José Renato Fernandes
    José Renato Fernandes
    Um ser humano multifacetado: estudioso de Letras; analista literário de vídeo jogos; tradutor e intérprete; entusiasta de jogos de luta; batedor de cabeça em shows de metal; e materialista histórico dialético.

    EXPERIMENTE TAMBÉM

    Fatal Fury: City of the Wolves | Primeiro Gole

    É seguro dizer que estamos vivendo uma era de ouro dos jogos de luta novamente. Quem viveu toda a história do gênero desde a era de Street Fighter II, como eu, sabe que os jogos de luta nem sempre foram tão populares quanto agora. Street Fighter 6 está aí quebrando recordes e botando milhões em sua turnê competitiva, Mortal Kombat 1 ainda está por aí (com uma recepção menos calorosa, mas ainda vivo), os anime fighters estão representados pelo Guilty Gear Strive e pelo Granblue Fantasy Versus Rising, e até mesmo os tag fighters estão vindo fortes com o iminente lançamento do jogo de luta da Riot, 2XKO.

    No entanto, uma empresa que não vinha representando seu estilo com tanta frequência quanto gostaríamos é a SNK, que já foi líder nessa área na década de 90. De fato, o primeiro jogo de luta que joguei na vida foi um jogo chamado Art of Fighting, que veio com o meu SNES lá em 1994. Até o final dos anos 90, as séries Fatal Fury e King of Fighters fizeram a cabeça de todo mundo que frequentou algum bar com um fliperama no interior paulista. 

    Imagine minha surpresa, então, quando anunciaram no início deste ano que seria lançado um novo Fatal Fury! O último jogo da série foi o Garou: Mark of the Wolves, que saiu lá no longínquo ano de 1999! Ao saber que haveria um estande da SNK na Brasil Game Show, jogar o novo Fatal Fury: City of the Wolves se tornou a minha principal prioridade, e tive a oportunidade até de encher o saco de um dos expositores da SNK (valeu, Raphael!) para me ensinar algumas coisas de como funcionam as mecânicas do jogo.

    Fatal Fury City of the Wolves
    Imagem Divulgação

    Impressão Inicial

    Primeiramente, vamos falar da impressão inicial. A SNK vinha sofrendo muitas críticas no que diz respeito aos gráficos de seus jogos, desde que decidiram abandonar o estilo 2D desenhado a mão. O último jogo nesse estilo foi o King of Fighters XIII, e depois disso, todos os jogos foram feitos com estilo 2.5D pioneirizado por Street Fighter IV, mas como a SNK não dispõe dos recursos que uma Capcom ou uma Netherrealm têm, as animações foram criticadas pela menor fluidez que as rivais.

    No entanto, é evidente que muito cuidado foi tomado pela SNK ao construir esse novo Fatal Fury, que mesmo com o menor orçamento, aposta agora numa renderização 2.5D mais estilizada e parecida com o visual antigo dos King of Fighters dos anos 90. Esse cuidado com as animações é óbvio ao selecionar Rock Howard e notar que cada um de seus movimentos especiais lança ao ar asas de fumaça muito parecidas com as do Garou original, por exemplo.

    Ao selecionar um dos personagens disponíveis na demo (Mai Shiranui, Rock Howard, Terry Bogard, e os novatos Preecha e Vox Reaper), temos a opção de escolher entre o “Smart Style”, que basicamente são os controles modernos de Street Fighter 6, e o “Arcade Style”, que são os controles clássicos. Na sequência, temos o retorno de uma mecânica do Garou, o T.O.P. (Tactical Offense Position), agora chamado de S.P.G. (Selective Potential Gear). Esta funciona da seguinte forma: você pode colocar a barra de S.P.G. no início, meio, ou final da sua barra de vida. Quando sua vida está dentro do S.P.G., você ganha recuperação de vida por tempo, acesso a novos ataques chamados de “Rev Blow”, e um especial único gastando as duas barras. Sendo assim, seu personagem está no seu nível mais alto quando dentro do S.P.G.

    Fatal Fury City of the Wolves
    Imagem Divulgação

    Influências em Fatal Fury City of the Wolves

    Dentro da luta, podemos ver no canto inferior da tela a barra de “Rev”, que é a mecânica central do jogo. Podemos ver aqui o quanto Street Fighter 6 é uma influência para a SNK. A barra de Rev começa no zero, e conforme você vai utilizando seus ataques EX ou bloqueando ataques, a barra vai se enchendo. Se ela chegar no 100%, você entra em “Overheat”, que é basicamente a versão do Fatal Fury do burnout, impedindo a utilização de movimentos EX, Rev Blows e cancelamentos.

    O Rev Blow é, até onde consegui identificar, uma espécie de Drive Impact. É um movimento especial feito com os dois ataques fortes ao mesmo tempo, que tem dois hits de armadura e absorve outros ataques. Além disso, acertar ataques em counter-hit ou como punição provoca efeitos diferentes, permitindo maiores combos, assim como os Punish Counters do Street Fighter 6. 

    Mas falando em cancelamentos, como conseguimos fazer longos combos em Fatal Fury? Bem, nós temos acesso aos clássicos botões cancelados em especiais, mas se você cancelar seus botões em ataques EX, você pode cancelar um ataque EX em outro ataque EX até quando você tiver barra de Rev. Segurando o botão R1, você também pode gastar sua barra de Rev para bloquear (Rev Guard), e esse bloqueio joga o oponente para mais longe. Mas, utilizando o Rev Guard, os personagens podem usar um ataque, cancelar sua animação com Rev Guard, e continuar o combo com outros ataques, abrindo infinitas possibilidades de combo.

    Fatal Fury City of the Wolves
    Imagem Divulgação

    Concluindo

    Com os poucos 20 minutos de jogabilidade por dia que tive, pude aprender um combo básico. Iniciando com o chute fraco agachado, podemos linkar uma sequência de socos leves cancelados em EX Ryuuenbu, que cancela em EX Chidori, lançando o oponente pro ar. Dali, um dash pra frente coloca Mai em alcance perfeito para usar o seu anti-air dragon punch. No entanto, com mais cancelamentos avançados, você pode fazer Dragon Punch forte, cancelar com Rev Guard em Dragon Punch EX, Rev Guard de novo em seu Hidden Gear Super, causando próximo de 70% de dano. Todas essas possibilidades de cancelamento e de controle de barra são um prato cheio para que jogadores avançados criem seus combos otimizados e estratégias com maestria.

    Com essa experiência, posso dizer que, pra mim, Fatal Fury: City of the Wolves é o maior vencedor dessa Brasil Game Show, mostrando uma demo muito bem feita, com gráficos excelentes e mecânicas avançadas que só me deixaram com muita vontade de jogar!

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    José Renato Fernandes
    Um ser humano multifacetado: estudioso de Letras; analista literário de vídeo jogos; tradutor e intérprete; entusiasta de jogos de luta; batedor de cabeça em shows de metal; e materialista histórico dialético.

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