições pontuais, dando a entender que não é comum para a maioria das pessoas.

Ainda falando sobre os telepatas, sejam as duas irmãs protagonistas ou a personagem introduzida na parte final do anime, é interessante notar que quem nasce com esses poderes, automaticamente possui algum tipo de problema.

  • Elaine (num parece nome daquela sua vizinha que tá sempre com a cervejinha e o cigarro na calçada batendo papo na cadeira de praia? Sou carioca do subúrbio gente, minhas referências são específicas. kkkk) a personagem principal na maior parte do desenho, possui uma mente mais feral, e age muito parecido com um cão.
  • Diana, a irmã gêmea (muito teoricamente, pois ela parece ser bem mais velha) de Elaine possui os dois rins falhados, o que seria motivo para o pai usurpador de ambas dar a ela um corpo biônico que mais parece uma armadura.
  • Mel, introduzida na última parte da história, é uma espécie de clarividente e telepata, que chega a conseguir entrar em contato com as irmãs numa espécie de universo paralelo. Como as outras duas, possui também uma condição, que no caso é a cegueira.

Polêmicas com o público

A crítica da época não viu com muito bons olhos o fato do anime mostrar MUITA violência gráfica contra crianças. Na verdade, isso se tornou um ponto de atenção importante na hora da classificação etária no ocidente, que classificou Genocyber na mesma categoria que o famigerado A Lenda do Demônio (ou seja, tudo pra maior de dezoito anos).

Basicamente, se você é criança e está perto de algum dos personagens principais,  provavelmente você vai morrer de uma forma muito brutal, mesmo que a situação que leve a isso nem esteja relacionada ao protagonista (como as três crianças que aparecem no episódio 2). Além disso, também é quase ensaiada uma cena de abuso contra Elaine e seu amigo logo no primeiro episódio (a despedida deles é triste demais).

Pontos Positivos

  • Design biomecânico LINDO;
  • A história prende bem;
  • Efeitos do desenho são pra lá de bem feitos.

Pontos Negativos

  • A história é meio picotada;
  • Alguns personagens surgem e desaparecem sem muita explicação;
  • Não recomendado pra quem tem estômago sensível.

Sinopse: Num futuro onde corporações privadas fazem experimentos ilegais para desenvolvimento de armas, um cientista busca unir os poderes de duas gêmeas telepatas para criar o Genocyber, a arma perfeita.

Luiza Vieira
Luiza Vieira
Escorpiana, uma mistura de naftalina, Jrock, Post Punk e anime velho.

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